Trabalhadores do sector financeiro (bancos, agências de
crédito, companhias de seguro) são os mais bem pagos
Maputo
(Canalmoz) - As novas tabelas de salários mínimos sectoriais aprovadas pelo
Conselho de Ministros esta terça-feira não trouxeram muita novidade em termos
dos valores aumentados. Apenas serviram para provar que a agricultura – a tal
base da economia nacional – continua o sector mais mal pago do país, estando
agora o salário mínimo fixado em 2.300, 00Mt, cerca de 87 dólares
norte-americanos.
A
variação geral dos salários sectoriais nacionais é de 6% a 22%.
As
novas tabelas, segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula,
foram aprovadas mediante as propostas do Conselho Consultivo de Trabalho (CCT),
órgão constituído pelos empregadores, Governo e Organização dos Trabalhadores
de Moçambique (OTM-Central Sindical) que alcançaram o consenso das referidas
propostas mediante o processo negocial havido ao nível colectivo.
Confira
aqui a tabela que ilustra os aumentos salariais (fonte: Conselho de Ministros)
Os
novos salários entram em vigor este mês de Abril.
Sobre
o sector da Função Pública (educação, saúde, defesa e segurança) não foi
revelado o valor do reajuste, porque ainda não houve negociações.
Movimento sindical contesta a tabela do Governo
As
novas tabelas aprovadas pelo Governo já foram prontamente contestadas pelo
movimento sindical. Na voz do seu porta-voz, Francisco Mazoio, afirma que as
mesmas não correspondem ao actual custo de vida no país.
Para
este movimento, embora tenha participado no processo das negociações e
aprovação das propostas apresentadas ao Governo pelo CCT, o actual salário
mínimo continua longe de satisfazer as necessidades de um trabalhador que tenha
uma família composta por cinco pessoas. É o habitual em Moçambique.
“Segundo
as nossas estimativas um cabaz ou cesta básica mensal para uma família
constituída por cinco membros custa sete mil meticais”, disse Francisco Mazoio,
para depois concluir: “Portanto, sete mil meticais seria o salário mínimo ideal
para nós – movimento sindical – tendo em conta o actual custo de vida no país”,
explicou.
“Depois
de não termos conseguido o salário mínimo a nível das negociações colectivas, o
que nos resta é negociar aumentos a nível das empresas”, concluiu. (Raimundo Moiane)
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