domingo, 7 de fevereiro de 2010

A Epopeia das Trevas (115). Uma grande empresa de negócios mundial é como uma grande igreja. Os negócios têm uma religião, a igreja também


Que não receia a escuridão da mente. Na dúvida aproxima-se
e pede-nos auxílio, porque se sente tranquilo, dominado
Apenas com a apresentação de uma vulgar cruz
reis, príncipes, grandes senhores foram dominados
Porque não terá que continuar assim?
A verdade é o temor eterno das coisas, e quem se aventurar a descobri-las
o Caminho que conduz ao Deus deles, terá funestas consequências
Porque quem o descobriu primeiro, esses são os eleitos
e nenhum deus admite concorrência
Uma empresa poderosa que domina o mundo aceita outra no mercado?!
Não! Porque isso é desleal! Acorrem de imediato os seus defensores
contratando os melhores advogados. São os segredos ocultos dos cultos religiosos

Uma grande empresa de negócios mundial é como uma grande igreja
Os negócios têm uma religião, a igreja também
De modo que, como somos todos cegos, estamos impedidos de o ver
As searas plantadas que os nossos pés delimitados pelos campos minados
da história da infâmia esbarram panfletários:
NINGÉM MAIS ROUBA! APENAS NÓS! EU!

O silêncio da noite interrompe-se pela vozearia contaminada, alcoolizada
pela hipocrisia do Ocidente que finge, apoia, tiraniza as repúblicas do petróleo
que nos exterminam. Onde estão, onde ficam os intelectuais angolanos!?
Perderam-se algures offshore e onshore
Um povo não se conhece pela riqueza do solo, do subsolo
Um povo é rico pelo número dos seus intelectuais
Nunca pela adorada propensão alcoolizada, fomentada, injustiçada
Não havendo justiça há muita mão à disposição

Para amar basta brotar, gostar de dois promontórios e uma fenda
Não, não gostam… fingem. É um sentimento vago, que se esvai como a cópula
É um prazer momentâneo. O ser humano habituou-se
a não perder tempo com as súplicas da Natureza
E os banqueiros nunca dormem, obrigam as marés
dos mares de gente a apressarem-se, a carregarem as ondas do papel-moeda
Que tem um som similar à ondulação, um canto, um cheiro matinal
superior ao do mar, universal. Fabricam tudo

Não sabem que conseguiram criar fábricas onde o amor sai enlatado?
Agora tudo serve de negócio. É verdade!
Quero amar, vou a um supermercado e compro uma lata cheia de amor
Levo-a para casa, abro-a, apresento-a ao meu amado
E aí temos uma noite grandiosa de suspiros e ais enlatados
Depois despejamos tudo na pia, e o destino é o mar
Podem imaginar como o mar se sente. Nunca pensaram nisso,
repararem que todo o planeta assim procede
As pessoas sentem remorsos quando se aproximam da espuma branca marítima

Porque sabem que os restos do seu amor andam por ali perdidos
Creio que têm receio que os oceanos engravidem
E que as marés ao encherem inundem a leveza da neve transparente
As areias das praias com… como filhos enjeitados
Para quê tê-los, se não há tempo para os educar
Não se lhes dispensa nenhuma atenção
Nem sequer os levamos para contemplar uma árvore…
Para quê se o verde já foi comprado por algum dos inúmeros banqueiros
e insconstitucionais. Isto é assim: entre fazer amor e gerar um filho, há que escolher. Dez minutos de coito, e o dinheiro no seu banco deixa de render
Os pais teimosos que conseguem fazer filhos, no fim têm a surpresa habitual
As poupanças nos depósitos bancários utilizam-se para pagamentos a psicólogos e psiquiatras.

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