segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Quem desrespeitou a velha constituição, respeitará a nova? (2)


E contra um ditador, só um bom democrata o vence. E ainda nos garantem que não existem demónios. Então o que é Angola? Não é um Estado de direito da feitiçaria?! E quando não há democratas os ditadores são livres e proclamam a democracia. E em hipocrisia os ditadores não devem nada à Igreja. São seus fiéis apóstolos. Entendem-se às mil maravilhas. Isto não é

Angola, é uma ilha cercada de tubarões por todos os lados.
Agora, confundir anarquia marxista-leninista com democracia conduz-nos a limites intoleráveis de convivência. Entretanto, pedaços de prédios vão caindo, afastando os transeuntes agora receosos dos passeios. Como é rotina habitual não existem soluções governamentais para evitar as derrocadas prediais, políticas e sociais.

O governo é como um drácula que mantém a população à sua mercê para lhe beber o sangue quando bem lhe apetecer. É um governo eficaz com um trunfo na manga para a célebre Solução Final: estamos em ruínas, no caos económico e social. Onde param os tão aprovados planos para a agricultura? Apenas quimeras! Porra! Agricultura é muito trabalhosa, e o nosso governo não tem tempo para tal tarefa.

E insiste-se na ignóbil patranha. Na infantilidade irresponsável, ignóbil, do nosso desenvolvimento sem energia eléctrica. As empresas dos sectores… de nenhuns sectores, simplesmente não funcionam. Desconhecem em que tempo estão porque muito naturalmente perderam-se nele. Ainda não ultrapassaram o período da história da lâmpada alimentada a gás. O mais importante é resolver os problemas dos palácios principescos. E da maneira que as coisas se desenvolvem acabaremos nos charcos doutro Uganda. Pretendentes não nos faltam.

Perante o marasmo reforçado do analfabetismo e da feitiçaria, o projecto Nação-Angola esfumou-se. Tal e qual como A Queda da Casa Usher. O nosso governo segue os ditames dos contos góticos de Egar Allan Poe. Parece um governo de fantasmas para as nossas almas danadas. É um governo das morgues e daí para os cemitérios. Lá porque o poder é idiota, nós não nos obrigamos a sê-lo, e além disso e felizmente alguns não o são.

E quando é que isso das democracias da fome acaba? Então vejam que coisa mais sórdida: bancos a trabalharem com geradores e como tal com informação não fiável.
E já não somos povo. Somos um bando imprestável de parasitas, de moscas que se enxotam e que retornam incomodativas, inconstantes, agressivas, destruidoras. Um povo que jaz nas ruínas, no que ainda fingem viver com o que a colonização deixou.

Os prédios utilizados como se vivessem em qualquer pardieiro e que desabam aos poucos, brutalmente. E que a qualquer momento desabarão em uníssono, perante a malvadez, a impunidade do deixa andar, do quero lá saber da incompetência marxista-leninista. E tudo o marxismo-leninismo nos legou. Os incêndios das instalações eléctricas nos prédios são constantes.

Qualquer um faz-se de entendido no assunto de electricidade, e claro, a destruição é num instante. Este povo agora vive feliz destruindo. Sob a batuta governativa adquiriram a propensão de destruir seja o que for. Assim, este povo já não serve. Já não presta para nada, exceptuando quando chegar o dia das eleições… aí sim, é outra vez povo... mas a independência já caducou.

E todos, incluindo a governação, querem é ver-nos pelas costas. A governação envia-nos para os campos de concentração das tendas, a que romanticamente chamam jangos, que é onde estamos bem. Do que resta da bela cidade de Luanda construída pelos portugueses e a curto prazo copiada quase à actual Haiti. Estamos horríveis, imprestáveis, nos píncaros da feitiçaria, da idiotice e da canalhice. Pobre povo nos campos petrolíferos sequestrado. Sempre malignos no prazer mórbido de verem os outros sofrerem. Até a noção do amar atiraram para o profundo do Mar.

O amor é o sentimento mais profundo e arrebatador que ainda existe no Universo. Não existe nada nem ninguém que o detenha. Submeter as populações à miséria total e completa não é governar, é exterminar. E um governo que promove o desenvolvimento económico com geradores, é fumarento, poluidor, estupor. É a desgraça, o apocalipse de Luanda.

Enquanto o governo se expande na poluição ambiental e sonora pelas dezoito províncias, em Luanda é particularmente infernal. Angola vai longe, perde-se na vastidão do terror democrático. Angola, o exemplo da mediocridade humana. A luta não era contra o colonialismo, era e continua a ser contra o povo angolano.

O MPLA vai para a frente de guerra em Cabinda com uma retaguarda prenhe de problemas, muito insegura. E todos os esforços se conjugam. E a Igreja lambe-se de contentamento. Oh! Como é salutar, levantar de madrugada, chegar à varanda e sentir, respirar o ar poluído pelo fumo venenoso dos geradores deste poder desregrado, infiel, mercenário, totalitário, sem políticas de bem-estar. Angola continua coutada de caça marxista-leninista.

Como uma das tais passeatas de homenagem às homenagens pela Constituição do poder eterno e manutenção da espoliação e destruição do reino Jingola. Se os do MPLA clamam apenas para eles os frutos deste pomar e ainda crucificam os que reivindicam algumas migalhas, isso tem um nome: tribalismo. Podem chamar-lhe o que quiserem, mas uma coisa é certa: este poder é incerto.

Imagem: Conseguirá a nova Constituição acabar com esta imagem?

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