quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Ocidente do Paraíso (1). Prefácio


A meus pais
que finalmente contemplam
a magnífica paisagem eterna
depois de resistirem
às tormentas da vida.

A Patrícia Martinelli
que me maravilha
com a sua doce, terna
e eterna amizade

Prefácio

Estou nessa selva do mundo do trabalho tentando sobreviver rsrsrs.
Não é fácil ser super criativa, inteligente, eficiente, inovadora… o tempo todo!!! eca... estão mistificando o papel do trabalho? Temos que ser super?
Bom, às vezes penso em só arar um canteiro de palavras e vê-las brotar em versos por aí...
(Patrícia Martinelli)

Creio que a Patrícia Martinelli espelha muito bem a nossa actual vivência tão imobilizada, tão amarrada da nossa selva do trabalho e em mais em tudo o que nos rodeia. Afinal passados tantos séculos, tantos milénios e conseguimos apenas uma extraordinária vitória… sermos infelizes. Produzimos infelicidade a rodos, a esmo.

Lembro-me muito bem quando na minha juventude subjugado pela superstição e escravidão da religião, onde instigado por todos os poros tinha que ser obediente a Deus e aos grandes senhores e muito especialmente temê-los.

Mais tarde quando comecei a aprender, a descobrir o Caminho, vi que caminhava num reino empestado de hipocrisia. Creio que a Igreja ao impor-nos a sua santa ignorância é a causadora de todos os males que avassalam este mundo e o outro. Essa religião destrói-nos, corrói-nos as almas, coloca-nos prematuramente nos ritos funéreos dos cadáveres.

Continuamos sem rumo e nas mesmas regras das grandes corporações internacionais e religiosas. Numa sociedade doentia porque teimosa na imposição do regresso à ditadura global, do governo electrónico mundial, marcial. Controlados ao ínfimo pormenor por robôs numa Idade Média electrónica. Caminhamos a passos seguros e rápidos para a grande prisão planetária onde já incrustam os primeiros gradeamentos.

Os acontecimentos que se seguem baseiam-se na vivência com um amigo que me acompanhou ainda éramos crianças e depois do encontro final quase quarenta anos passados. Depois do seu falecimento lembrei-me de narrar a sua vida. Creio que era muito simples, humilde e humano, daquelas pessoas que dificilmente encontramos. No fundo trata-se apenas de um Homem. Um desconhecido que provavelmente ninguém se lembrará. Mais um… na luta pela sobrevivência na selva da mediocridade humana. Acho que ainda não aprendemos o suficiente para vencer a selva da vida, ou a vida na selva.

Enquanto existirem seres humanos a morrerem de fome neste mundo, dificilmente acreditarei na democracia. Receio que seja mais uma ilusão. Enquanto houver fome no mundo, ou mortes por falta de assistência médica, porque não têm dinheiro, acredito que a democracia, ou melhor dito, as democracias navegam muito longe da realidade.

Dêem-me uma alavanca e dominarei os aventureiros e especuladores.

No fundo todos procuramos, sermos apenas livres e lutarmos por melhores condições de vida.

Esta é a história de mais um ser humano que morreu porque não tinha nada para comer… proibiram-lhe o alimento espiritual.

Enquanto não acabarmos de vez com as ditaduras que teimosamente nos desafiam, nos oprimem, nunca seremos felizes.

Escrever com simplicidade é tão difícil quanto ser bondoso.
William Somerset Maugham

G.G.

Imagem: http://tramagal.blogspot.com/



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