segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

ATINGIMOS O ZERO (2)


Nesta total degradação não é possível suportar tantas atrocidades. Não dá para viver… nem para sobreviver. Os novos-ricos andam muito descuidados, então que se cuidem porque serão, junto com os seus bens, as vítimas preferenciais. Ninguém vive em paz. A miséria e a degradação social produzem tal imbecilidade que a população tornou-se tão animalesca que a única saída é fugir.

Também impressiona não ver ninguém com um livro de leitura. Também não os há. É política governamental não fomentar, expandir a literatura. A pouca que há, nacional, tornou-se cansativa porque repetitiva. Mesmo assim a maioria dos autores são de leitura duvidosa porque enaltecem os feitos da má governação eterna. Continua a impressionar o porquê não se falar dos autores estrangeiros, publicitar.

É como se não existisse Literatura Universal. Promover apenas as banalidades da literatura nacional é contribuir profundamente para o suicídio da identidade cultural. E assim não há país, há uma tribo. E também assim com tanta boçalidade é facílimo governar, espoliar, escravizar. Já não existe povo, apenas autómatos controlados por controlo remoto.

Cérebros sem neurónios, sem sentido, sem vida. Até a informação deixou de existir. Os noticiários radiofónicos estão orientados para disseminarem a ignorância. Voltámos às trevas! Comparar Salazar com este tempo de antenas não tem sentido. Na prática pode-se jurar que Salazar era um gajo porreiro. Não é possível regredir ainda mais que antes.

É verdade sim! Que aterradora regressão no tempo do nevoeiro cerrado que Angola acaba de fazer. Não é de acreditar que isto bata certo. É imprevisível o que vai acontecer. É possível em 2010 obrigar a democracia para uma ditadura democrática? Aqui por estas bandas é de acreditar que esses planos totalitários escorrerão nos caudais da época das próximas chuvas.

Entretanto, a UNITA finge que está na oposição. Para despertá-los e a toda a oposição, vamos virar as nossas baterias contra eles e não contra José Eduardo dos Santos. É à oposição que compete reverter o actual estado da Nação. Temos presidente de Angola?! Não! Presidente dos estádios de futebol, sim!
A UNITA finge oposição.

Para além dela quem mais resta?! Apenas alguns engraçados que querem dar nas vistas utilizando a democracia. Mas para a conquistar, a democracia, é necessário lutar, lutar muito, inclusive com a própria vida. Mas, parece que estão outra vez à espera que alguns estrangeiros “burros” se metam nisso. Porque angolano é incapaz (?).

Até nos discursos usam assim umas camisas muito bonitas, especiais… para fazerem, manterem a diferença. Angola e os angolanos suportam o destino predestinado da glória eterna da colonização. Para quê perder mais tempo com isto se não existe ninguém que resista a esta opressão. Tem que ser alguém angolano que dê mostras de oposição, de luta contra a ditadura.

Não existindo, para quê perder mais tempo com Angola?! Na conversão da UNITA em diocese já sabemos qual é a sua revelação. Desculpem lá mas esta é a verdade sem rodeios. Não existindo “confronto” a José Eduardo dos Santos, não se podem atribuir culpas do estado actual da Nação e do seu assalto à Constituição. Caramba! Mas não existe ninguém em Angola que lhe faça frente? Têm assim tanto medo dele? Porquê?!

Porque ele é mais esperto, mais inteligente que toda e qualquer oposição. Perante a infantilidade da oposição reina a astúcia da velha raposa. E neste zero de Luanda prosseguem nos quintais os ferozes ataques contra desprevenidos cidadãos dos cães mastins que dilaceram os corpos dos esfomeados, dos condenados à morte pelos campos petrolíferos. Fica extremamente perigosa a aprovação, legalização canídea de quem ordena nesta cidade.

Transformaram-na num canil governado por cães raivosos eternamente à solta, soltos no poder. Prontos para nos esfacelarem. Luanda é uma urbe de cães selvagens. Por aqui facilmente notamos que como seres humanos não temos qualquer finalidade ou utilidade nesta governação que é contrária à génese humana. Ele é a erva daninha desta Natureza. Muito especiais são os especuladores imobiliários que nos transformam em cães. Não vivemos nas cidades deles mas sim em canis de betão. São como bombas, são como terroristas dos imóveis e ninguém ousa gradeá-los.

Imagem:ALTO HAMA

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