segunda-feira, 9 de abril de 2012

Já há em Moçambique 25 mil portugueses e estão a chegar mais 140 por semana


– revela consulesa-geral de Portugal em Maputo, Graça Gonçalves Pereira, à publicação “Dinheiro Vivo” A descoberta de gás em Moçambique, segundo a publicação lusa, é suficiente para sustentar Portugal 22 anos, e isso está a provocar não só uma corrida de investidores, como uma imigração em massa de cidadãos portugueses em Moçambique. Maputo (Canalmoz) – Os dois voos semanais da TAP para Maputo estão cheios de portugueses. E já não chegam. A partir do verão, a companhia aérea vai duplicar a frequência na rota: quatro voos por semana para a capital moçambicana, acaba de revelar uma publicação portuguesa. O consulado de Portugal regista cerca de 140 entradas por semana - há dois anos, a média era de 60. Já há 25 mil portugueses a viver em Moçambique, a maioria na capital, e “têm chegado pessoas com todos os perfis e para todo o tipo de atividade”, relata a consulesa-geral, Graça Gonçalves Pereira, à “Dinheiro Vivo”. “Fogem à crise e à falta de empregos na Europa” e vêm “à procura de novas oportunidades no país que é ainda um dos mais pobres do mundo mas que está a captar grandes investimentos graças à descoberta de enormes reservas de gás e carvão”, escreve a publicação lusa. O gás e o carvão, estão em vias de entrar em exploração no norte e no centro de Moçambique. Apesar da sua indiscutível contribuição para o PIB moçambicano as áreas de produção continuam a ser penalizadas. Os locais reclamam por falta de oportunidades e de emprego. O fluxo migratório português para Moçambique está a fixar-se em Maputo, e a subida de preços, designadamente da habitação, está a subir vertiginosamente. A migração interna das regiões rurais, de uma forma geral é do centro e do norte para o sul. Em particular para Maputo e Matola. Isso está também a conduzir Maputo e Matola a uma pressão demográfica sem precedentes, apesar das regiões de origem dos moçambicanos que descem terem-se tornado polos dos tais investimentos que no exterior estão a criar ilusões. Em Maputo e Matola quem vem atraído pelas estatísticas acaba não sendo correspondido. O emprego continua a escassear, e a par disso começa a crescer uma onda “por enquanto silenciosa, de protestos que poderão suscitar um conflito xenófobo, caso as autoridades não saibam tratar o assunto com a perspicácia que ele exige”. Esta é a percepção que há dias nos foi manifestada por um advogado moçambicano habituado a deslocar-se com frequência pelo território nacional e bastante bem inserido na capital do País. Moçambique está na 204.ª posição do ranking do rendimento per capita entre 215 países, revela a publicação “Dinheiro Vivo” numa das suas últimas edições, em que acrescenta que “o gás natural, que começará a ser comercializado no final do ano, pode ser a rampa de lançamento para fazer” o país “subir na tabela”. A publicação acrescenta que “A Galp está na corrida, ao lado de norte-americanos (Anadarko), japoneses (Matsui), noruegueses (Statoil), anglo-holandeses (Shell), sem esquecer os tailandeses, indianos e chineses. Os russos foram os últimos a entrar na corrida”. “As reservas de gás são suficientes para sustentar Portugal durante 22 anos”, observa a publicação para sustentar o potencial que Moçambique tem para que a onda migratória prossiga. Comentário de Macedo Pinto Augusto Macedo Pinto, neto de um antigo governador colonial de Manica e Sofala – que hoje são duas províncias vizinhas no centro de Moçambique –, jurista de profissão, residente actualmente no País, ex-cônsul honorário de Moçambique no Porto e habitual jurista do ex-presidente da República Joaquim Chissano, comenta o artigo no site da (DV) publicação portuguesa nos seguintes termos que com a devida vénia reproduzimos: “Acho bom o artigo, tem diversidade de opiniões, é abrangente. Se me permitem, gostaria de sugerir aos empresários que não ficassem só por Maputo. Pois quando visitarem todas as outras Províncias de Moçambique constatarão nomeadamente que as opiniões que vão colhendo sobre Moçambique e que venham de pessoas que se têm quedado por Maputo, são grande parte desajustadas da realidade que irão encontrar pelo País fora. Isto é, há outras oportunidades para os pequenos e médios investimentos estrangeiros que comecem pelos USD 100.000,00, há mercado, há bom ambiente social, há segurança. A logística é bem servida pelos três portos principais, Maputo, Beira e Nacala. Os transportes aéreos são de qualidade e ligam com regularidade todas as capitais de Província. Para correspondência e encomendas diárias por via aérea podem utilizar o serviço do PORTADOR DIÁRIO.Quando se deslocarem a Moçambique poderão ter uma visão mínima da realidade do País com 12 a 15 dias de permanência e deslocam-se ao Norte e Centro do País. Não se arrependerão!”