segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mais avassaladoras proporções se aproximam


Agora temos uma coisa nova, mais recente. Os povos lastimam-se e prometem barbárie.
E denunciam, que agora, até os estrangeiros lhes roubam os lugares de venda nas ruas, e em todo o lado. E exemplificam: «os estrangeiros, à noite, vendem também nas ruas como nós, e roubam-nos o nosso ganha-pão. E não sabemos quem está por trás disto, porque até andam com camiões a venderem cerveja Cuca, a três cem kwanzas. Isto é muito desleal. Querem acabar com a gente. Olhem! Nós preparamo-nos para expulsar todos os estrangeiros. Nunca pensámos que isto chegasse a tal ponto. Como este governo não nos liga, quer-nos é matar, nós faremos justiça pelas próprias mãos.»
E mais: o curioso é que até já dizem: «o nosso presidente não é presidente de Angola nem dos angolanos. É presidente do petróleo.»

Entretanto, um analista-bajulador disse na RNA, Rádio Nacional de Angola, que o conflito no Egipto nada tem a ver com o da Tunísia. Neste houve uma genuína revolta popular, e no Egipto não, é uma revolta comandada por partidos políticos, e como tal não terá sucesso.

Pobre e infortunada Angola que contas no teu seio com tamanhas anormalidades que te conduzirão ao fim inglório das outras ditaduras.

E um pacotinho de azeitonas verdes que custava cem kwanzas, custa agora duzentos kwanzas. Síndroma da Tunísia?
Coisas da ditadura!

Imagem: matutando.com

Síndroma Tunísia. Regime em pânico


Luanda. 31Jan11. No seu noticiário principal das treze horas, a RNA, Rádio Nacional de Angola, guardou mais uma vez silêncio sobre o que se passa no Egipto.
Ainda nas vestes marxistas-leninistas, o regime tudo faz para ludibriar a nossa opinião pública. Mas tudo será em vão, esta ditadura também não sobreviverá.
No fundo, parece uma actualização da perestroyka.

Imagem: jornalismocomcerveja.wordpress.com

Será chinês?

Luanda. Cimento de origem duvidosa à venda em Luanda.
Crescem temores sobre a sua utilização na construção civil.
Mais este imenso perigo nos espreita.

In LAC

Pequim envia aviões para retirar chineses do Egito. Rebeliões populares semelhantes às do

Egito e da Tunísia serão inevitáveis na Rússia,
Pequim enviou dois aviões para o Egito para transportar para a China os cerca de 500 cidadãos chineses que estão no aeroporto do Cairo (Egito), anunciou hoje a edição online China Daily.
Um avião da Air China partiu de Pequim às 11:30 locais com destino ao Cairo, prevendo-se que transporte 265 dos 500 cidadãos que estão retidos no aeroporto internacional do Cairo.
Os restantes cidadãos chineses deverão ser transportados par
Rússia: Rebeliões «serão inevitáveis», diz analista


Rebeliões populares semelhantes às do Egito e da Tunísia serão inevitáveis na Rússia, restando saber a forma que irão adquirir, declarou à Lusa o general na reserva Leonid Ivachov, diretor da Academia de Problemas Estratégicos.
«A repetição dos acontecimentos no Egito e na Tunísia é inevitável na Rússia, mas poderá ter outro caráter. Quando o poder e o povo são adversários, tornam-se inevitáveis mudanças radicais», considera Leonid Ivachov, que já fio responsável pelas relações com a NATO no Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.
«Resta saber se irá dar-se sob a forma de uma revolta violenta ou se o poder encontrará coragem para evoluir no sentido de reformas radicais. Por enquanto, o poder nada de bom trouxe a ninguém, faz tudo para bloquear o desenvolvimento dos partidos e dos movimentos sociais, representa apenas uma pequena maioria», sublinha.
Diário Digital / Lusa

Egito: C-130 a caminho do Cairo para retirar portugueses

A Força Aérea Portuguesa enviou esta madrugada um C-130 para o Cairo para retirar portugueses do Egito, disse fonte militar.
Ver também:
Japão envia aviões ao Cairo para repatriar japoneses
EUA começam a retirar cidadãos a partir de hoje
Milhares desafiaram recolher obrigatório
Oito portugueses «retidos» no aeroporto do Cairo
Ator egípcio Omar Sharif está solidário com o povo

diáriodigital

Ditaduras em África em colapso. Ditador Mubarak prepara fuga do Egito


Brasil - O ditador Hosni Mubarak estaria ultimando os preparativos para deixar o Egito, segundo adiantou, no início da noite desta sexta-feira, o canal norte-americano de TV CNN.

Fonte: AFP/correiodobrasil.com.br Club-k.net

Ditaduras em África em colapso
De acordo com o editor Marco Vicenzino, que escreve sobre análise de risco geopolítico e dirige a organização Global Strategy Project, com sede em Washington, a pressão popular que derrubou o líder do regime na Tunísia, Ben Ali, tem influenciado os egípcios a lutar pela queda da ditadura que se mantém no poder há 30 anos.

“A melhor opção para Mubarak é oferecer ao Egito uma pouso seguro após deixar o país, permitindo que as eleições marcadas para setembro deste ano ocorram de forma livre e justa, sob a supervisão dos organismos internacionais”, escreve o jornalista.

Ainda segundo o editor da emissora norte-americana, “a promessa de deixar o caminho livre para uma transição capaz de manter a estabilidade política do Egito demanda um programa político pragmático, capaz de garantir a segurança de Mubarack, que já completou 82 anos, e seu círculo mais próximo”.

Os EUA apoiaram a instalação das ditaduras tanto no Egito quanto na Tunísia, “mas as mudanças na região são inevitáveis”, conclui Vicenzino.

O ex-presidente norte-americano, Jimmy Carter, disse que a instabilidade política e a revolta da população no Egipto é um “terremoto” e que o presidente egípcio Hosni Mubarak provavelmente terá que deixar o cargo. O arquiteto do acordo que levou a paz entre Egito e Israel falou após criticas do líder da oposição no Egito, ElBaradei, de que os Estados Unidos apoiam um ditador.

Na Igreja Batista Maranata que frequenta, Carter comentou que os acontecimentos são “os mais importantes no Oriente” desde que Mubarak assumiu o cargo em 1981. Em sua opinião, a situação – com milhares em protesto nas ruas, pelo menos cem mortos e uma onda de saques - deve melhorar na próxima semana, mas o presidente terá de partir.

“Os Estados Unidos querem que Mubarak fique no poder, mas o povo é que decide”, declarou. Seu porta voz, Deanna Congileo, disse que o ex-presidente não falará mais sobre o assunto.

Foi Carter quem levou os então presidente egípcio, Anwar Sadat e primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, para um acordo de paz assinado em Washington em 1978, que rendeu a ambos o Prêmio Nobel da Paz. Em seguida, Mubarak se tornou vice-presidente do país e assumiu o cargo máximo no Egito em 1981 quando Sadat foi assassinado por opositores do acordo.

