sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Dinossauros petrolíferos


O vulcão marxista-leninista entrou em erupção. Despertou muito violento e obriga-nos a montar na sua lava. E já no poder cinquentenário vive primorosamente sem oposição. Sim, sem oposição! Se não são capazes de fazer uma manifestação alegando que o regime a proíbe… Mas é claro! Um regime ditatorial sempre proíbe manifestações. É isso que o caracteriza. E compete à oposição desafiá-lo, enfrentá-lo com manifestações. Se não conseguem, são incapazes, então demitam-se e entreguem-se, rendam-se ao soberano José Eduardo dos Santos. E qualquer outro que se lhe confronte o poder no seu saco a rebentar de milionário compra-o, corrompe-o, porque a sua lava é perene, uma enchente petrolífera.

E para provar a sua força esmagadora, o seu Politburo espolia-nos a energia eléctrica. Hoje 19 de Fevereiro lançou-nos o seu hediondo terror das 02.00 às 16.15 horas nas trevas da escuridão. Sempre sem justificação, porque somos como carneiros. Como se fosse possível um reino subsistir apenas com geradores. Isto é tudo tão habitual, tão selvagem que nunca sabemos o porquê que suas majestades nos inibem do mais elementar da sobrevivência: a energia eléctrica e a água.

A incompetência popular generalizou-se. Há que chamar os brancos ou amarelos para reparar estes males da nova Constituição subserviente que colapsam sem solução.

Não é com o regresso das BPV, Brigadas Populares de Vigilância que a teimosa permanência do poder nos ilude com a caça de milhões de dólares rapinados pelos fidalgos da nomenclatura, enquanto os príncipes continuam sorridentes de intocáveis. Que os desvios dos milhões de dólares começaram em 2010, e que afinal já vêem de 2007.

Que puro e ledo engano: já vêem de 1975, e é fácil prová-lo. Na realidade à falta de um mapa contabilístico que prove os tais cento e trinta e sete milhões, permite-se facilmente especular que serão um bilião ou mais. Assim justificam-se os 137 e os restantes entram no tal Real Saco… criando mais uma manobra de diversão, porque papalvos por aqui não faltam.

É uma espécie de imprevisibilidade, isso da terceira República e da nova Constituição. Há o risco do colapso, ou já o atingimos?!

Há uma incompetência provada para gerar serviços de manutenção. Tudo se desfaz em bocados, já pouco resta da estrutura portuguesa que nos permite ainda ir vivendo. Muito brevemente nada restará. Já não temos tangas, nem arcos nem flechas. Terão que se importarem. Os brancos ou amarelos têm que regressar em força contratados para manterem o que resta das estruturas coloniais e actuais ainda que construídas ao deus-dará. Sem esta condição é impossível a sobrevivência da teimosia do eterno poder. É que por aqui já não temos ninguém que trabalhe e saiba trabalhar.

O que mais bem se sabe fazer por estas bandas é roubar, beber, andar no mulherio e ostentar brutos popós.

Angola está no último episódio da sua actual vã e vil existência.

Imagem: http://www.revistacriacionista.com.br/fc/Imagens/CapaRC68.JPG

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