segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Uma réstia de luz


É como que uma revelação divina, o despertar com a luz solar, e ouvir o esvoaçar e ver o verdejar, e o demais que ainda insiste, e resiste. Perante tanta destruição infundada ainda há políticos que nos garantem bem-estar e harmonia social. E sentimos a vida encurtar-se sem remissão, sempre na sonoridade das mesmas palavras sem sentido.

Continuamos sem sabermos para onde nos empurram, porque perante tanta sensaboria cada vez mais nos encostam ao abismo do ir e não regressar. Há muita velocidade na destruição de tudo o que nos cerca, e muita lentidão no futuro das nossas vidas. Parece que até a esperança e o amor nos destruíram.

Ainda uma réstia de luz ecoava na floresta, mas, os humanos não compreendiam o porquê do equilíbrio que pairava ancestral. E desequilibraram tudo, plantaram árvores, e luz de betão. E ficaram muito felizes. Quando não mais os nossos olhos não repousarem no verde vegetal, então podemos dizer: adeus minha Terra e meu Mundo amados.

E ficamos na irreversibilidade dos nossos anos, nos lamentos do tempo perdido. Se voltasse atrás não cometeria tal erro. Mas voltando e o erro reparado, verificamos que continuamos presos do tempo. Envelhecemos, mas contudo o nosso espírito cada vez mais se rejuvenesce. Ficamos como que estáticos nas celas do tempo, a vê-lo passar tão irremediavelmente. O tempo permanece, alguns de nós não são esquecidos, mas a maioria é como se nunca existisse, nunca são lembrados.

São muitos os caminhos da vida mas desconhecemos qual deles seguir. Normalmente seguimos o errado. Decidimos escolher outro, e outro, e verificamos que continuamos no rumo errado. Até que finalmente aprendemos, descobrimos o caminho certo. É aqui que atingimos o cume da Verdade, os momentos derradeiros, o êxtase no fim da nossa vida. Creio que é isto o que se chama viver.




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