O ex-presidente ainda elogiou o Omar Suleiman nomeado no sábado o primeiro vice-presidente do Egito em 30 anos. "É um homem inteligente de quem gosto muito", afirmou, contando que tem mantido contato com o general egípcio. "Nos últimos quatro ou cinco anos quando eu vou para o Egito, não procuro Mubarak, que fala como um político. Se quero saber o que está acontecendo no Oriente Médio, eu converso com Suleiman que, até onde sei, sempre me diz a verdade.”

Americanos serão evacuados
O Departamento de Estado norte-americano anunciou que que há milhares de cidadãos dos Estados Unidos no Egito, que talvez precisem ser evacuados. O governo está disposto a fretar aviões para isso.

A secretária adjunta de Estado, Janice Jacobs, afirmou que apurará nos próximos dias o número de pessoas interessadas em deixar o país árabe. Eles devem voar para Atenas, na Grécia, Istambul, na Turquia, e Nicósia, em Chipre.

Hillary teme "ideologia radical"
Neste domingo, a chefe da diplomacia americana Hillary Clinton defendeu uma "transição organizada" no Egito. Questionada por um jornalista da rede ABC sobre se considerava que as mudanças ministeriais anunciadas por Mubarak durante o fim de semana eram suficientes, ela respondeu: "É claro que não". "É apenas o começo do que deve acontecer, um processo que leve a medidas concretas e culmine nas reformas democráticas e econômicas que temos pedido, e das quais o próprio presidente Mubarak falou em seu discurso (de sexta-feira)", acrescentou.

Ela admitiu que os Estados Unidos temem que um grupo radical assuma o poder. "O que nós não queremos é que uma ideologia radical tome conta de um país tão grande e importante no Oriente Médio", declarou

Entretanto, o governo do presidente Barack Obama não pretende neste momento suspender a ajuda financeira que dá ao Egito, ou mesmo considerar esta hipótese, segundo Hillary.

"Não há qualquer discussão neste momento sobre o corte de qualquer ajuda", enfatizou a secretária de Estado. "Estudamos e revisamos nossa ajuda constantemente, mas por hora buscamos transmitir uma mensagem muito clara: o que desejamos é que não haja violência ou qualquer provocação que desencadeie a violência", afirmou.

*com AP

Autoridades criam Sonangol – Indústrias


Lisboa - O Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana presidido pelo engenheiro Manuel Domingos Vicente formalizou recentemente a criação de uma subsidiária, a Sonangol- Industria cuja concepção foi impulsionada para deter exclusividade da gestão da Zona Econômica Especial (ZEE).

Fonte: Club-k.net

Terá sob tutela a Zona Econômica Especial
O projecto da nova subsidiária ainda não foi objecto de anuncio interno, porém, terá uma directora-geral, identificada por Ângela Feijó, 28 anos, formada em direito em Lisboa. A mesma trabalha a dois anos na Sonangol e detém um Mestrado Integrado em "Petroleum Geoscience" pela Universidade de Aberdeen na Escócia.

A Zona Econômica Especial (ZEE) ao qual a Sonangol Indústrias passará a cuidar cobre uma área geográfica entre a Província Luanda e Bengo. Acolhe 70 unidades frabis ao qual as autoridades estimam que venha gerar postos de empregos para mais de 14 mil pessoas. (ESTRANGEIROS?)

Esteve na sua primeira etapa sob cuidado do general Manuel Vieira Dias “Kopelipa” na qualidade de director do Gabinete de Reconstrução Nacional. Após a transferência para a petrolífera angolana, ficou sob alçada da subsidiária Sonangol Imobiliária e propriedade, Lda que tem como Presidente do Conselho Executivo, Francisco de Lemos Maria e dois vogais Orlando Veloso e Arnalda Van-Dúnem.

No seguimento de um ambiente de incompatibilidades internas, o líder da empresa Manuel Vicente retirou, a 31 de Maio de 2010 as competências a Francisco de Lemos passando a para Baptista Muhongo Sumbe, a quem a direcção da Sonangol - Indústria passará a responder. Baptista Sumbe tem ainda sob seu comando as direcções de Tecnologias de Informação (DTI), Administração e Apoio (DAA), Manutenção e Infra-estruturas (DMI), Sonangol Shipping, Sonangol Holdings.

Partido no poder quer fim das intervenções. MPLA avança com novo modelo de debate no Parlamento


Lisboa - O MPLA, pretende avançar com um novo método de discussão na Assembléia Nacional propondo que as discussões de diplomas de leis sejam apenas feitas nas respectivas comissões parlamentais e não nas plenárias como acontece. Os mentores deste método de debate invocam, que “perde-se muito tempo”, com os debates nas plenárias razão pela qual tencionam terminar com esta pratica.

Fonte: Club-k.net

Partido no poder quer fim das intervenções
A proposta de “restrição” de debate do MPLA esta a ser vista com reservas em círculos da oposição por entenderem que este método faz com que os deputados aprovem propostas sem que os colegas das outras comissões tenham domínio ou direito a palavra. Por exemplo, se os deputados da comissão A discutirem um certo assunto, os colegas da comissão B não poderão debater ou dar o seu ponto de vista porque os mesmos fazem parte de comissões diferentes.

Em meios políticos em Luanda, há suspeitas que a proposta do MPLA em banir o espaço de intervenções nas plenárias da Assembléia foi reforçado depois de terem surgido informações segundo a qual a oposição com realce a UNITA, anda a fazer confusão para que as discussões das plenárias sejam transmitidas em directo pela televisão. Na visão identificada nos pareceres dos dirigentes da UNITA, vigora que com a transmissão em directa dos debates ira permitir com que os telespectadores (eleitores) passem a conhecer as posições que os deputados de cada partido defendem.

O modelo de proposta do MPLA é também antecedido com uma outra proposta que visa reduzir o tempo das intervenções nas plenárias. O grupo parlamentar da UNITA, tem direito em cada plenária, 23 minutos para que os seus deputados possam intervir. O MPLA deseja que este tempo seja encurtado.

Há informação de que os deputados do MPLA na presente legislatura não participam nem fazem intervenção das plenárias por efeito da cultura que tem em votar /aprovar sem poderem questionar as propostas do “partido”. (Vão as plenárias com instruções para votar e não para contrariar as propostas do próprio partido).

A UNITA nota que há leis aprovadas mas que o povo desconhece quem foram os que aprovaram. Dão como exemplo a lei dos partidos políticos que já permite que as cores dos partidos podem ser iguais as da bandeira da República. Tal lei foi mudada depois de ter havido pressão legal para que o MPLA mudasse as cores da sua bandeira que se assemelham a da República de Angola.

