Bancária nega intenção em caso
de burla milionária
Antiga
catequista de Valbom recusou responder a perguntas sobre crimes
Publicado em 2010-04-20. NUNO SILVA. JN
"Tenho bem presente, sempre tive e continuarei a ter que nunca tive a
intenção de prejudicar quem quer que fosse", disse, ontem, segunda-feira,
em tribunal, a ex-gestora bancária de Valbom (Gondomar) acusada de esquema que
lesou clientes e BCP em 10 milhões de euros.
Foi com uma curta declaração, sem direito a perguntas, que a antiga
funcionária do Banco Atlântico (hoje Millennium BCP) começou a responder, no
Tribunal de Gondomar, pelos crimes de burla qualificada e abuso de confiança,
na forma continuada, também imputados a dois empresários do ramo farmacêutico.
Jesuína N., de 55 anos, que foi catequista na paróquia de Valbom, limitou-se
a negar a intenção de cometer crimes e realçou o facto de ter prestado
colaboração no processo, fornecendo as "informações" que lhe foram
solicitadas. A mulher realçou, ainda, o sofrimento "moral, psíquico e
físico" por que tem passado.
Em relação aos factos que lhe são atribuídos, nada mais adiantou. O
Ministério Público acusa-a de ter desviado dinheiro de clientes, depois de
convencê-los a investir em aplicações vantajosas, com promessa de juros
superiores. As verbas terão tido outros destinos, como as contas de um dos
arguidos, seu amigo próximo, que pretendia, na altura, adquirir as quotas de
uma empresa de produtos farmacêuticos. A fraude terá durado entre 1997 e 2002 e
só foi descoberta quando os prazos dos depósitos começaram a expirar, para
desespero dos lesados - cerca de uma centena, muitos deles reformados que
perderam as poupanças.
João M., o empresário que mais terá beneficiado do esquema, também só quis
prestar uma breve declaração, alegando que recorreu à bancária por dificuldades
no financiamento da sua actividade e que agiu sempre "convicto" de
que poderia pagar todo o dinheiro "emprestado". Um terceiro reú, José
M., sócio de João, reclamou inocência, dizendo que tratava da logística da
firma e não da contabilidade.
Na sessão ficou a saber-se que várias vítimas desistiram das queixas e dos
pedidos de indemnização, por terem sido ressarcidas, ao abrigo de um
"contrato" celebrado pelo banco com Jesuína e João. O juiz pediu uma
listagem actualizada desses casos.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1548367
Imagem: Postado por Augusto Barata às 06:47 19 comentários.
Marcadores: Charge
novoblogdobarata.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário