sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quem desrespeitou a velha constituição, respeitará a nova? (1)


Quer dizer, o mesmo Presidente, o mesmo partido, o mesmo governo, as mesmas pessoas… prometem-nos o mesmo começar de novo e os mesmos novos métodos de trabalho. Entretanto, fortalecendo o status quo, a Igreja vai-nos abençoando.

Ontem abençoava Salazar e o colonialismo, hoje abençoa o MPLA. De modos que dependemos sempre da hipocrisia clerical, sacerdotal. Quem vai para padre é porque não sabe fazer mais nada.
«Estádio da Ombaka foi inaugurado ontem com a bênção da igreja católica.
Kwanza-Norte. Secretário da igreja Batista elogia apoio do governo.
Reposição da verdade. Igreja desmente notícias sobre detenção de padre.
Província do Bié. Líderes religiosos apelam ao respeito pela nova Constituição da República.» In Jornal de Angola

E se o MPLA contratou as igrejas para criarem um conflito religioso que depois vira tribal, e servindo isto muito bem para apartar definitivamente a UNITA?! É de especular porque muito em especial a Igreja não desarma, continua insistente, abertamente, frontalmente a provocar, a insultar, a vergar a UNITA ao satanismo. Há decerto por traz disto outro número da Besta dolarizada. E bastas, fartas alvíssaras. As igrejas são como os bancos, estão sempre a inaugurar novas dependências. Os bancos cobram juros, as igrejas dizimam em nome do Senhor.

O futebol também é uma religião, o seu deus é a bola. Angola tem religião que já é poluição, não tem energia eléctrica, mas tem desenvolvimento económico. Que o testemunhem os que enriquecerem rápido e sem regras. Espezinhando de qualquer modo o semelhante. E depois querem viver sem problemas? Loucos! Que fizeram de Angola um país de sirenes. E quanto mais nos afundamos, mais depressa eles regressam à superfície.

O mais importante é inaugurar empreendimentos que promovam a miséria das populações. Nunca se viu tanta gente com tanta propensão para a destruição. Mas o que é que o MPLA vai fazer com tantos analfabetos? Vai governar muito bem! Já não surpreende tanta irresponsabilidade. Tudo está sombrio, cadavérico. Até nas igrejas à revelia do Senhor instalam trepidantes aparelhagens sonoras e berram-lhe. É só barulho.

Mas que bom exemplo para as pobres almas que aspiram ao céu, para junto Dele. Existirá mesmo um paraíso com tal barulho estridente e eterno? Mas, só sabem berrar para o Senhor? Não sabem que Ele fica bem chateado e descarrega a sua ira nos sacerdotes e nos outros aprendizes da religião? A Opus Dei devia fazer-lhes umas visitas de vez em quando.

A questão fundamental continua: mas o que é que se faz com um povo analfabeto? Se todos se obrigam ao roubo para sobreviverem, como é que isto vai acabar? Povo assim é óptimo para colonizar. Angola até parece estar sem governo. Até porque há duas angolas: uma com um presidente, um palácio, ministros, petróleo e diamantes… com tudo. Outra Angola sem governo, sem água, sem luz… sem nada, exceptuando os campos da morte. Mas o MPLA não sabe que sem energia eléctrica reduz Angola a pó?

No Ocidente é a democracia ocidental, em Angola é a democracia petrolífera, do quintal. Enquanto o MPLA persistir com a sua doutrina marxista-leninista, Angola não conseguirá abandonar o campo de concentração em que se fincou. E o outro presidente de Angola é, são as empresas imobiliárias. Aos poucos e poucos caminhamos para outra desgraça, para o esquecimento das campas e das valas comuns.

Imagem: campo de concentração de Luanda

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