Violentos Confrontos Durante Manifestação No Gabão


LIBREVILLE — Violentos confrontos entre jovens e forças da ordem ocorreram neste sábado no norte de Libreville, durante uma manifestação de simpatizantes do opositor e autoproclamado presidente do Gabão, André Mba Obame, constatou um jornalista da AFP.

Fonte: AFP CLUB-K.NET

Várias colunas de fumaça eram visíveis durante a tarde no bairro pobre de Rio. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo em uma praça antes de os jovens a invadirem, queimando objetos e lançando pedras contra quem tentava aproximar-se.

Um jornalista da AFP viu homens armados disparando para o ar causando pânico entre a população.

Segundo uma fonte do ministério do Interior, registrou-se "um ferido do lado da polícia, vítima dos manifestantes".

Os confrontos ocorreram durante uma manifestação a favor de Mba Obame, que formou seu próprio governo no último dia 25 de janeiro.

Seu partido foi dissolvido pelo Ministério do Interior por "não respeitar os princípios democráticos, atentar para a forma republicana do Estado, à soberania nacional e a ordem pública", segundo um decreto de quinta-feira.

Nessa mesma quinta-feira, as forças de segurança dispersaram em frente à sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) os simpatizantes de Mba Obame, refugiado desde terça-feira nesta agência da ONU.

Obame tinha afirmado na quinta-feira que só deixaria o local quando o organismo respondesse a sua demanda de reconhecimento.

"Viemos deixar uma carta para Ban Ki-moon (secretário-geral da ONU). Aqui esperamos sua resposta", declarou Mba Obame.

André Mba Obame, que questiona a eleição de Ali Bongo Ondimba como presidente do Gabão desde 2009, se autoproclamou presidente terça-feira e formou um 'governo'.

Ele sempre reivindicou a vitória na eleição de 30 de agosto de 2009. Ali Bongo venceu a votação e Mba Obame ficou em terceiro lugar.

Eduardo White lança antologia em Lisboa


Maputo (Canalmoz) - Eduardo White, poeta e escritor Moçambicano vai lançar amanhã, em Lisboa, a Antologia Poética – Nudos. O lançamento terá lugar no mítico «O Botequim», situado no Largo da Graça, às 19 horas.
É “o reencontro do Poeta «à mesa dos poetas», com a poesia servida num prato de sopa, com a pimenta preta, azeite e brôa, ou não tivera sido assim que Natália Correia um dia falava: - «Oh sub-alimentados do sonho, a poesia é para se comer!», lê-se no convite enviado à nossa Redacção pelo autor.
O prefácio é de Nuno Júdice e as ilustrações são de Mónica Castelo.
O livro é da Alcance Editores.

(Redacção) 2011-01-31 06:15:00

Egito: China segue situação e censura protestos


A China disse esta segunda-feira que segue de perto a situação no Egito enquanto mantém a censura às informações sobre os protestos naquele país, que fizeram mais de 125 mortos e milhares de feridos em quase uma semana, noticiou a AFP.
«A China segue de perto a evolução da situação no Egito», disse, em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei.
«O Egito é um país amigo da China e esperamos que a estabilidade social e a ordem pública sejam restabelecidas logo que possível no Egito», adiantou.
Diário Digital / Lusa

domingo, 30 de janeiro de 2011

Sudão: Jovens manifestam-se no centro de Cartum



Dezenas de jovens sudaneses manifestaram-se hoje no centro de Cartum contra o Governo num protesto que se saldou em várias detenções pela Polícia que utilizou gás lacrimogéneo.
Os manifestantes juntaram-se na Praça Jackson no centro da capital sudanesa, onde gritaram palavras de ordem contra o Executivo do Presidente Omar al Bachir.
Algumas pessoas que participaram no protesto afirmaram à Efe que a Polícia empregou a força para os dispersar e deteve alguns manifestantes.
Diário Digital / Lusa

Egipto. A cidade de lixo de Manshyiat Naser









Manshyiat Naser é uma espécie de favela, ou gueto, da cidade de Cairo, capital do Egito. Mas ela é mais conhecida como “A cidade de lixo” por causa da enorme quantidade de detritos que ficam espalhados pelas ruas.

As fotos podem parecer montagem, mas Manshyiat realmente existe e pessoas realmente vivem lá. A “cidade” tem ruas, casas, apartamentos e funciona como uma comunidade qualquer. O que muda é o trabalho dos habitantes da região: eles não só moram no meio do lixo, mas tiram seu sustento dele.

E, acredite se quiser, são os próprios moradores, conhecidos como Zabbaleen, que trazem o lixo para a região (usando carros, caminhões, ou qualquer outro meio de transporte) e separam o reciclável do resto.

Cada rua e cada edifício de Manshyiat são completamente tomados pelo lixo e você pode encontrar homens, mulheres e crianças fuçando na sujeira, sempre procurando por algo para vender.

Apesar de parecer um sistema absurdo, graças aos Zabbaleen, 80% de todo esse lixo é reciclado – o resto serve de alimentos para porcos ou é queimado, sendo usado como combustível. E o lixo representa um terço de todos os detritos produzidos no Cairo.

O modo de vida dessas pessoas se tornou também um modo de deixar as cidades mais limpas e o modelo foi copiado por outras cidades no mundo: Bombaim, Manila e até mesmo Los Angeles.[OddityCentral]

http://hypescience.com/a-cidade-de-lixo-de-manshyiat-naser/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+feedburner/xgpv+(HypeScience)

HYPESCIENCE

sábado, 29 de janeiro de 2011

Egipto: Repórter BBC diz que foi espancado com barra de aço


O jornalista da BBC Assad El Sawey afirmou ter sido espancado com barras de aço pela polícia secreta egípcia ao cobrir hoje uma manifestação que reuniu cerca de 15 mil pessoas no centro do Cairo.
Acrescentou que polícias à paisana o detiveram mesmo depois de se ter identificado como repórter.

diariodigital

«Quando me prenderam, começaram a bater-me com barras de aço, do tipo que se usa aqui para abater animais», afirmou.
O repórter, que sofreu ferimentos na cabeça, disse ainda ter sido alvo de pancadas com cassetetes eléctricos.
«Um grande número de jornalistas estrangeiros estava lá e todos foram levados em boleias de camião», afirmou.
Acrescentou ainda que a polícia foi «muito, muito brutal».
O ataque ocorreu, segundo El Sawey, cerca das 13:00 locais, logo após as orações tradicionais de sexta-feira.
Contou que estava na Praça Ramsés, uma das maiores do centro do Cairo, quando o protesto começou a ficar violento.
Mesmo mantendo-se longe dos confrontos, «a cerca de 300 metros», o repórter foi abordado pela polícia secreta.
Assad El Sawey disse que a polícia secreta estava atrás de jornalistas

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Luanda. Última hora. A síndroma da Tunísia

Luanda, 28Jan11. No noticiário das vinte horas da RNA, omitiram por completo a situação no Egipto.

