Sem hábitos de leitura não é possível formar… não existe povo, nunca existirá nação angolana.
«Os terríveis últimos momentos de uma cidade, apanhada na armadilha mortal de um vulcão. A 24 de Agosto do ano de 79 d.C., a cidade de Pompeia conheceu o seu fim devastador, quando o poderoso Vesúvio entrou em erupção, inundando os seus habitantes com pedras, cinza e fumo.
Alguns conseguiram escapar, mas os que permaneceram foram sepultados para sempre ao cair.» (1)
Manos e manas! Não sabem rezar? Então é bom que aprendam. Rezemos pois então para que não nos invada também a religião do chicote e da pedra. A exterminação das abelhas pela BAYER, que factura biliões com os seus agrotóxicos, e mata biliões de abelhas. Já viram o que é vivermos sem abelhas?!. Acaba a polinização das plantas, e lá se vão os nossos quiabos e a nossa jimboa. O mano Gbagbo perdeu as eleições, e até agora está cheio de truques para ganhar tempo. Não quer entregar o poder ao mano democrata Ouattara. E os nossos Gbagbos estão bem chateados porque o seu amigo sincero, de longa data, da coexistência pacífica, grande amigo do povo angolano, o garante da estabilidade, está a levar a Costa do Marfim para a Costa do Ferro e do Fogo. Que por este cirandar não tarda muito, não. Por aqui os nossos do Politburo estão muito atentos, porque esta nossa Costa é também a cópia perfeita da outra. Quer dizer, não são mais países, são democracias empresariais. É isso que querem fazer da África só para eles, países-presidentes-empresários.
«Em África andamos ao sabor de golpes de estado palacianos, manipulações eleitorais orientadas e assessoradas por brasileiros, franceses, portugueses, ingleses, financiadas pela China, África do Sul, Itália. Na procura de acesso privilegiado aos recursos naturais de África o que há muito já se fazia, eles se tornaram na moeda de troca de políticos pouco escrupulosos deste continente flagelado por guerras e doenças.» (2)
Entretanto, quais são os gastos mensais de cada ministério e órgãos da Presidência da República? Nunca o saberemos. Enquanto caminhamos assim, no muito secreto, também nunca seremos nação. Mas apenas como um lar muito desorganizado, onde impera a anarquia. Entretanto, o álcool, a feitiçaria e as seitas religiosas despedaçam Angola, tornam-se como consumo obrigatório, ou como os já citados agrotóxicos. As famílias, principais células de uma nação, simplesmente não existem, desapareceram. Para onde? Ninguém sabe. Talvez para um episódio dos XFILES. Pode-se afirmar, que já não se sabe qual é a função dos pais e dos filhos. Continuando neste rumo incerto, decerto não sobreviveremos à hecatombe. Angola está moribunda, pronta para o seu óbito.
«Assim e para satisfazer os seus apetites sempre crescentes, retalham e vendem os recursos naturais de seus países sem olhar para a legislação nacional nem para o conceito básico de que os países pertencem aos seus povos integralmente.» (3)
E a chuva fomenta o trabalho que lhe compete: obedecendo à Natureza, limpa, varre, e arrasta as más obras dos especuladores imobiliários, claro, que os maus filhos dos homens fizeram debaixo do sol, como no Eclesiastes. Mata inocentes abandonados pela caixa social do petróleo e o lixo desumano. A questão é: Serão as mesmas empresas de sempre a executarem as mesmas obras para mwangole ver? Para tudo ficar pior que antes? Sabemos de antemão, todos nós, que tudo não passa de um estratagema, de uma brutal negociata. Não são canteiros de obras, são canteiros dos desvios do erário público. De qualquer modo resta-lhes o mérito final da desintegração de Luanda-Pompeia. É muito preocupante notar que não se leva ninguém a tribunal, e os fiscais apenas perseguem as zungueiras, e os tubarões vão-nos devorando, protegidos pela injustiça da expectativa dos vulcões adormecidos, mas que a qualquer momento entrarão em ebulição.
