terça-feira, 25 de outubro de 2011

O despudor e o descaramento. José Mena Abrantes. Facebook


O despudor e o descaramento já não têm quaisquer limites. Uma resolução do CS da ONU com a pretensa intenção de criar um espaço de exclusão aérea e de salvaguardar a vida de civis, transformou-se à vista de todo o mundo na brutal destruição das infra-estruturas de um país, no massacre de milhares de inocentes e no saque imoral das suas riquezas por parte da França, da Grã Bretanha e dos EUA, para tudo acabar com uma pornográfica 'caça ao homem'... É com estes 'protectores' e com os 'revolucionários' que vimos celebrar a morte de Kadhafi que se vai instalar a democracia na Líbia? Tenham dó e poupem-nos do ridículo de agora estarem a desviar o assunto para o facto de Kadhafi usar peruca, ter feito plásticas e usar uma pistola dourada cheia de arabescos...
Por que não falar das reservas de petróleo; 41,5 mil milhões de barris e das reservas do gás natural: 1.490 biliões de metros cúbicos, entre as dez maiores do mundo? Por que não falar da partilha de todas essas riquezas entre empresas da França, da Grã Bretanha e dos EUA?

Comentário de, João Stattmiller
O Presidente rwandês, Paul Kagamé, considerou que a intervenção militar das potências internacionais nos países em crise em África, baseando-se nos casos da Côte d’Ivoire e da Líbia, é a "consequência dum fracasso coletivo e individual dosdirigentes africanos".

« Quando alguns Estados africanos criam eles próprios as condições duma ingerência externa nos seus próprios assuntos, a sua responsabilidade é inteira. Se a nossa própria fraqueza e a nossa má governação nos expõem à manipulação, é inútil queixar-se», declarou Paul Kagamé em entrevista à revista « Jeune Afrique ».

Na Côte d’Ivoire, afirmou Kagamé, as imagens da detenção de Laurent Gbagbo « inspiraram-me uma espécie de tristeza quanto à maneira como se faz e concebe a política em África ».

« Quanto mais olho mais vejo, detrás , a sombra do cenarista estrangeiro. O facto de que 50 anos após as independências, o destino do povo ivoiriense, da sua economia, da sua moeda, da sua vida política estejam ainda controlados pela antiga potência colonial põe problema. É isto que estas imagens mostram antes de tudo”, afirmou o Presidente rwandês.

Paul Kagamé indicou que se França interveio na Côte d’Ivoire foi devido à incapacidade da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a resolver a crise neste país, acrescentando que é a consequência dum « fracasso coletivo e individual » dos Africanos.

« Qual é, enquanto Africanos , a nossa parte de responsabilidade?", interrogou-se o chefe do Estado rwandês. “Que imagem a própria África dá ao resto do mundo? Pensamos que o espetáculo dum Exército estrangeiro, mesmo sob cobertura onusina, intervindo nas ruas duma capital africana é uma boa coisa? Por que nós, Africanos, deixamo-nos que se nos criem este tipo de situações? Temos a coragem de nos olharmos num espelho? », questionou-se.

Imagem: INIMIGOSforadaARCA
amotivationsjo.wordpress.com

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