Angola, sindroma da Tunísia


Luanda, 28Jan11. No noticiário das vinte horas, a RNA, Rádio Nacional de Angola, no enunciado das principais notícias, silenciou o que se passa no Egipto. No noticiário anterior das treze horas, também optou pelo silêncio.

Não será de admirar que o seu congénere, Jornal de Angola, amanhã se refira ao Egipto assim: Egipto, depois de pequenos tumultos praticados por meia dúzia de manifestantes, a situação está calma e sob controlo no Cairo.
Coisas da nossa ditadura.

Imagem: jottas.wordpress.com

Egipto, a luta continua


Violentos tumultos no Egipto, enquanto manifestantes tomam as ruas

CNN

Egito: Manifestações e violência estendem-se a todo o Cairo



Os protestos contra o regime de Hosni Mubarak estenderam-se hoje a toda a cidade do Cairo, palco de violentos confrontos entre polícia e manifestantes em vários locais, noticiaram agências internacionais.
A polícia respondeu aos protestos dos milhares de pessoas que saíram da oração semanal disparando balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água. Muitos manifestantes responderam lançando pedras.
O principal opositor, Mohammed ElBaradei, foi um dos atingidos pelos canhões de água e estava ao princípio da tarde retido dentro de uma mesquita cercada por centenas de polícias, que dispararam granadas de gás lacrimogéneo para as ruas em redor para que ninguém possa fugir do local.
Diário Digital / Lusa
Imagem: CNN

As manifestações no debate na Rádio Ecclesia

No debate de hoje de manhã na Rádio Ecclesia, levantou-se a questão da teimosa proibição das manifestações em Angola.

Para os nossos novos-ricos. Vende-se iate do Madoff


Preço muito acessível, três milhões de dólares. Apenas uns míseros barris de petróleo
El yate de Madoff se malvende en Gibraltar por 3 millones
El barco Bull, que perteneció a Bernard Madoff, fondeado en Gibraltar. | Leopard 27

In elmundo

Egito: Internet inacessível no país



A Internet estava inacessível hoje de manhã no Egito, segundo utilizadores e hotéis do Cairo contactados pela agência francesa AFP, a poucas horas de novas manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak.
Vários utilizadores particulares contactados pela AFP em vários pontos do país disseram igualmente que não tinham acesso à rede.
Diário Digital / Lusa

Os bancos, sempre os bancos


Comissão diz que reguladores e bancos são culpados da crise financeira
In Público

Editorial. O caso Sudão pode levar à redefinição das fronteiras em outros países de África?


Maputo (Canalmoz) - O caso do Sudão acaba de entrar na ordem do dia ao mesmo tempo que abre um precedente em África que pode alterar um dos preceitos mais sólidos da carta da Unidade Africana desde a fundação da organização continental cujo propósito inicial foi: promover a luta contra o colonialismo. O povo do Sudão votou há dias, em referendo, a favor da divisão do País em duas partes. O Sul vai separar-se do Norte e vai tornar-se um outro país.
O Sul, rico em recursos mas até aqui sem poder e marginalizado em termos de desenvolvimento sócio-político, acaba de dizer BASTA, ao Norte, pobre mas que concentrava o poder político, desprezando o Sul.
No Sudão, pelo meio das desavenças que se foram sucedendo com as mais variadas motivações, o factor religioso, com o Sul cristão e o Norte islâmico, só deu o pretexto necessário para justificar o conflito armado entre forças pró-independência do Sul, e o grupo nortista que se supunha a si mesmo, senhor absoluto de tudo e de todos que se sentia. E se opunha ainda à descentralização efectiva do Poder e da riqueza num contexto de Estado unitário, embora fosse fazendo alguns exercícios que não passaram afinal de manobras de distracção de cidadãos que ingenuamente se foram deixando iludir até que, finalmente, “meterem os pés à parede” e assumiram que, realmente, BASTA.
No Sudão uma sucessão de factos acabou por forçar o Referendo e, nele, os cidadãos acabaram por votar massiva e esmagadoramente pela separação do Sul, rico, cristão e farto da exploração da riqueza por um grupo sediado noutra região, sem que durante anos fosse capaz de perceber que a riqueza e o poder económico não podem estar concentrados numa oligarquia insaciável e obcecada pela oportunidade que a história lhes proporcionou. Acabou, assim, o grupo que se arvorava com Poder Político, por ceder aos que menos podiam. A persistência de uns acabou vencendo os teimosamente obcecados pela ideia de que o Poder seria seu eternamente.
No Sudão, a região rica, que foi subalternizada relativamente àquela onde se instala o poder político formal, vai agora constituir-se num novo País.
No Sudão, a riqueza política e económica, não tendo sido distribuída a tempo, acabou por dar no que deu. O Sudão vai-se dividir formalmente, este ano, por vontade dos cidadãos que participaram no Referendo, e em África vai surgir assim mais um novo País.
Trata-se do primeiro processo de redefinição de fronteiras em África, pós descolonização. Mas, nas últimas décadas, tem-se visto o mesmo noutros continentes. Vários casos semelhantes poderiam ser citados. Todos eles com motivações análogas. Sempre a má distribuição da riqueza política e económica a suscitar as clivagens. Sempre o factor étnico e religioso como pretexto. Sempre grupos no Poder sem capacidade de compreenderem as dinâmicas sociais, económicas e políticas que estão a acontecer nos países sob sua liderança. Sempre grupos que se pretendem eternizar no Poder e tudo fazem para subverter o que faz da Democracia “o menos mau de todos os sistemas políticos existentes” na Humanidade, como, sensivelmente assim, dizia, em meados do século passado, Wilson Churchill – o visionário britânico que chegou a primeiro-ministro de Inglaterra.
O caso do Sudão não é o único em África. Há razões mais do que suficientes em vários países para que, mais dia menos dia, as coisas se encaminhem para cenários semelhantes ao do Sudão. Há muitos mais casos que não vamos aqui citar para não corrermos o risco de nos esquecermos de alguns. Mas um dos mais gritantes, será, talvez – à parte a Nigéria – o caso de Cabinda, que nunca foi sequer uma colónia portuguesa, mas, sim, um dote, à semelhança, aliás, do que foi Macau, território que a própria China e Portugal sempre insistiram que não se tratava de colónia, quando preparavam o mundo para o retorno de Macau à soberania da China.
O caso do Sudão pode suscitar a partir de agora outros casos de ruptura de estados até aqui unitários, se determinados governos insistirem na sua miopia e continuarem a esquecer-se que a riqueza de um País tem de ser distribuída de forma equitativa, embora se admitam as devidas diferenças naturais e a necessidade das zonas mais ricas serem solidárias, no contexto do Estado, com as mais pobres.
A obcecação de certos governantes pela riqueza faz os países correrem riscos e pagarem facturas desnecessárias. É por isso conveniente travar esses senhores antes que seja tarde demais. No Sudão as coisas chegaram ao extremo.
O esforço para se evitar a “sudanização” do continente africano, passa, a partir de agora, de ter de estar na agenda dos governos. A exigência de boa governação, se até aqui já era uma grande prioridade, agora não é só uma enorme prioridade. Deve passar a ser a agenda número um de qualquer governo que realmente tenha como propósito manter unido o Estado que governa.
O Sudão poderia ter ido para uma solução federal. Agora já é tarde. Não quer dizer que, quando os algozes se forem, os povos que já foram unidos e agora se desunem, voltem a decidir abraçarem-se num novo projecto unitário. A Alemanha é um exemplo disso. Não só há muito admitiu o federalismo como uma forma saudável de organização do Estado, como depois de se dividir em dois estados, um Federal e outro do Leste, foi capaz de se redimir dos erros do passado e unir-se.
O caso do Sudão mostra bem o quanto é preciso cuidar-se bem dos povos das regiões de onde provém as riquezas e o quanto errado é acreditar-se que “capturando” um ou outro nativo dessas regiões, e enchê-lo de benesses, se pode eternamente entorpecer e anestesiar os que se mantiveram nas suas zonas e não imigraram das suas zonas de origem para as cercanias de onde está instalado o poder político e económico.
O centralismo e a arregimentação de “figurões” para os promover a elite, que tem sido prática de certas “ceitas” políticas formadas por “habilidosos” de uma determinada região de um país, para que um punhado no Poder se governe até não haver mais para os outros seus concidadãos, por vezes é insuficiente para se manter a unidade do Estado, principalmente quando outros pressupostos de maior prioridade já foram vencidos, como em África foi o caso do fim do colonialismo e, na Europa e outros continentes, foi o fim da Guerra Fria.
Quando deixam de existir certos álibis, as coisas mudam repentinamente.
É tempo de reflectir. É urgente!...
Se certos governantes não forem capazes de perceber que a elite não pode ser só formada por quem está concentrado na capital; se não forem suficientemente perspicazes para entenderem que o seu ciclo histórico terminou, o caso do Sudão pode detonar novas agendas.
Será mesmo que o caso Sudão se vai ficar por ali?

