sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

China comprou 1100 milhões de euros de dívida pública de Portugal


O Prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, comentou o leilão da dívida pública portuguesa, considerando a taxa de juro "ruinosa" e alertando que "mais sucessos [destes] e a periferia europeia será destruída".

Pretoria (Canalmoz) - A China comprou uma parte da dívida portuguesa por 1,1 mil milhões de euros. Segundo o diário português «Jornal de Negócios», a realização da operação foi confirmada no próprio dia pelo Ministério das Finanças de Portugal que, no entanto, não divulgou a identidade do comprador.

A Espanha, outro país da União Europeia a braços com uma crise financeira, vendeu ontem a totalidade dos três mil milhões de euros em dívida a cinco anos, com a procura a ser superior ao dobro do montante oferecido. O juro médio subiu, no entanto, para 4,542%. A taxa média que o Tesouro espanhol se comprometeu a pagar pela dívida a cinco anos subiu para os 4,542%, contra os 3,576% registados num leilão comparável em início de Dezembro.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pediu confiança na capacidade de Portugal e Espanha reequilibrarem as contas públicas e eliminarem o défice, declarando “absurdos” os juros actuais sobre as obrigações.

O Prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, comentou o leilão da dívida pública portuguesa, considerando a taxa de juro “ruinosa” e alertando que “mais sucessos [destes] e a periferia europeia será destruída”.

Na apreciação que faz no seu blogue, o economista considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa “pouco menos que ruinosa”.

O governo português colocou ontem as obrigações do tesouro a um prazo de dez anos com uma taxa de juro de 6,716%, inferior à da emissão anterior, que atingiu os 6,806%, tendo registado uma procura 3,2 vezes superior à oferta. Na maturidade a quatro anos, a taxa de juro foi de 5,396%.

No seu comentário, Krugman sublinha que “considerar um sucesso a capacidade de Portugal colocar obrigações a dez anos a uma taxa de juro de “apenas” 6,7% diz alguma coisa do profundo desespero da situação europeia”.

(Redacção) 2011-01-14 05:53:00

Imagem: treehugger.com

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