Maputo
(Canalmoz) - O comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM)
em Nacala-Porto, Adriano Muanga, está detido desde a semana passada, acusado de
armazenar 64 armas de guerra de tipo RPG-3, FM, AK-47 além de 8.405 munições e
dois pares de binóculos no comando, sem conhecimento e autorização dos seus
superiores hierárquicos.
Também
estão a contas com a justiça quatro agentes da Polícia afectos no Comando de
Nacala Porto. Destes só conseguimos apurar a identidade de dois. Barrote e Da
Silva. Ainda estão detidos um despachante aduaneiro identificado pelo único
nome de Michael, o proprietário da empresa JDI Consultores, um representante da
Mocargo, além de dois cidadãos com nacionalidade zimbabweana que funcionavam
como intermediários na guarda e nos pagamentos ao comandante. O material bélico
chegava e saía do porto transportado em barcos de pesca.
No
momento das buscas efectuadas por agentes da Polícia de Investigação Criminal,
militares e a Força de Intervenção Rápida, uma parte do material bélico foi
encontrado no gabinete do comandante e outra no gabinete do chefe das
operações.
O
porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa, disse ontem à Imprensa que o
comandante de Nacala-Porto, recebia e guardava armas no seu gabinete sem
conhecimento do Comando Provincial e dos ministérios do Interior e da Defesa.
Cossa
disse que “a entrada de armas no país carece de autorização dos ministérios da
Defesa e do Interior. Ninguém mais está autorizado. Isto é uma matéria de
soberania e tem balizas. Há regras para importação de armas”, vincou Cossa.
O
porta-voz do comando da PRM diz que a situação de movimentação de armas naquele
ponto do país vem acontecendo desde o ano passado. “Reconhecemos o problema de
segurança no Oceano Índico, mas introduzir armas no país à revelia, não. O
comando provincial não está informado destes “armadores” de Nacala que entram e
saem com barcos de grande dimensão. A empresa passava cheques nominais”, disse.
Acrescentou
que na posse de Adriano Muanga foram apreendidos cheques nominais com valores
que variam entre 15 mil e 300 mil meticais que eram passados de tempos a
tempos.
Desvio de fundos
Pesa
ainda sobre o comandante da PRM em Nacala-Porto a acusação de desvio de fundos
do Estado no valor de 800 mil meticais. Uma investigação levada a cabo de Maio
de 2011 a Março de 2012, concluiu que no meio de um outro processo legal, de
recepção, guarnição e escolta de barcos até ao alto-mar, os valores de
pagamento destes serviços ao invés de darem entrada nos cofres do Estado
entravam nos bolsos do comandante. “Desde o ano passado que se tem vindo a
fazer um levantamento, descobriu-se que cerca de 800 mil meticais provenientes
de pagamento destes serviços foram desviados de Nacala-Porto”, disse ao
Canalmoz uma fonte em Nampula. (Cláudio
Saúte)
Imagem: ... de sua existência em Moçambique. Helenio
Jeronimo. 2011/17/05 16:36. PRM ...
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