sábado, 7 de abril de 2012

Analista acusa imprensa portuguesa de denegrir a imagem do regime de Eduardo dos Santos


Lisboa  - O analista político angolano, Belarmino Van-Dúnem, criticou, quarta-feira, em Lisboa, a postura de alguns sectores da sociedade portuguesa, particularmente, certa imprensa desse país, por “continuar a denegrir a imagem de Angola, pelo facto de desconhecer a realidade da nova Angola”.

Fonte: Angop Club-k.net
Pronunciando-se sobre “o papel da paz na afirmação de Angola”, numa palestra organizada pela Embaixada de Angola em Portugal, no quadro do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, Belarmino Van-Dúnem lamentou que “apesar da solidariedade de Angola em ajudar, por exemplo, a que bancos portugueses não declarem falência, certa imprensa desse país não se cansa de criticar Angola”.
 
Segundo  o analista político, “a maior parte da equiparação dos padrões de vida que se faz para Angola não é justa, pois, grande parte das comparações é feita com países cuja história recente é totalmente diferente da de Angola”.
 
“As coisas boas feitas em Angola não passam na imprensa portuguesa”, disse ainda Belarmino Van-Dúnem, lamentando não ser notícia para a imprensa crítica a Angola o facto de, por exemplo, o número de alunos matriculados em vários níveis de ensino ter sido aproximadamente de quatro milhões e 500 mil entre 2002 e 2010, e registado, no ano lectivo 2010/2011 um aumento de nove porcento.

Realçou ainda a expansão do ensino superior para as 18 províncias do país, “quando há dez anos havia apenas três instituições” daquele nível, registando haver o mesmo cenário de desenvolvimento e crescimento nos sectores da saúde e prestação de serviços básicos.
 
No campo da consolidação do Estado de direito, citou como ganhos dos últimos 10 anos, a aprovação da actual Constituição da República, assim como as leis da probidade pública, património público, branqueamento de capitais ou o decreto presidencial do investimento público.
 Em termos de desenvolvimento, apontou a ligação do país “de Cabinda ao Cunene”, através da construção de infra-estruturas do mar ao leste por via da expansão dos transportes marítimos, fluviais e aéreos, fazendo  “dos angolanos um só povo e uma verdadeira nação política”.
 
Entre os protagonistas que mais contribuíram para a paz em Angola, distinguiu o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e as Forças Armadas Angolanas, reconhecendo também “a capacidade de adaptação dos ex-integrantes da UNITA, que desde 2002 integram o exército angolano”.
 
A nível da política externa, referiu que todo o dinamismo multisectorial encetado permitiu que Angola passasse de “uma preocupação constante para um verdadeiro parceiro”, contribuindo, ainda, “para a paz e estabilidade em organismos sub - regionais africanos como a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a Comunidade dos Estados da África Central (CEEAC) e o Golfo da Guiné”, assim como ao nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
Ainda no capítulo da política externa angolana, defendeu “a consolidação de vantagens comparativas e de complementaridade, com base da reciprocidade de interesses, sobretudo, com os Estados em que existe parceria estratégica, designadamente Portugal, Brasil, Estados Unidos e a China”.
 
Já a socióloga Maria da Encarnação Pimenta, moderadora do debate, foi perentória em afirmar que “em 10 anos não se pode exigir de Angola aquilo que Portugal não conseguiu fazer em 400 anos”.
 Assistiram à palestra o embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica; os cônsules - gerais de Angola em Lisboa, Porto e Faro, respectivamente, Cecília Baptista, Bento André Morgado e Mateus de Sá Miranda; assim como representações diplomáticas de Cabo Verde e de Moçambique e de algumas igrejas angolanas filiadas em Portugal.

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