Maputo (Canalmoz) – Um pai de identidade não revelada pelas autoridades está detido pela Polícia da República da República de Moçambique (PRM), indiciado de tentar vender o seu próprio filho de 6 anos, de sexo masculino, por 500 mil meticais. A intermediária também não identificada está igualmente encarcerada. O caso deu-se no município da Matola, província de Maputo.
Nos registos de ocorrências criminais da semana passada, consta que o detido, vinha praticando há muito o negócio de venda de pessoas. “Ontem (segunda-feira) no município da Matola, foram detidas duas pessoas por tentativa de venda de um menor de 6 anos. O primeiro é o progenitor da criança e o segundo é a intermediária no negócio”, disse ontem à Imprensa o porta-voz do Comando Geral da Polícia, Pedro Cossa.
A Polícia acredita tratar-se de uma rede de tráfico de pessoas, daí que optou por ocultar a identidade dos detidos, com a justificação de “não afugentar os demais membros da rede”.
Segundo a Polícia, o pai confessou ter tentado vender o seu filho alegando que o fazia para “livrar-se do menor, uma vez tratar-se de um filho nascido de uma relação extraconjugal”, disse Pedro Cossa.
A Polícia disse ainda ter confirmado que o menino de 6 anos vivia com o pai e a madrasta. “E até agora ainda não conseguiu localizar a sua mãe biológica”, disse Cossa.
A detenção destas duas pessoas foi possível graças a denúncia da pessoa que havia sido contactada pela intermediária sobre um negócio avaliado em 500 mil meticais. Montou-se um esquema e no momento em que se procedia ao pagamento dos valores da venda da criança, os autores foram detidos, em flagrante, no local, pela Polícia de Investigação Criminal.
Moçambique centro de tráfico de pessoas
Este é apenas um caso que vem evidenciar o que as instituições internacionais têm reportado sobre Moçambique. Relatórios do Departamento do Estado norte-americano que são publicados anualmente, fazendo uma radiografia de todos os países do mundo, têm apontado Moçambique como centro de tráfico de pessoas. A vulnerabilidade das fronteiras nacionais é uma das razões, que, segundo as avaliações internacionais, tem permitido o tráfico transnacional de pessoas.
Já em 2010, a ministra da Justiça anunciou que foram registados 150 casos de tráfico de pessoas em todo o país. O principal destino das crianças traficadas em Moçambique é a África do Sul.
Neste caso abortado pela Polícia, Pedro Cossa disse que os compradores da criança tinham por objectivo levá-la para fora do país.
(Cláudio Saúte) 2011-01-12 05:48:00
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