«Os famosos e ricos tem o seu lugar garantido neste mundo mas não pode ser à custa de sugarem o sangue de milhões de crianças.» (4)
E o fundamentalismo islâmico ronda-nos, aperta-nos, cerca-nos como uma tenaz, dessas dos estrategas militares, para lançar as suas garras sobre Angola. A China envia-nos mão-de-obra escrava que deveria ser utilizada na formação do angolano. Mas não, é ao contrário. A mão-de-obra chinesa é mais atrasada que a dos mwangoles. Entretanto, nos outros países, os fundamentalistas islâmicos dizimam os cristãos. Mas que futuro perturbador nos está reservado. É só terror que os fazendeiros da morte semeiam. Os cadáveres humanos são o adubo na terra sangrenta. Pretende-se pura e simplesmente a destruição da civilização ocidental pelas ondas do tsunami fundamentalista islâmico.
A nossa jangada navega em águas putrefactas, infestadas de crocodilos e serpentes que nos dilaceram, nos devoram. E por esta Luanda só se vê tristeza e desolação, e diariamente tudo se complica sem solução. Já ninguém acredita em ninguém. É o tempo do chorar das lágrimas sob o olhar silencioso, matreiro, malicioso, hipócrita e cúmplice da Santa Madre Igreja, que bebe do mesmo cálice consagrado do petróleo. Não há nenhuma sobra de Angola para nós?!
É possível conceber um país, onde as mulheres conseguiram ultrapassar os homens na grande marcha gloriosa do alcoolismo? Não há aqui uma bizarra intenção por trás disto? Porque não se acabam desde já com as publicidades-apelos ao consumo do álcool? É um bom negócio do lucro fácil, não é?! Por todo o lado só se vê a venda e a ingestão desalmada de etanol. Por exemplo: a prostituição, sua aliada sincera, felicita-se perante tal multidão de adeptas, num futuro também prostituído. Perante quase total desemprego, só o há para a invasão estrangeira, que se fará quando o vulcão da xenofobia eclodir?
«A elite política internacional tem de entender que jamais poderá derrotar o terrorismo eleito ponto principal da agenda enquanto não houver participação integral de países como a Rússia e a China.» (5)
E a Lwena recordando os tempos: no tempo dos brancos a luz e a água nunca faltavam. Agora que somos independentes não temos nada dessas coisas, porquê?!
É como que uma revelação divina, o despertar com a luz solar, ouvir o esvoaçar e ver o verdejar, na podridão conjuntural que ainda insiste, e resiste. Perante tanta destruição infundada ainda há políticos que nos garantem bem-estar e harmonia social. E sentimos a vida encurtar-se sem remissão, sempre na sonoridade das mesmas palavras sem sentido.
Continuamos sem sabermos para onde nos empurram, porque perante tanta sensaboria cada vez mais nos encostam ao abismo do ir e não regressar. Há muita velocidade na destruição de tudo o que nos cerca, e muita lentidão no futuro das nossas vidas. Até a esperança e o amor nos destruíram.
Ainda uma réstia de luz ecoava nesta floresta, mas, os especuladores imobiliários não compreendiam o porquê do equilíbrio que pairava ancestral. E desequilibraram, arrancaram, devastaram tudo, nem uma árvore sobrou e importaram palmeiras a fingir que a miséria por aqui ainda se mantêm tropical. E plantaram árvores e luz de betão. E ficaram muito felizes. Quando não mais os nossos olhos não repousarem no verde vegetal, então podemos dizer: adeus minha terra e minha Angola amadas.
E ficamos na irreversibilidade dos nossos anos, nos lamentos do tempo perdido. Se voltasse atrás não cometeria tal erro, costumamos dizer. Mas voltando e o erro reparado, verificamos que continuamos presos do tempo dos erros. Errar é humano? Não! Errar é dos idiotas! Envelhecemos, mas contudo o espírito dos esclarecidos cada vez mais se rejuvenesce. Ficamos como que estáticos nas celas deste tempo que nos impõem, a vê-lo passar tão irremediavelmente. Todavia, o tempo permanece, alguns de nós não são esquecidos, mas a maioria é como se nunca existisse, e jamais serão lembrados.