(Canalmoz / Canal de Moçambique) 2011-01-28 05:51:00

Obama continua atento a África apesar das várias crises mundiais


A Casa Branca diz que Barack Obama tenciona regressar a África, provavelmente este ano. Não referiu países a visitar

Pretória (Canalmoz) - A meio do seu mandato de quatro anos, o presidente Obama dá atenção prioritária à criação de postos de trabalho nos Estados Unidos, à derrota dos extremistas islâmicos no Afeganistão e Paquistão e nas respostas do crescente deficit orçamental, refere a Voz da América. A VOA acrescenta que analistas reconhecem que ele está também a tentar o seu melhor para ajudar a melhorar a governação e a democracia no continente africano.
Citado pela emissora John Campbell, do Conselho para as Relações Externas, afirma que Obama continua a ser muito claro quanto a África: “Ele tem sido bastante franco quando a sua administração lida com assuntos de governação africana, parcerias com África numa serie de assuntos de interesse mútuo e por isso espero que o seu interesse por África se mantenha na segunda parte do seu mandato.”
Analistas africanos, segundo a VOA apontam como sucessos, o discurso de Obama em 2009 no Gana sobre a democracia, o empenhamento da administração numa transição na Guiné-Conakry de um líder militar para um presidente eleito, no ano passado, assim como a ajuda dos Estados Unidos ao recente referendo no sul do Sudão. Apreciaram também o seu convite em Agosto de 2010 para jovens líderes africanos se deslocarem a Washington para discutirem muitos países africanos que celebraram 60 anos de independência.
Mas alguns analistas dizem também – refere a VOA – que a influência dos Estados Unidos tem limites. Daniel Chirot, da Universidade de Washington, afirma que o caso da Costa do Marfim é um bom exemplo. Obama e a sua administração tomaram claramente posição contra o Laurent Gbagbo, que recusa deixar o poder depois de ter perdido as eleições presidenciais em Novembro:
“Duvido muitíssimo que os Estados Unidos estejam preparados para alocar qualquer verba monetária substancial ou um número de tropas ou uma expedição naval para ajudar a resolver a situação”, disse Chirot.
Olayiwola Abegunrin, da Universidade de Howard, aponta para a divulgação de milhares de telegramas diplomáticos confidenciais pela WikiLeaks, os quais, diz, constituem não só um embaraço, mas também um obstáculo ao impacto de Obama no continente africano.
A Casa Branca anunciou que o presidente Obama tenciona ir a África novamente durante o seu primeiro mandato, provavelmente este ano. A sua administração está também a acompanhar de perto dezenas de eleições que se vão realizar este ano em África.

(Redacção / VOA) 2011-01-28 05:47:00

EGIPTO. Manifestações continuam contra regime de Mubarak


Pretória (Canalmoz) - Pelo terceiro dia consecutivo, ocorreram manifestações na cidade do Cairo e em outras partes do Egipto, depois de confrontos com a polícia na terça e quarta-feira terem causado pelo menos 7 mortes. Mais de 1.000 pessoas já foram detidas pela polícia. Os manifestantes deverão contar com o apoio do Prémio Nobel da Paz, Mohamed El Baradei, durante as manifestações previstas para o dia de hoje. El Baradei, antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, regressou ontem ao Cairo, e disse estar disposto a dirigir o período de transição para a democracia, caso o povo egípcio o exija.
Falando à sua partida de Viena, El Baradei disse que “continuava a apelar ao regime para que compreenda que o melhor que tem a fazer é escutar, e escutar rapidamente, e não usar da violência, e compreender que a hora da mudança chegou. Não há outra opção”.

(Redacção) 2011-01-28 05:42:00

Milhares saem às ruas do Iémen para pedir novo governo


Milhares de iemenitas saíram hoje às ruas de Sanaa para reivindicar uma troca de governo, inspirados pela agitação que derrubou o líder da Tunísia e que esta semana chegou ao Egipto.

diariodigital

Cerca de 16 mil iemenitas participaram de protestos em quatro partes de Sanaa, segundo a imprensa internacional. É a maior manifestação deste tipo desde que uma onda de protestos sacudiu o Iémen na semana passada, e os manifestantes prometeram intensificar a agitação se as suas reivindicações não forem atendidas.

«O povo quer uma troca de presidente», gritaram os manifestantes, erguendo cartazes em que também pediam melhorias nas condições de vida no Iémen, o país mais pobre do mundo árabe.

O presidente Ali Abdullah Saleh, aliado chave dos Estados Unidos numa guerra contra uma ala ressurgente da Al Qaeda que tem base no Iémen, governa este país da Península Arábica há mais de 30 anos.

