quarta-feira, 4 de abril de 2012

Acusado de armazenar armas de guerra ilegais. Detido comandante da PRM em Nacala-Porto


Maputo (Canalmoz) - O comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nacala-Porto, Adriano Muanga, está detido desde a semana passada, acusado de armazenar 64 armas de guerra de tipo RPG-3, FM, AK-47 além de 8.405 munições e dois pares de binóculos no comando, sem conhecimento e autorização dos seus superiores hierárquicos.
Também estão a contas com a justiça quatro agentes da Polícia afectos no Comando de Nacala Porto. Destes só conseguimos apurar a identidade de dois. Barrote e Da Silva. Ainda estão detidos um despachante aduaneiro identificado pelo único nome de Michael, o proprietário da empresa JDI Consultores, um representante da Mocargo, além de dois cidadãos com nacionalidade zimbabweana que funcionavam como intermediários na guarda e nos pagamentos ao comandante. O material bélico chegava e saía do porto transportado em barcos de pesca.
No momento das buscas efectuadas por agentes da Polícia de Investigação Criminal, militares e a Força de Intervenção Rápida, uma parte do material bélico foi encontrado no gabinete do comandante e outra no gabinete do chefe das operações.
O porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa, disse ontem à Imprensa que o comandante de Nacala-Porto, recebia e guardava armas no seu gabinete sem conhecimento do Comando Provincial e dos ministérios do Interior e da Defesa.
Cossa disse que “a entrada de armas no país carece de autorização dos ministérios da Defesa e do Interior. Ninguém mais está autorizado. Isto é uma matéria de soberania e tem balizas. Há regras para importação de armas”, vincou Cossa.
O porta-voz do comando da PRM diz que a situação de movimentação de armas naquele ponto do país vem acontecendo desde o ano passado. “Reconhecemos o problema de segurança no Oceano Índico, mas introduzir armas no país à revelia, não. O comando provincial não está informado destes “armadores” de Nacala que entram e saem com barcos de grande dimensão. A empresa passava cheques nominais”, disse.
Acrescentou que na posse de Adriano Muanga foram apreendidos cheques nominais com valores que variam entre 15 mil e 300 mil meticais que eram passados de tempos a tempos.

Desvio de fundos

Pesa ainda sobre o comandante da PRM em Nacala-Porto a acusação de desvio de fundos do Estado no valor de 800 mil meticais. Uma investigação levada a cabo de Maio de 2011 a Março de 2012, concluiu que no meio de um outro processo legal, de recepção, guarnição e escolta de barcos até ao alto-mar, os valores de pagamento destes serviços ao invés de darem entrada nos cofres do Estado entravam nos bolsos do comandante. “Desde o ano passado que se tem vindo a fazer um levantamento, descobriu-se que cerca de 800 mil meticais provenientes de pagamento destes serviços foram desviados de Nacala-Porto”, disse ao Canalmoz uma fonte em Nampula. (Cláudio Saúte)
Imagem: ... de sua existência em Moçambique. Helenio Jeronimo. 2011/17/05 16:36. PRM ...
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