quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O PREGADOR MPLA, SARL


Diz o ditador: sem violência arbitrária, este mundo seria uma tristeza.
Enquanto o poder estiver com os idiotas, a fome nunca acabará.
Outra vez! Antes eram os russos e cubanos, agora são os chineses.
Existe escassez de cemitérios ou os mortos são abundantes? Extermínio da população em curso?!
O futebolista tem a inteligência nas pernas, o sábio tem-na no cérebro.
O Senhor da Constituiçao padece imutável. Os filhos dos famintos dispersam-se, perdidos não sabem o que querem. O nosso segredo é fazermos tudo em degredo. Adormecemo-los com narcóticos poderosos. Quando acordam enchem-se de visões. De vez em quando tentam espantar-nos com os seus temores. E acabam eles por estremecer. São apenas espíritos que se arrepiam nos seus devaneios. Somos mais justos que Deus e assim queremos continuar, mas os tempos infelizmente estão sempre a mudar. Não confiamos no nosso povo, são muito falsos, traiçoeiros.
Mesmo que lhes ponhamos boas escolas, boas casas, rebentam com tudo. Têm muita razão quando depois dizem que foi o governo. Até se queixam de uma simples torneira estragada que lhes inunda a casa. E que o governo não resolve nada, não os ajuda. São muito sacanas, um povo safado. Não procuram sabedoria, (também quem lha dará?!) e quando se lhes fala nisso, inventam uma doença. Dizem que não têm tempo, e quando o têm a cabeça começa a doer quando se lhes dá um livro para ler. Mas são muito simples, muito humildes. Basta uma caixa de papelão vazia, alguns pacotes de bolacha, cigarros, umas bebidas e já está o negócio montado. Não são muito exigentes, nem empreendedores porque os filhos milionários receberam Angola de bandeja. De qualquer modo já chegam os problemas que têm. Para quê complicar as coisas?
Apelo aos esfomeados a que busquem o MPLA, SARL
Vá, respondam! Para qual dos demónios se virarão? A ira é o nosso prazer; são tolos porque não têm oposição. Tentam construir casas, mas logo são amaldiçoadas, derrubadas, arrasadas. Parece que os vossos filhos estão a salvo, mas não há ninguém que os liberte. Os famintos não têm nada para devorar; nem espinhos têm para comerem; e os assaltantes estão sempre atentos. Da terra não sai nada; Só aflição. Nascem para trabalhar, o que não há; por mais que se levantem estão sempre a cair. Buscarei sempre o MPLA, SARL; não adianta contestarem. As coisas diabólicas são feitas pelo MPLA, SARL; e são tantas que já lhes perdemos a conta. Terra com chuva a mais, as colheitas destruídas; esse é o dom do nosso Chefe Eterno. Só os nobres têm direito aos lugares altos; e daí vêm a vossa salvação. Os mais espertos que nós são aniquilados; e as vossas mãos não carregarão nada. Não admitimos concorrência de sábios; os conselhos partem de nós.
De dia e de noite sem luz para que andem às apalpadelas. A minha mão forte pega na espada para castigar os prevaricadores. Esta é a esperança dos pobres. Bem aventurados os que o Chefe Eterno castiga; nunca desprezem os nossos castigos. Porque as vossas chagas e feridas não serão curadas, e é preciso ter sorte, que os hospitais tenham medicamentos. Das angústias não se livrarão, porque o Chefe Eterno vos tocará. Nunca se livrarão da fome da morte; nem da guerra, nem da violência da minha espada. Por mais que fujam não se livrarão dos açoites; serão assolados pelas marchas forçadas das maratonas. Não os temerei e da vossa fome rirei. Comerão as pedras e a terra dos campos. Tudo faltará nas vossas habitações; viverão sempre em tendas. Não terão sementes para multiplicar; só o capim crescerá.
Nem sepulturas terão na velhice; nem tempo, nem trigo. Estamos fartos de os admoestar; oiçam e meditem o que o Chefe Eterno vos esclarece.
Os famintos não se podem queixar
Oh!.. se alguém conseguisse pesar a miséria que já causei; felizmente que não existem balanças para essa tarefa. Teria que ser mais pesada que os campos petrolíferos e diamantíferos; é por isso que os esfomeados não valorizam as minhas palavras. Todo o poder e o veneno do Chefe Eterno estão comigo; os esfomeados tentam armar-se contra mim. Que se cumpram os meus desejos e que o Chefe Eterno se mantenha sempre no poder. Nunca mostramos compaixão aos aflitos; nem àqueles que temem o Chefe Eterno. Envergonham-se porque confiaram em nós; andam confusos com tantos partidos políticos. Não conseguem livrar-se do opressor; gostam dos tiranos. Calem-se; e nunca nos apontem erros. Nem tentem repreender-nos; cairá sobre vós um vento de metralha destruidor. Por mais que nos implorem nunca serão servidos; habituem-se às nossas mentiras. Voltai para junto de nós, porque a causa do Chefe Eterno é justa.
O meu paladar vem do reino; e o vosso da sua miséria. Cansaram-se da guerra; finalmente a paz, que mais querem?! O esfomeado espera ao sol que lhe paguem o salário. Não consegue dormir porque até de noite trabalha. Descomunais são as noites, o seu fim também. Não têm roupa para vestir, não podem comprar medicamentos. Morrem de doença porque não têm dinheiro. Na verdade a esperança é a primeira coisa a morrer; por isso já a perderam.
Se milhões de seres humanos aplaudem os pés dos jogadores, isso significa que são bípedes.
A vossa vida é como o vento; vem e esvai-se. É a sepultura donde nunca conseguem sair. As casas dos novos-ricos estão sempre cheias de guardas; as vossas estão bem guardadas pela fome. Nem cama têm para se consolarem; apenas um parco lençol, alguns plásticos, um cobertor e um balde para água; dormem infelizes no chão. Mesmo assim o Chefe Eterno não vos deixa, espanta-vos com pesadelos e visões da fome. Para quê tanto sofrimento; se a morte é melhor. Viver um nadinha é confortável. Não há um único momento em que não me incomodem; sentem enorme prazer inexplicável. Só o Chefe Eterno o sabe. Transgridem constantemente. Escolhem as madrugadas para nos perseguirem; vivem o terror nos restos das casas dos colonos.
O faminto está ensacado e injustifica o Chefe Eterno
Porque só o Chefe Eterno é Todo-Poderoso? Os filhos do Chefe Eterno estão sempre a transgredir; acusam os filhos dos famintos e torturam-nos até se cansarem. E não adianta pedir misericórdia ao Todo-Poderoso Chefe Eterno. A injustiça do Chefe Eterno é permanente; injustifica, impossibilita viver.
Não temos princípio, pelo que nunca teremos fim. Acreditámos no ontem, e lixámo-nos hoje; só restam sombras desse naufrágio. Falam sempre que nos precisam ensinar; já renderam o coração. Está tudo tão seco; enfeitiçaram a verdura. Assim são as veredas de quem acredita no Chefe Eterno; mas os hipócritas nunca perecem. Tiram-nos tudo; e não podemos perguntar, que fazem? O Chefe Eterno revogará a sua ira; e protegerá os maldosos. Nem nos juízes podemos confiar; a quem pediremos misericórdia? Mesmo que nos respondam, nunca ouvirão a nossa voz, porque são surdos. E enviam-nos tempestades à força do camartelo para os nossos casebres. Nem nos permitem respirar; até o ar é deles. As forças militares protegem-nos; por enquanto ainda são os mais fortes. Não nos podemos justificar, porque seremos condenados. São perfeitos em tudo; devido a isso somos imperfeitos. Protegem os ímpios e consomem os rectos. As terras são para eles; os juízes cobrem os rostos; se não foram eles que roubaram, quem foi então? Andam sempre em grandes velocidades; porém tudo marcha para trás Os juízes deixam as nossas queixas nas prisões do esquecimento; constantemente mudam de rosto. Estamos cheios de dores, porque sabemos que nunca declarados inocentes seremos. Porque não há ninguém que nos livre do Chefe Eterno? As mãos do Chefe Eterno não descansam, consomem-nos bruscamente. Até das nossas peles fizeram candeeiros muito elegantes, bonitos. A vida de escravos envergonha-nos de levantar as cabeças. Se nos exaltamos chamam-nos selvagens e antipatriotas; depois acalmam-nos com a promessa de que a nova vida vem aí. Porque esqueceram as nossas mães e os nossos pais? Os nossos dias minguam; deixem-nos tomar um pouco de alento. Queremos fugir para outro reino; só que está difícil, ou impossível lá entrar. Já não há luz nesta terra da morte; as trevas do Chefe Eterno eternizam-se.
O faminto mostra a sua sabedoria e pede ao Chdefe Eterno que se arrependa
Não dão resposta às nossas desgraças? Só o Chefe Eterno tem direitos? Obrigam-nos a calar as vossas mentiras? Com a vossa zombaria sempre presente? A doutrina política do Chefe Eterno é pura e limpa. A sabedoria do Chefe Eterno aprofunda-se mais que o inferno.
O Chefe Eterno defende-se dos famintos
Eu sou o povo e quando me for levarei a sabedoria. O meu coração não sente, o vosso é-me indiferente. Inventores de conspirações; diplomados, falsos doutores. A vossa sabedoria? É ficarem calados; São maldosos e invejosos; querem o nosso dinheiro. Querem acabar com a realeza e implantar a república da democracia. Apartem-se! Porque só eu tenho o direito de falar, de reinar, de governar.
O Chefe Eterno exalta o MPLA, SARL
Defenderei tudo o que estiver errado; disto depende a minha salvação.
Eu sei que sou justo; por isso defendo as minhas causas. Alguém tem coragem para me desafiar? Tirem as vossas mãos, que daqui não levam nada. Porque passam o tempo a escrever coisas ruins contra mim? Apesar de estar tudo podre, alguma coisa se aproveita.
O Chefe Eterno exige ao MPLA, SARL mais miséria para a população
O que nasce viverá poucos dias; ficará seco como os campos desertos, porque não há nada para neles semear. Vivem na imundície e querem ser puros? Os vossos dias estão contados. Deitam-se e levantam-se com o lixo; mesmo assim conseguem dormir. Espiritualmente estão mortos; a cabeça está vazia de noite e de dia. Perderam a esperança de serem homens; desgastam-se nas neolíticas pedreiras.
O Chefe Eterno mostra a sua impiedade
Terão ciências de vento; e andarão à procura de pão e não o encontrarão; com os aumentos nunca vistos do preço do petróleo, podemos e queremos o poder. Desde que tenhamos bem-estar, os outros que se safem. Aproveitem as ruínas dos vossos miseráveis casebres para habitarem; esta é a vossa consolação. A riqueza sempre foi para uns poucos; a distribuição dos rendimentos também.
O maior orgulho e prazer do MPLA, SARL é ver-nos, fazer-nos imensamente infelizes. O MPLA, SARL veio dum reino longínquo, o reino da tristeza e da desolação.



Sem comentários: