O Brasil tem uma parceria estratégica com Angola há
muitos anos, que é cultivada com cuidados especiais, toda a atenção e muita
amizade pelos dois lados do Atlântico. Não basta repetir frequentemente que
somos dois povos irmãos, que constituímos pilares fortes na Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa. É preciso provar isso todos os dias com gestos
amistosos e actos concretos.
A visita do Presidente da República ao Brasil é um
exemplo eloquente de como deve ser cultivada uma parceria estratégica. Depois
do pontapé-de-saída do Mundial de Futebol, em São Paulo, as delegações
brasileira e angolana começaram a trabalhar para elevar as relações, a todos os
níveis. Além dos acordos assinados, o Governo do Brasil decidiu reforçar a
linha de crédito com Angola em mais mil milhões de dólares.
No nosso país estão em marcha centenas de projectos apoiados tecnicamente e financiados pelo Brasil, sobretudo na área do agronegócio, um sector essencial para diversificar a economia, reduzir drasticamente as importações e garantir a segurança alimentar. Mas a cooperação brasileira estende-se ao sector da Educação, sobretudo no que diz respeito ao ensino técnico e profissional. Existe uma presença brasileira importante no sector da Saúde. Tudo o que tem a ver com a elevação dos índices de desenvolvimento humano regista a presença de técnicos qualificados e fundos brasileiros.
Esta relação não é interesseira nem flutua ao sabor dos acontecimentos. O Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer Angola no dia 11 de Novembro de 1975. Entre os países de língua portuguesa, apenas um ficou de fora: Portugal. Da mesma forma que ao longo de décadas de agressão estrangeira apenas o Governo de Lisboa tolerou acções contra Angola, dentro do seu território. Mesmo quando a ONU impôs sanções aos dirigentes da UNITA, Lisboa fechou os olhos e arrastou os pés.
Jonas Savimbi foi recebido no Palácio de Belém pelo Presidente Mário Soares, quando as suas tropas, organizadas e comandadas pelos generais do apartheid, matavam milhares de civis angolanos, provocavam êxodos de milhões de pessoas, destruíam importantes complexos económicos e todos os circuitos de produção e distribuição, fazendo de cada angolano um cidadão sitiado. O chefe da UNITA foi recebido na Presidência da República Portuguesa ao mesmo tempo que cidadãos portugueses eram raptados e maltratados pelas tropas de segunda linha do apartheid.
A Jamba era um campo de concentração onde angolanos, portugueses e outros cidadãos estrangeiros estavam aprisionados. Nem isso levou o poder político em Portugal a retirar o apoio a Savimbi. Pelo contrário, deputados dos partidos do “arco da governação” corriam todos os dias para a Jamba. Hoje temos a certeza de que é uma opção consciente e calculada.
Não foi por acaso que uma delegação parlamentar da UNITA ainda há poucos dias teve interlocutores atentos e obrigados na Assembleia da República, mesmo depois de se conhecerem até ao pormenor as ligações do partido à PIDE-DGS. Mesmo depois da apresentação de provas esmagadoras que mostram as forças de Savimbi como tropa de segunda linha do regime nazi de Pretória. E, sobretudo, após o mundo tomar conhecimento de que a Jamba era o centro de uma organização mafiosa que traficava diamantes de sangue, droga e marfim.
Os deputados portugueses ouviram, sem a menor reacção de repúdio, na Assembleia da República em Lisboa, o presidente do Grupo Parlamentar da UNITA falar do Tratado de Simulambuco, como se esse resquício do colonialismo mais rasteiro pudesse ser exibido na casa da democracia portuguesa. Em Portugal vale tudo, desde que seja contra o regime democrático angolano. Até os actos apodrecidos da defunta monarquia se transformam em memórias heróicas do povo português. Dá que pensar.
A relação com o Brasil, cada vez mais estreita e robusta, mostra de uma forma muito evidente os equívocos das elites portuguesas corruptas e ignorantes em relação a Angola. Péricles, o grande cartoonista brasileiro, criou nas páginas da revista “Cruzeiro” o imortal “Amigo da Onça”. Hoje essa figura bisonha e cínica assenta que nem uma luva nas mesmas lideranças políticas em Portugal. É difícil perceber tanto anacronismo e tanta cegueira política.
Praia, Bissau, São Tomé, Maputo e Brasília nunca foram palco de conspirações contra Angola. Só Lisboa, orgulhosamente só, continua a dar guarida a todos os inimigos da democracia angolana, estendendo-lhes a passadeira vermelha e ao som de trombetas e fanfarras. Cada qual escolhe os amigos que quer. Portugal escolheu a Jamba e agora escolhe os antigos colaboradores de Savimbi. O Brasil esteve sempre com Angola, nos bons e nos maus momentos. Os factos são evidentes. Contra factos não há argumentos. O Presidente José Eduardo dos Santos e a Presidente Dilma acabam de assinar uma declaração de amizade e solidariedade e reforçar a parceria estratégica entre Angola e Brasil. Os irmãos que se respeitam, que se abraçam, que cultivam boas relações, são assim.
No nosso país estão em marcha centenas de projectos apoiados tecnicamente e financiados pelo Brasil, sobretudo na área do agronegócio, um sector essencial para diversificar a economia, reduzir drasticamente as importações e garantir a segurança alimentar. Mas a cooperação brasileira estende-se ao sector da Educação, sobretudo no que diz respeito ao ensino técnico e profissional. Existe uma presença brasileira importante no sector da Saúde. Tudo o que tem a ver com a elevação dos índices de desenvolvimento humano regista a presença de técnicos qualificados e fundos brasileiros.
Esta relação não é interesseira nem flutua ao sabor dos acontecimentos. O Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer Angola no dia 11 de Novembro de 1975. Entre os países de língua portuguesa, apenas um ficou de fora: Portugal. Da mesma forma que ao longo de décadas de agressão estrangeira apenas o Governo de Lisboa tolerou acções contra Angola, dentro do seu território. Mesmo quando a ONU impôs sanções aos dirigentes da UNITA, Lisboa fechou os olhos e arrastou os pés.
Jonas Savimbi foi recebido no Palácio de Belém pelo Presidente Mário Soares, quando as suas tropas, organizadas e comandadas pelos generais do apartheid, matavam milhares de civis angolanos, provocavam êxodos de milhões de pessoas, destruíam importantes complexos económicos e todos os circuitos de produção e distribuição, fazendo de cada angolano um cidadão sitiado. O chefe da UNITA foi recebido na Presidência da República Portuguesa ao mesmo tempo que cidadãos portugueses eram raptados e maltratados pelas tropas de segunda linha do apartheid.
A Jamba era um campo de concentração onde angolanos, portugueses e outros cidadãos estrangeiros estavam aprisionados. Nem isso levou o poder político em Portugal a retirar o apoio a Savimbi. Pelo contrário, deputados dos partidos do “arco da governação” corriam todos os dias para a Jamba. Hoje temos a certeza de que é uma opção consciente e calculada.
Não foi por acaso que uma delegação parlamentar da UNITA ainda há poucos dias teve interlocutores atentos e obrigados na Assembleia da República, mesmo depois de se conhecerem até ao pormenor as ligações do partido à PIDE-DGS. Mesmo depois da apresentação de provas esmagadoras que mostram as forças de Savimbi como tropa de segunda linha do regime nazi de Pretória. E, sobretudo, após o mundo tomar conhecimento de que a Jamba era o centro de uma organização mafiosa que traficava diamantes de sangue, droga e marfim.
Os deputados portugueses ouviram, sem a menor reacção de repúdio, na Assembleia da República em Lisboa, o presidente do Grupo Parlamentar da UNITA falar do Tratado de Simulambuco, como se esse resquício do colonialismo mais rasteiro pudesse ser exibido na casa da democracia portuguesa. Em Portugal vale tudo, desde que seja contra o regime democrático angolano. Até os actos apodrecidos da defunta monarquia se transformam em memórias heróicas do povo português. Dá que pensar.
A relação com o Brasil, cada vez mais estreita e robusta, mostra de uma forma muito evidente os equívocos das elites portuguesas corruptas e ignorantes em relação a Angola. Péricles, o grande cartoonista brasileiro, criou nas páginas da revista “Cruzeiro” o imortal “Amigo da Onça”. Hoje essa figura bisonha e cínica assenta que nem uma luva nas mesmas lideranças políticas em Portugal. É difícil perceber tanto anacronismo e tanta cegueira política.
Praia, Bissau, São Tomé, Maputo e Brasília nunca foram palco de conspirações contra Angola. Só Lisboa, orgulhosamente só, continua a dar guarida a todos os inimigos da democracia angolana, estendendo-lhes a passadeira vermelha e ao som de trombetas e fanfarras. Cada qual escolhe os amigos que quer. Portugal escolheu a Jamba e agora escolhe os antigos colaboradores de Savimbi. O Brasil esteve sempre com Angola, nos bons e nos maus momentos. Os factos são evidentes. Contra factos não há argumentos. O Presidente José Eduardo dos Santos e a Presidente Dilma acabam de assinar uma declaração de amizade e solidariedade e reforçar a parceria estratégica entre Angola e Brasil. Os irmãos que se respeitam, que se abraçam, que cultivam boas relações, são assim.
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