. Voltando à peça do “Dinheiro Vivo” a que estamos a fazer referência, escreve ainda aquela publicação que “Os trabalhos no offshore de Moçambique estão ainda na fase inicial, tendo já sido realizadas interpretações sísmicas e perfurados dois poços de exploração, na bacia do Rovuma, nos quais as descobertas de gás natural excederam amplamente as expectativas. Para 2012 está previsto o início da exploração de mais cinco poços naquela bacia”. São palavras de “Teresa Loureiro Rodrigues, responsável pelas relações externas”. “A petrolífera opera em parceria com a Eni e a Kogas, na qual detém 10% no projeto da Área 4. A Galp não divulga o valor da operação, porém o Millennium bcp estima que a participação da petrolífera naquele consórcio pode valer 1,2 mil milhões de euros. Até 2016, a Galp planeia investir 400 milhões de euros, entre prospeção de gás e distribuição de combustíveis”, prossegue o DV. “Estamos muito satisfeitos com os activos que detemos em Moçambique e que se revelaram uma aposta acertada”, diz Teresa Loureiro Rodrigues à Dinheiro Vivo (DV). “E garante”: “Nunca tivemos problemas de maior nem atrasos nos nossos projetos. Moçambique vai definitivamente tornar-se um produtor de gás natural incontornável a nível mundial.” “Mas não é só nos recursos naturais que há oportunidades. Em Setembro de 2011, a Cimpor inaugurou um novo moinho de cimento na fábrica da Matola, um investimento de 18 milhões de euros”, lê-se também no artigo da DV. “Estamos em Moçambique há quase 20 anos. Sentimo-nos bem e somos líderes de mercado incontestáveis, portanto, é uma operação em que estamos muito empenhados. É rentável e será cada vez mais”, acredita Francisco Lacerda, CEO da cimenteira, citado pela DV. “A economia moçambicana está a crescer a um ritmo muito forte”, acrescenta Lacerda. “Moçambique cresceu 7,4% em 2011, fortemente impulsionado pela atividade agrícola e pelo sector minério em franca expansão, justifica o FMI. A inflação caiu para 2,5% em Fevereiro (em 2010 estava em 16,6%)”. Noutra passagem a DV refere que “a Portucel está a construir uma unidade de pasta de papel que está agora na fase de plantação de matéria-prima e das infraestruturas, um investimento de 33 milhões de euros até 2025. A Teixeira Duarte está a fazer a sede do Banco de Moçambique e um silo automóvel (56,7 milhões de euros). A Casais acredita que o país, um dos 12 mercados onde tem presença, represente este ano mais de 15% do volume de vendas (em 2011 o volume de negócios foi de 5,1 milhões)”. “O mercado apresenta oportunidades ao nível de infraestruturas e a experiência da Casais é uma mais-valia”, diz António Araújo, responsável pela operação”, segundo a DV. “O grupo Visabeira, um dos maiores investidores portugueses no país, tem em mãos a requalificação e gestão do hotel do Parque Nacional da Gorongosa. O investimento está avaliado em 1,45 milhões de euros”. “Há um interesse crescente por Moçambique. Isso nota-se no número de pessoas que nos contactam, no número crescente de empresas que se tornam sócias da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique”, diz o presidente da instituição, João Navega, segundo a DV. “É fácil investir e trabalhar aqui. O ambiente de negócios é muito friendly. As instituições funcionam e os empresários portugueses têm demonstrado capacidade para se adaptar.” “Para João Navega, “logo a seguir a Cabo Verde, Moçambique tem sido um caso exemplar de good governance no quadro africano””. A terminar, no artigo da DV pode-se ainda ler: “Portugal é o terceiro maior cliente e o quarto maior fornecedor de bens a Moçambique (exportou 217,9 mil milhões de euros no ano passado e só em janeiro deste ano já são 29,9 mil milhões). Foi o principal investidor estrangeiro em 2010. Mas ainda há dificuldades com que os investidores portugueses têm de lidar. “Mão de obra pouco qualificada, limites à contratação de pessoal estrangeiro, custos elevados de logística, alto grau de informalidade da economia, lentidão da justiça e inexistência de propriedade privada da terra” são as fraquezas do país, explica o AICEP”. (Redacção / Dinheiro Vivo) 
Imagem: ... escola portuguesa de Moçambique e nunca conseguiu acabar um único teste, ... professorraro.blogspot.com

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