«Se o partido (governamental) não atender às nossas reivindicações, vamos intensificar (os protestos) até que o presidente caia, como aconteceu na Tunísia», disse o manifestante Ayub Hassan.

Algumas dezenas de polícias com cassetetes observaram a manifestação em silêncio. Os protestos terminaram em calma, quando os manifestantes partiram para mastigar qat, uma folha levemente estimulante e que é largamente consumida no Iémen no período da tarde.

O partido governamental promoveu um protesto concorrente, pró-governo, que reuniu apenas algumas centenas de participantes.

O Iémen, que vive à sombra da Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, enfrenta desemprego elevado e a diminuição das suas reservas de petróleo e água. Quase metade dos seus 23 milhões de habitantes vive com 2 dólares por dia ou menos, e um terço sofre de fome crónica.

A insatisfação actual parece ser em parte uma reacção a uma proposta apresentada no ano passado por deputados do partido governamental, o Congresso Geral do Povo, de acabar com os limites ao mandato presidencial.

Com os limites, o presidente Saleh terá que deixar o poder quando o seu mandato chegar ao fim, em 2013.

A coligação oposicionista do Iémen tentou manifestar-se contra a ideia em Dezembro, mas não conseguiu levar grande número de pessoas às ruas. O número maior de participantes nos protestos recentes aparentemente foi influenciado pelo sucesso da revolta na Tunísia.

Imagem: http://www.asia-turismo.com/mapas/iemen.htm

Motim em cadeia de Cuba


Pretória (Canalmoz) - Noticias não confirmadas dão conta da ocorrência de um motim numa cadeia da cidade de Santa Clara.
De acordo com informações provenientes de Cuba e divulgadas através do sistema Twitter, registaram-se mortos e feridos, tendo a situação na cidade sido descrita como “preocupante”.

(Redacção) 2011-01-28 05:39:00
Imagem: voyagesphotosmanu.com

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cultura Tradicional Bantu. (Reposição). As cerimónias duram dias. O cadáver costuma chegar a decompor-se. Abundam a comida e a bebida.


Os familiares do morto recorrem ao adivinho para que descubra o feiticeiro criminoso. O adivinho apresenta um espelho, uma faca e uma cabaça com água, em cujo interior repousam pós vermelhos. Sentam-se na espessura da floresta. O adivinho chama com uns assobios produzidos por um chifre de cabra ou antílope, com palavras esotéricas e gestos cabalísticos, o feiticeiro. Em seguida, no espelho, por vezes na água, aparece a cara do defunto e a seu lado outra pessoa. É o feiticeiro causador da morte.

Pe. Raul Ruiz de Asúa Altuna. Edições Paulinas

O adivinho mergulha a faca na água que se tinge de vermelho. Simboliza o sangue do feiticeiro que morrerá, ainda que se encontre longe. De facto, a sua morte realiza-se ou por acção dos familiares ou por acção de algum dos secretos cúmplices do especialista.
Utilizam o veneno como arma mais frequente, discreta e eficaz. Asseguraram-me muitos, porque viram, que o espelho reproduz as imagens. Será necessário apelar para o enorme poder de sugestão que a milenária experiência sedimentou nos adivinhos bantus ou para poderes parapsicológicos de que fazem gala muito amiúde.
Outras vezes, dependuram o cadáver, atado de pés e mãos a um pau ou colocam-no numas andas. Dois ou quatro homens passeiam-no pela aldeia. Diante de toda a assistência silenciosa e aterrada, o adivinho pergunta ao cadáver: - Quem te matou?
O cadáver quase sempre se detém diante duma pessoa e se move bruscamente. Não há dúvida, aquele indivíduo foi o feiticeiro.
Estas práticas originam vinganças, arbitrariedades, abusos e um medo generalizado. É que o acusado não pode apelar, visto que o bantu admite um tipo de feitiçaria inconsciente, como vimos, e, além disso, nunca pode demonstrar a sua inocência ante uma prova tão irrefutável prestada desde o além-túmulo por um defunto ou seus antepassados.
Acusam em especial os indivíduos anti-sociais, misantropos, apáticos, defeituosos, irascíveis, a quem os familiares ou o adivinho odeiam, e os mais ricos. Realizam assim uma assepsia social e uma circulação de bens.

