quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O homem novo made in Angola (2)


E continuando sem oposição, os bárbaros apoderam-se do império da Constituição. Isaías Samakuva, é o Presidente da UNITA. É o Waterloo da oposição angolana. Que decepção a sua intervenção na Rádio Ecclesia no dia 10 de Fevereiro. Que pena não existirem cursos de formação para a nossa oposição. É por isso que José Eduardo dos Santos apresenta sempre aquele seu sorrido à Mona Lisa.

É que nem uma manifestação, por mais insignificante que seja., conseguem fazer. Permanece a infantilidade, a desculpa da fragilidade oposicionista de que o regime não autoriza, que proíbe. Com proibição ou não, terá que haver manifestação. Onde é que já se viu oposição sem manifestação?

A verdadeira oposição ao regime continua no partido da energia eléctrica. E a ANGOP e Luanda irão pelos ares. No terraço contíguo onde funciona a ANGOP, são nove geradores potentes e mais tantos reservatórios de água que são suficientes para provocarem o desabamento da estrutura que os suportam.
Basta um gerador incendiar, é a coisa mais fácil de acontecer em Luanda, até porque acontece todos os dias, e por reacção em cadeia lá vai a ANGOP, a Agência Angola Press pelos ares. E como em qualquer local há geradores e respectivo armazenamento de combustíveis, também pela reacção em cadeia lá vai Luanda pelos ares. Não acreditam? Então aguardem!

Luanda. A anarquia interminável da energia eléctrica. Mais um super apagão. 03Fev10 das 23.30 às 00.50 do dia 06Fev10. Com tantos prédios, torres, condomínios, estádios de futebol e outras inúmeras construções, os cabos eléctricos não suportam tal consumo. Mas, o mais importante é a anárquica instalação de aparelhos de ar condicionado potentes sem justificação e os incontáveis liga e desliga das empresas fornecedoras de energia eléctrica que destroem os cabos que transportam energia até às nossas habitações.

E milhares de curiosos que se fazem passar por electricistas. Luanda não tem energia eléctrica. Está tudo destruído como bem compete. E não vale a pena falar qual será a energia eléctrica que alimentará o tal projecto do milhão de casas. E sem quadros tudo se entregará aos estrangeiros e fatalmente virá o regresso ao destino do colonialismo.

Não vale a pena virem com conversas e as ilustrativas politiquices porque isto é irremediável. Não me digam que também para isto é necessário um plano director. Em saudação à nossa nova Constituição, o nosso querido Politburo saúda-nos mais uma vez com grande, colossal, extraordinário, revolucionário apagão marxista-leninista. Há sempre que reforçar, cerrar fileiras em torno do nosso querido Deus Líder para que tenhamos mais prémios destes, mais apagões. E continuaremos muito felizes na sua Graça.

E Luanda desenvolve-se com garrafas de cerveja cheias de óleo alimentar, uma tampa com um furo, uma torcida improvisada. É esta a energia eléctrica desta futura nova Constituição: Reduzir Angola ao pó da escuridão. A besta marxista-leninista regressa em força. E sendo tão maldosos, acabarão na maldade que criaram.

E submissa a oposição condescende. Pouco ou nada mais lhe resta. Está como a religião, é a oposição benfeitora do rebanho da escravidão. Como era de esperar, a actividade marxista-leninista ressurgiu em força… destrutiva como habitualmente nas sobras da energia eléctrica. E tal como num tremor de terra esperam-se muitas réplicas sem iluminação. É mais rentável investir em fábricas de cerveja e similares.

Com a água de borla os lucros são fabulosos. Para quê investir na energia eléctrica! O petróleo é quanto baste. Em memória dos mártires da energia eléctrica e da água, desenvolvamos e reforcemos o marxismo-leninismo. Libertámo-nos do colonialismo e continuamos escravos do marxismo-leninismo.

Os camaradas da EDEL, Empresa Distribuidora de Electricidade de Luanda, repararam, não se sabe quantas vezes, o cabo que se queimou, que está sempre a se queimar, então, como estes bantus são todos electricistas, um deles mexeu nos condutores eléctricos da escada do prédio e incendiou. Ainda se nota o cheiro característico do queimar deixado pela energia eléctrica. É a vigésima vez que este electricista bantu incendeia o prédio.

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