São muitos os caminhos da vida mas desconhecemos qual deles seguir. Normalmente seguimos o errado. Decidimos escolher outro, e outro, e verificamos que continuamos há mais de trina e cinco anos no rumo errado. Até que finalmente aprendemos, e depois de nos libertarmos dos contrários, descobrimos o caminho certo. É aqui que atingimos o cume da Verdade, os momentos derradeiros, o êxtase no fim da nossa vida. Creio que é isto o que se chama viver.
República de Angola, ou república da Sonangol? Luanda, construa agora, que a chuva depois destrói. Na periferia de Luanda já quase nada resta… já está tudo destruído, sobra apenas o asfalto colonial. Nunca se viu tanta incursão, uma vontade férrea, indómita de destruição. Nos canteiros das obras do Inferno, quem fomenta miséria colhe revolta. E os nossos bajuladores analistas económicos da nossa praça são unânimes em que o aumento do preço do petróleo é muito bom para a economia angolana. Eis a salutar sapiência, o exemplo dos nossos superdotados.
Não sei como é possível a felicidade depois de mortos nos reinos dos céus. E que devem lá morar para aí uns triliões, nunca ninguém os contou, não é?!, ou muitas mais almas. Com tanta gente lá no Céu, afinal um Inferno demográfico, não é possível com toda a certeza lá viver em paz. É um gigantesco engarrafamento de trânsito humano, decerto a imitar Luanda.
Angola é um país democrático, tem um governo e instituições democráticas, mas ninguém se pode manifestar. Quem o tentar – a legalidade democrática decretada diz que só se aceitam manifestações de movimentos espontâneos e dos comités de especialidade – denunciando alguma figura pública, marchando contra a corrupção, ou qualquer incontável injustiça, o caminho, o rumo da nova vida certa que o aguarda é a prisão. Ainda há por aqui e por aí, governantes que instituem a ditadura democrática do proletariado, convictos de que esse sistema político é o adequado para estes tempos novos de uma nova vida. Há países produtores de petróleo que sustentam adequadamente as suas economias e as suas populações. Em Angola é ao contrário, o petróleo tudo complica e muita miséria fabrica. Parece-se mais com uma democracia à Talibã.
Luanda é mais um império da miséria que se edifica. Isto parece mais o tempo dos piratas das Caraíbas, da Tortuga e demais refúgios. É a pirataria democrática. Nunca esta miséria de filosofia teve tantos adeptos, como nestes momentos tão adequados. E o campeonato da destruição prossegue. Mas para quê continuar a nos governar, se água e luz, nada, não nos conseguem dar? E prendem quem quer que seja, em qualquer momento, de dia ou de noite, impõem, são o terror. Continuamos como que a viver debaixo de um regime militarizado, e assim as coisas não andam, não funcionam. E enquanto este estado de coisas se mantiver, não haverá futuro para ninguém. Apenas os detentores das riquezas petrolíferas não terão razão de queixa. Os restantes, a grande maioria, os milhões, perecerão nas celas da selva da morte.
Quando o sol do entardecer se extingue nasce outro mar. As ondas como que desaparecem, se escondem da nossa visão, mas o seu som permanece triunfante. Parece funcionar sempre do mesmo modo, mas não, está em contínua revolução. Toda a Natureza muda, e nós insistimos na sua e na nossa destruição. Entretanto, um fim de tempo aproxima-se velozmente e outro se comemora.
Tantos anos passados e não recordados, para sempre perdidos na bruma do tempo. Como uma profusão de jovens folhas verdes que rapidamente amarelecem, e nos abandonam, deixam a nossa companhia. Amar é desejar a memória do tempo perdido. E um só amor é mais valioso do que todos os outros que procuramos e não encontramos.
Na nossa monotonia há muitos anos quebrada, reflectimos que vamos envelhecendo, enquanto o passado aumenta inexorável, o nosso futuro encurta-se. Creio que é esta a sensação dos anos perdidos e lembrados de quando em vez. República de Angola, ou República da Sonangol? Luanda, construa agora, que a chuva depois destrói
«É quase Natal e 2011 já bate a porta. A vergonha em África e Moçambique em particular é que a maioria não tem nada para celebrar. A fome vai caracterizar as suas mesas se é que mesas possuem.» (6)
(1) www.dvdpt.com/p/pompeia_o_ultimo_dia.php
(2), (3), (4), (5), (6) canalmoz
Sem comentários:
Enviar um comentário