Ritos fúnebres
Pelo contrário, se se realizarem com descuido ou forem deformados, o defunto esquecido vagueará sem destino, desgraçado, e o olvido dos seus acarreta desprezos e terríveis vinganças para os vivos. Converte-se num perigo permanente e pode ocasionar males.
A solenidade dos ritos está em proporção com o prestígio social e, sobretudo, com a influência vital do defunto. Os chefes merecem honras especiais que se revestem da maior solenidade, com a reunião da comunidade. Assim, conservam o seu estatuto social no outro mundo e não guardam ressentimentos contra as suas comunidades que, por outro lado, desejam prestigiar-se com pomposas festas, as comidas, bebidas e danças adquirem tal relevo, que não há festa que as supere. Vi, nestas ocasiões, sacrificar até quinze bois! As festas poderão prolongar-se por um mês se o chefe for importante.
Está bastante espalhado o costume de deixar corromper o cadáver do chefe até que a cabeça se desprenda do tronco. O crânio deve ficar para o herdeiro, como feitiço protector. Às vezes, arrancam-lhe as unhas para fabricar poderosos feitiços ou manter viva a sua presença, já que a sua personalidade se prolonga até aí.
Confiam tanto no seu poder que, em muitos grupos, os dignitários o sepultam num lugar escondido, por exemplo no leito dum rio, para evitar que seja esquartejado e a sua carne destinada a vivificar feitiços.
Foi frequente ocultar a morte do chefe durante meses, até um ano por vezes. Talvez tentassem evitar convulsões sociais ou fosse exigido por situações políticas.
O luto pelo chefe pode durar várias semanas e obriga a todos. O trabalho é proibido. Nalgumas partes, a infracção castigava-se com a morte. Os que morriam durante o luto não podiam ser enterrados.
Os escravos não tinham honras fúnebres visto que a sua nula influência social não os tornava temidos nem havia interesse algum em os prestigiar como antepassados.
Também não são necessárias quando morre um estrangeiro. Como este não participa da interacção derivada da consanguinidade, a comunidade não tem nenhum interesse em o naturalizar entre os antepassados.
A infâmia de certas enfermidades ou a brutalidade do rompimento da vida não oferecem garantias duma acção benéfica. Além disso, seria um insulto aos antepassados. Assim, são excluídos, os suicidas, os tarados psíquicos, os epilépticos e os celibatários.
Logo depois de morrer, enterram os feiticeiros, quase sempre mutilados (partindo-lhes as pernas, por exemplo) para que não voltem, ou abandonam-nos aos animais, ou queimam-nos e dispersam as suas cinzas ou lançam-nas à água.
Nalguns grupos, também sofrem esta sorte os que morrem de fome. Tem receio que, se forem enterrados dentro do território comunitário, a propaguem.
Há grupos que crêem que os condenados por feitiçaria se revestem, no além, de um corpo insignificante, repugnante, com um cheiro nauseabundo e com cabeleira encarnada. Levam uma vida errante por regatos e mananciais, encarnam em bestas ou em gatos (por isso, rejeitam este animal) e comem carne humana.
Castigados a não participar na vida dos seus parentes, dedicam-se a transtornar o ritmo de vida individual e comunitário. Pela sua índole malévola, inveja, ressentimento e vingança, podem ocasionar toda a espécie de males, inclusive convulsões sociais. Até conseguem possuir indivíduos. Rondam de noite pelas aldeias e intervém no feiticismo. Podem aparecer aos vivos em forma de espectros ou fantasmas. A sua visão produz a morte do visitado ou de algum familiar.
Logo que alguma pessoa morre, os seus familiares começam a chorar, a gritar e a dançar sem cessar, com um ritmo cadenciado e monótono. Lamentam a sua perda, chamam-no pelo seu nome, agradecem os seus favores, exaltam as suas virtudes, amaldiçoam o causador da morte e desejam a felicidade ao defunto.
Os parentes e amigos acompanham a gritaria com gestos, contorções e danças. Assim, demonstram aos antepassados a bondade do falecido, que procuram contentar para que não regresse carregado de influências nefastas. As festas, além disso, entretêm e dão coragem ao defunto enquanto espera a sua transformação em antepassado.
Lavam, o cadáver, vestem-lhe as melhores roupas, perfumam-no ou besuntam-no com óleo de palma. Alguns grupos, depois de o desnudar e antes que lhe chegue a rigidez, colocam-no na posição em que deve ser enterrado: sentado de cócoras, com os braços sobre o peito.
Cobrem-no com um pano, manto ou pele de boi e fica sentado numa cadeira ou deitado numa esteira. Assim preside às festas. Os familiares e amigos passam pela sua frente a saudá-lo antes de participar nos ritos.
Esta preparação do cadáver não só honra a sua família como privilegia o defunto, que se apresenta com dignidade no além-túmulo.
Não praticam nenhum género de mumificação, embora por vezes esvaziem o cadáver apertando-lhe o ventre.
Logo que uma pessoa morre, saem os emissários a comunicar a notícia à parentela. Todos têm de ser avisados ainda que se encontrem distantes. É que o parente que não vai aos ritos pode ser acusado da feitiçaria causadora da morte. Além disso, é um dos momentos em que mais se acentua o sentimento de solidariedade comunitária já que colaboram com o parente para que encontre paz.
Mesmo que trabalhem na cidade, deixam as obrigações e deslocam-se às suas aldeias. Só circunstâncias extremas podem impedir a participação nas festas fúnebres dum familiar.
As cerimónias duram dias. O cadáver costuma chegar a decompor-se. Abundam a comida e a bebida. Matam bois, cabras, porcos, e galinhas. Cada familiar contribui com algum presente. As mulheres preparam as bebidas tradicionais, os instrumentos de música arrancam e a dança começa.
Comendo e bebendo, conversando e dançando, passam vários dias. São as grandes festas da sociedade bantu. E, como a mortalidade é grande e a parentela extensa, encontramos o bantu em frequentes festas.,
Não se esquecem de derramar um pouco de sangue das vítimas ao redor do cadáver para que participe também, ou com ele aspergem as paredes da casa para mostrar ao defunto e aos antepassados que os sacrifícios cruentos são propiciatórios e impetratórios. De vez em quando, um dos parentes chega junto do cadáver e oferece-lhe um bocado ou um gole que entorna a seus pés ou lhe introduz na boca.
Estas comidas e bebidas tentam diminuir a tristeza do morto para que se conforme com a mudança operada.

Imagem: emule.com.br

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Luanda. Outra onda de demolições, agora no Bairro Rangel

No bairro Rangel, rua do Buco Zau, vinte residências, ainda hoje ou amanhã, serão demolidas. Não existem condições para alojar estas vinte famílias que ficarão ao relento, ou como se costuma dizer, entregues à sua sorte.
A população está muito exaltada.
O administrador municipal escusa-se a comentar o que está a acontecer.
In Rádio Ecclesia

P.S. pelos vistos, estamos confrontados com mais uma negociata dos especuladores imobiliários, e com um governo que apenas governa para nos destruir.

DEPOIS DA TUNÍSIA É O EGIPTO. Manifestantes exigem afastamento do Presidente Mubarak


Pretória (Canalmoz) - Milhares de pessoas afluíram ontem às ruas de Cairo em protesto contra o regime do Presidente Hosni Mubarak e contra alegadas brutalidades dos serviços de segurança estatais. Segundo reporta a Rádio França Internacional, inspirados pelos recentes acontecimentos na Tunísia, os manifestantes ignoraram os avisos da polícia de que os protestos eram ilegais, irrompendo por barreiras erguidas por forças policiais, o que lhes permitiu entrar no centro da cidade, gritando “Abaixo Mubarak”. Alguns dos manifestantes cercaram o edifício do Supremo Tribunal de Justiça.
Ocorreram manifestações em outras cidades egípcias, nomeadamente Alexandria, Porto Said e Giza.
A polícia é apontada como tendo procedido à detenção de dezenas de pessoas antes do início das manifestações.
Em Alexandria, registou-se a morte de um manifestante que se imolou pelo fogo, como forma de protesto contra o desemprego. Trata-se do terceiro caso de imolação no Egipto desde que na Tunísia, o cidadão Mohammed Bouazizi, the 26 anos de idade, teve atitude idêntica e que veio a provocar uma revolta popular sem precedentes contra o regime de Ben Ali.
No dia 24 e 25 do corrente mês de Janeiro, dois cidadãos egípcios imolaram-se pelo fogo na cidade do Cairo.
Os manifestantes exigem a demissão do ministro do interior, Habib al-Adly, sob cuja alçada funcionam os serviços de segurança e da polícia. Exigem ainda a revogação da lei de emergência, o aumento do salário mínimo, e restrições ao número de mandatos do chefe de Estado.
As manifestações de ontem coincidiram com um feriado nacional, tendo sido organizadas por dois grupos, designadamente o “Movimento 6 de Abril”, constituído por jovens e cujo nome deriva de um levantamento ocorrido na região do delta do rio Nilo há dois anos, em que a policia matou três pessoas. O outro grupo actua em nome de Khaled Said, que foi mortalmente agredido pela polícia na cidade de Alexandria há um ano.
O regime de Mubarak desdobrou no centro da cidade de Cairo pelo menos 30.000 agentes da polícia.
A “Irmandade Muçulmana”, o maior grupo de oposição do país, havia inicialmente rejeitado as manifestações, mas posteriormente afirmou que daria “apoio simbólico”, sem no entanto apelar aos seus seguidores para que se aderissem às manifestações.
Mohamed ElBaradei, antigo presidente da Agência Internacional de Energia Atómica e líder do grupo de oposição, Assembleia Nacional para a Mudança, expressou o seu apoio às manifestações.
Alarmados com a onda de protestos que se faz sentir em países do norte de África, diversos regimes autocráticos em vigor em Estados árabes adoptaram medidas tendentes a apaziguar os ânimos dos cidadãos. O comentador da agência de notícias IPS, Emad Mekay, refere que na Jordânia, o Rei Abdullah II decretou a redução do preço de bens alimentares, tendo anunciado medidas destinadas à criação de mais postos de trabalho.
O presidente sírio, Bashar Al-Assad, vai conceder apoio financeiro directo de 11.000 mensais a cerca de 415.000 famílias carenciadas.
O governo do Kuwait planeia distribuir rações alimentares num montante de 818 milhões de dólares, e uma subvenção a cada cidadão no valor de 3.561 dólares com efeitos a partir de 1 de Fevereiro.
Na Mauritânia, as autoridade anunciaram medidas para abrir 600 lojas para venda de arroz, açúcar, óleo alimentar e farinha de trigo a preços subsidiados, sendo intenção do governo “aumentar as oportunidades de emprego”.
O governo argelino tenciona congelar o preço dos bens alimentares.

