segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Cavaleiro do Rei (80). Os estrangeiros que aqui se instalam parecem refugiados. Muitos continuam a chegar com a mesma ideia, sempre na busca da eter


Kituta: um amigo meu teve um acidente, o causador fugiu-lhe. Foi à esquadra da polícia mais próxima disseram-lhe para apresentar queixa numa outra esquadra. Acho que eles estavam a gozar.

Os assaltantes estão piores que as piranhas do nobre Epok. Levam portas e janelas. Levam tudo e quem não tiver dinheiro leva nos cornos.
Quando o gerador, por exemplo, de um hospital avaria, não se pode fazer nada. Fica-se à espera que as peças venham do estrangeiro.
O vice-rei dos Exércitos aflige-se. As tropas aderiram à Associação dos Alcoólicos Petrolíferos e aos ensinamentos do Grande Feiticeiro.

Não queremos saber do líquido negro e da política para nada. Como bem nos iluminou o Rei: Queremos é comida! Que nos interessam as democracias se passamos fome?! Que nos interessa a luta contra o terrorismo internacional se passamos fome?! Pelo contrário ele fortalece-se.
No reino tudo o que nos prometem é mentira… é tudo tão triste.
Ninguém confia em ninguém. Conseguimos um feito notável. A propensão para o roubo. Oh! Como sofremos do complexo do colonizado.

Os dez milhões de dólares que o reino garante que vai utilizar para apoiar as vendas, não são para desenvolver a economia. Quem consome, quem vende, são as empresas dos nobres. Estão aflitos porque não vendem.

Porque nós vamos distribuir o petróleo e os diamantes pelos generais, tal e qual como depois da Morte de Alexandre o Grande. Podem chamar-lhe Nova Somália se quiserem, mas é isso que vai acontecer. Acaso o resto da outra África (!) não está demasiado igualitária?! E os Senhores nos enviaram para a sua destruição.
Manual da Destruição 18,19

Quituta: O nosso segredo da vida resume-se apenas em: nos segredos de um homem e de uma mulher.
Este reino é muito engraçado. Compraram vacas reprodutoras ao Brasil por três mil dólares e na Argentina por mil e quinhentos. No nosso vice-reino mais a Sul as vacas custam quatrocentos dólares. Fizeram bom negócio. Estes nobres são negociantes de vanguarda.

Os estrangeiros que aqui se instalam parecem refugiados. Muitos continuam a chegar com a mesma ideia, sempre na busca da eterna árvore das patacas. É o colonizador a redescobrir o colonizado.
Como disse António Aleixo:

Vêm da serra um aldrabão
Vender sêmea por farinha
Passados tempos já diz
Esta rua é toda minha

Temos que saber escolher: ou gatos ou ratos. Prefiro gatos para caçar os ratos no único reino do mundo onde roubar não é crime. Os estrangeiros têm que ser vigiados. Antes de chegarem devem-se conhecer os seus antecedentes criminais.

Imagem: FOLHA 8

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