Luanda - O mau ambiente
entre os profissionais de informação e funcionários da área administrativa está
a tomar conta da Emissora Católica de Angola, desde a tomada de posse da actual
direcção, em Setembro último.
Fonte: Novo Jornal Club-k.net
O que está por trás desta “irritante” relação,
segundo informações apuradas pelo Novo Jornal, é o facto de haver baixos
salários, censura nas matérias jornalísticas e monopolização da rádio.
A instabilidade nas relações profissionais agudizou-se após uma visita à rádio da ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, em Dezembro último.
“Após a morte do antigo director, o padre Mwanamossi Matumona, a emissora estava a ser bem dirigida por uma comissão de gestão constituída pelo frei António Estêvão, a irmã Fátima Cavate e o jornalista Walter Cristóvão. Nessa fase, as coisas estavam a caminhar para melhor, mas desde que foi empossada a actual direcção, liderada pelo padre Quintino Candandji, estão a fazer desabar as paredes da verdade”, denunciou a fonte, preferindo o anonimato.
Os profissionais da casa mostramse descontentes com as constantes mudanças na programação, com realce para a ordem que proibiu a participação directa de ouvintes no programa “Manhã Ecclésia”, que vai para o ar de segunda a sexta-feira.
“Os participantes neste espaço dinamizavam, de certa forma, o projecto e criavam mais confiança na rádio. Acima de tudo, percebiam que pretendíamos oferecer informações correctas e concretas aos ouvintes”, acrescentou a fonte.
O espaço desportivo é o outro pomo da discórdia. Inicialmente diminuíram a presença do desporto na rádio, mas agora deixou de existir pois já não há uma redacção desportiva. Terão sido demitidos alguns comentaristas desportivos, face à má gestão do actual director, segundo a fonte do Novo Jornal, que lamenta que a estação, que tem feito parte da vida de muitos angolanos, esteja a fugir à sua verdadeira linha editorial,
devido à acentuada censura nas notícias.
“Infelizmente, esta estação radiofónica, não tem sido a mesma a que nos habituámos a ter e a ouvir. Estão cada vez mais marcadas os cortes e a anulação das matérias, o que tem criado um forte desagrado nos editores”, garantiu. Actualmente, nos lugares de Walter Cristóvão e Mário Santos, no departamento de informação e programação, estão os padres Artur Savita e Samy de Jesus, respectivamente, que não entendem o funcionamento do departamento, conforme assegurou a fonte.
O chefe do departamento dos transportes já não
tem “asas”, porque a actual direcção monopolizou o sector recebendo todas
as chaves das viaturas. A deslocação dos profissionais para cobertura
jornalística depende directamente do director da rádio e, por este motivo,
muitos pensam em abandonar a emissora.
1 comentário:
Creio que o problema esteja ligado à hegemonia eclesiàstica que dificilmente admite a pròpria incompetencia de fronte ao facto. Jà é muito errado que quem comanda tenha de ser necessariamente um sacerdote por ser uma emissora catòlica. Bastava um leigo com mais experiencia no sector e que saiba colocar cada um no seu lugar. Quero dar como exepmlo a Radio Vaticana que està cheio de leigos e as coisas funcionam de modo maravilhoso, pois que cada um sabe exactamente o rolo que deve interpretar. Afonso M. Ucuassapi
Enviar um comentário