(Redacção) 2011-01-26 06:26:00

RÚSSIA. Residentes de Moscovo exigem remoção do corpo de Lenine


Pretória (Canalmoz) - O corpo do antigo dirigente soviético, Vladimir Lenine, poderá vir a ser em breve removido do mausoléu de Moscovo, se a maioria dos residentes da capital russa assim o decidir. Até ao momento, um grande número de residentes apoiou a ideia da trasladação dos restos mortais de Lenine para a cidade se São Petersburgo, denominada durante a vigência do regime soviético como Leninegrado.
Está disponível na Internet (http://goodbyelenin.ru) um portal para permitir que os residentes de Moscovo votem “sim” ou “não” pela remoção do corpo de Lenine.

(Redacção)

Eleições Em Cabo-Verde: MPLA Oferece USD 5 Milhões A Candidato De Sua Preferência


Lisboa - As eleições legislativas em Cabo-Verde, a decorrer no princípio de Fevereiro, contam agora com a mão invisível de Angola. Círculos do poder manifestam o seu desconforto ao apoio recente que o MPLA concedeu ao presidente do PAICV, José Maria das Neves, na sua última visita à Luanda, há cerca de três meses. A sede do MPLA em Luanda, por susposta instruções do seu presidente, entregou a José Maria das Neves, que é actualmente o primeiro-ministro cabo-verdiano, ajuda financeira no valor de cinco milhões de dólares.

Fonte: Club-k.net

Política de ajudar a manter governos dóceis
As eleições legislativas estão marcadas para 06 de Fevereiro próximo, tendo a campanha eleitoral iniciado a 20 de Janeiro passado. Concorrem às eleições quatro partidos políticos, nomeadamente o PAICV, vencedor das duas últimas eleições; o MpD, o maior partido da oposição que governou Cabo Verde na década de 90; a UCID, representada apenas por dois deputados dos 72 deputados da actual legislatura; e o PTS, sem assento parlamentar, que concorre em apenas cinco dos 13 círculos eleitorais do país.

A “mão invisível do MPLA” neste processo eleitoral é vista como parte dos esforços do Presidente José Eduardo dos Santos em manter e expandir a sua esfera de influência em África, através do apoio a governos que sejam dóceis e manipuláveis pelos desígnios expansionistas de Angola.

Por outro lado, Cabo-Verde passou a ser um paraíso privilegiado para investimentos e guarda de fundos “roubados” aos cofres do Estado angolano, como é o caso recente dos 40 milhões de dólares que o ex-chefe do Estado-Maior General do Exército angolano, General Francisco Furtado, escondia na Ilha, de cuja é originário.

Imigração ilegal. Moçambique repatria 33 angolanos ilegais


Em apenas uma semana, foram detidos 344 imigrantes ilegais vivendo no território nacional e 64 imigrantes clandestinos

Maputo (Canalmoz) – Trinta e três cidadãos de nacionalidade angolana foram repatriados, no último domingo, pelas autoridades moçambicanas. Os angolanos residiam ilegalmente no país por período não referido, mas no domingo passado viajaram de volta ao seu país, num avião das Linhas Aéreas de Moçambique.
A Polícia não avançou em que circunstâncias foram detidos, nem onde residiam os imigrantes ilegais, apenas explicou que os angolanos foram encontrados numa operação contra imigração ilegal, que ao todo culminou, segundo a PRM, com a detenção de 344 estrangeiros ilegais, numa só semana.
Os outros estrangeiros ilegais detidos são 167 somalis, 66 paquistaneses, 33 bengalis, 44 etíopes, dois (2) tanzanianos e um (1) ruandês.

Os bengalis já foram repatriados
A Polícia anuncia ainda que os 64 imigrantes ilegais bengalis, que recentemente foram detidos no Aeroporto Internacional de Maputo ao desembarcar de um voo da companhia aérea “Ethiopian Airlines’, já “foram repatriados, pouco depois da sua chegada, através da mesma companhia”.
Ainda na semana passada, foram capturados outros 64 imigrantes clandestinos, dos quais 19 congoleses, um ugandês, um chinês, 43 somalis, anuncia o Comando Geral da Polícia através de um comunicado emitido pelo porta-voz Pedro Cossa.

250 moçambicanos repatriados da África do Sul
Enquanto o Governo moçambicano expulsa estrangeiros ilegais do país, moçambicanos vivendo ilegalmente na vizinha África do Sul chegam ao país repatriados pelas autoridades daquele país que tal como Moçambique é membro da SADC. São ao todo 233 cidadãos nacionais que chegaram ao país, no domingo passado, repatriados da África do Sul.

Centro de Refugiados de Maratane é centro de difusão de imigração ilegal
Dados das autoridades moçambicanas indicam que, nos últimos dias, mais de seis mil cidadãos somalis e etíopes fugiram do Centro de Refugiados de Maratane, província de Nampula, onde se encontravam a residir como refugiados. As autoridades desconhecem o paradeiro dos fugitivos.
Estatísticas apresentadas pelo Governo indicam que no ano passado, aquele centro de refugiados registou um total de 9.973 requerentes de asilo, provenientes da Somália, Etiópia e de outros países como Mali e Congo. Contudo, até ao fim do mesmo ano, apenas 3.973 imigrantes continuavam em Maratane. Os outros fugiram.

(Cláudio Saúte) 2011-01-26 06:36:00
Imagem: obscenidadesocial.blogspot.com