terça-feira, 10 de abril de 2012

General apodera-se de espaço público. Hotel Katyavala. General Ledy



Luanda  - Os moradores do largo frei  João Cavasee, localizado na Ingombota, por detrás da Igreja Pentecostal do Sétimo Dia estão agastados, com as obras do hotel Katiavala propriedade do general Ledy. O empreendimento está a causar sérios transtornos  aos residentes das vivendas e do edifício vizinho que acusam o oficial de apoderar-se de um espaço público para fins lucrativos.

*Maria Campos
Fonte: Novo Jornal Club-k.net
Apesar de recusar prestar esclarecimentos sobre as queixas, o proprietário do hotel acabou por soltar um desabafo: “Não sou o único”.

Os moradores queixam-se das  fossas das residências, que foram bloqueadas; do parque de estacionamento, que ficou limitado devido ao enorme gerador do hotel; e do fumo do gerador que põe em risco a saúde pública.

Denunciam ainda a obstrução de uma das entradas de acesso ao prédio, a construção na lavandaria de um escritório a falta de canalização para as águas e esgotos do hotel, que vão parar à casa dos moradores e aos espaços públicos.

De acordo com os moradores, o general começou a fazer as obras do empreendimento dentro dos limites da sua propriedade, numa área pertencente a duas vivendas que comprou. Com o andar do tempo, foi-se apropriando do espaço, adicionando às obras mais 60 metros do largo
onde se encontravam as fossas das sete residências, sem apresentar qualquer documentação.

Esta situação, segundo os queixosos, criou sérios problemas na evacuação das águas dos esgotos.
“Temos as casas todas entupidas, não sabemos o que fazer”, frisou um morador que preferiu o anonimato, salientando que, por conta disto, ele e os vizinhos se viram obrigados a cavar as fossas nos seus quintais.

Estacionamento e lavandaria ocupados

Outra grande preocupação prende-se com o facto de o general ter instalado um grande gerador no meio do largo, limitando muito o estacionamento. “Além disso, jorra muito combustível que está a dar cabo do pavimento que nós asfaltamos, e com a agravante de que espalha muito fumo”, notam.

“Com ou sem energia da rede pública, o gerador não pára de funcionar”, lamentam.
Contactado o chefe da fiscalização, Joaquim Maradona, este mostrou-se surpreso com a situação, negando que os moradores tenham apresentado alguma queixa. “Para nós, este caso é novo. Não temos nenhum registo“.

Uma das moradoras que também pediu anonimato afirma que já perdeu as esperanças em relação à acção da fiscalização. “Já tentei várias vezes contactar a fiscalização, eles dizem que já fizeram a notificação e disto não passam”, frisou.

O general Ledy recebeu o Novo Jornal, mas recusou pronunciarse sobre o assunto, alegando não estar autorizado a prestar quaisquer declarações à imprensa.

Face a alguma insistência, ironizou: “Não sou o único. Há tantas obras deste género na cidade e só vêm ter comigo!”

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