Washington - O presidente
da UNITA, Isaías Samakuva, criticou a dualidade de critérios dos países
ocidentais, por não exigirem a Angola os mesmos princípios democráticos
exigidos a outros países.
Fonte: VOA
"Os princípios democráticos que se exigem a
outros governos, nem sempre, em Angola, são exigidos com a mesma energia, com a
mesma força com que o fazem nos outros países", disse o presidente da
UNITA., numa entrevista à Voz da América, em Washington.
Segundo Samakuva, isso acontece porque esses paises, em que inclui os da União Europeia, "têm acordos bilaterais e intereses comerciais em Angola que querem preservar e sabem que o regime angolano, de uma forma geral, faz chantagem perante esses governos, incluindo os Estados Unidos".
Samakuva comentava o facto de os Estados Unidos e a União Europeia não terem comentado publicamente a violência contra manifestantes e alguns líderes políticos em Angola.
O presidente da UNITA adiantou que as empresas multinacionais "fazem pressões para que não se incomode muito o governo angolano", e concluiu: "Naturalmente se esses países não o fazem em Angola - e só o fazem noutras partes do Mundo - então os angolanos vão fazê-lo".
"Os angolanos são maduros e compreendem essas falhas todas da comunidade internacional".
Disse compreender que "os países que investem em Angola querem defender os seus interesses, mas os angolanos também precisam de dfeender os seus interesses",.
Receia que esse "conflito de interesses um dia possa afectar alguém se não tivermos o cuidado de prevenir que situações piores possam acontecer"
O presidente da UNITA rejeitiou que o seu partido seja oposição fraca, salientando que é preciso equilibrar dois vetores: a consolidação da paz e estabilidade em Angola e a cconstatação de que "o governo não fez nada e aqueles que vêm para o nosso país investir também não fazem nada em beneficio do povo".
Na quarta-feira, Samakuva disse ter sensibilizado as autoridades americanas para a necessidade de enviar observadores eleitorais para Angola.
"Ainda não há uma decisão definitiva mas tivemos a sensação de que a nossa mensagem foi bem acolhida", disse o líder da UNITA numa entrevista, após as suas reuniões em Washington.
Samakuva disse ter ficado convicto de que os Estados Unidos "vão trabalhar no sentido de ter os meios necessários para enviar observadores a Angola. Há uma grande sensibilidade em relação a esse aspecto" dos observadores.
Nota que, em condições ideais, "a observação devia ser feita também durante o processo e não apenas no dia das eleições".
A observação americana é considerada pela UNITA ainda mais importante, porque a União Europeia, segundo Samakuva "não vai enviar observadores às eleições angolanas".
"A União Europeia, que de uma forma geral manda observadores para as outras partes do mundo, para o caso de Angola parece ter decidido já que não vai mandar observadores", declarou o presidente da UNITA,. na sua entrevista à VOA.
"Tivemos ocasião de falar sobre isto com o
Dr. Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia. Prácticamente confirmou-nos
este aspecto embora tenha admitido a necessidade e a possibilidade de mandarem
um grupo de peritos" para acompanhar "alguns aspectos do processo
eleitoral", disse.
"Para nós", adianta Samakuva, "isso não chega. O país é vasto e não se contenta com poucas pessoas. Também há a tendência de não se cumprir a lei e tudo isso precisa de ser seguido de perto, porque é melhor prevenir do que ir depois para Angola apagar fogueiras quando já é tarde", concluiu o presidente da UNITA
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