segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mais avassaladoras proporções se aproximam


Agora temos uma coisa nova, mais recente. Os povos lastimam-se e prometem barbárie.
E denunciam, que agora, até os estrangeiros lhes roubam os lugares de venda nas ruas, e em todo o lado. E exemplificam: «os estrangeiros, à noite, vendem também nas ruas como nós, e roubam-nos o nosso ganha-pão. E não sabemos quem está por trás disto, porque até andam com camiões a venderem cerveja Cuca, a três cem kwanzas. Isto é muito desleal. Querem acabar com a gente. Olhem! Nós preparamo-nos para expulsar todos os estrangeiros. Nunca pensámos que isto chegasse a tal ponto. Como este governo não nos liga, quer-nos é matar, nós faremos justiça pelas próprias mãos.»
E mais: o curioso é que até já dizem: «o nosso presidente não é presidente de Angola nem dos angolanos. É presidente do petróleo.»

Entretanto, um analista-bajulador disse na RNA, Rádio Nacional de Angola, que o conflito no Egipto nada tem a ver com o da Tunísia. Neste houve uma genuína revolta popular, e no Egipto não, é uma revolta comandada por partidos políticos, e como tal não terá sucesso.

Pobre e infortunada Angola que contas no teu seio com tamanhas anormalidades que te conduzirão ao fim inglório das outras ditaduras.

E um pacotinho de azeitonas verdes que custava cem kwanzas, custa agora duzentos kwanzas. Síndroma da Tunísia?
Coisas da ditadura!

Imagem: matutando.com

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