segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os estádios do nosso desenvolvimento


A oposição está na estadia, estática nos estádios sem oposição em Angola, onde sonha que talvez um dia exista. O MPLA e José Eduardo dos Santos reinarão pelo tempo das pirâmides gizadas e ponto final. Ainda resistem alguns gatinhos de lencinhos que fazem oposição cheios de vaidade, de darem nas vistas, tipo eu sou o único, o bom disto. Miam e dão umas arranhadelas de vez em quando. Uns mios e pouco mais. São oposicionistas da gataria. Só lhes faltam as gatas no cio. Como não mudam o discurso… estão no partido dos insuportáveis. Será por isso que a Igreja e a sua Rádio Ecclesia, agora a Rádio da nossa desconfiança, são fãs do marxismo-leninismo? Os gatinhos vão miando e os ratos vão passando. Consummatum est.
Ainda temos muito que reaprender com os portugueses. Eles lêem muitos jornais desportivos e vêem muitos jogos de futebol. Os angolanos como belos exemplares colonizados seguem-lhes os costumes de país muito desenvolvido no desporto. Há povos que nasceram para serem colonizados. O povo angolano testemunha-o.
E prosseguimos na nossa gloriosa história de Luanda, 35 anos de ruínas. Esses que estão a destruir os prédios é que deveriam serem desalojados e colocados em tendas. Seria um óptimo serviço que a governação de Luanda faria à cidade. Esta gente tem que ser retirada à força o mais rápido possível. No exterior talvez não pareça, mas no interior os apartamentos estão em ruínas. E há quem os alugue mesmo em risco de desabamento. E elas, autênticas misses, então saem todas muito bonitas deixando atrás de si um rasto de destruição. As árvores já desabam às quatro de uma assentada. Já não suportam mais o mijar de tanto segurança. Luanda é o maior mictório mundial.
Vale-nos a religião: primeiro limpa-nos os bolsos, depois purifica-nos as almas. O governo utiliza optimamente a fórmula eclesiástica: melhorar, mas não solucionar. Mas que destino cruel este a que nos sujeitaram, condenaram. O de vivermos eternamente nas trevas. Democratizar é cristianizar. Chegaram os novos missionários que evangelizam os povos na democracia. É a nova espoliação do cristianismo democrático. Ainda se fosse o campeonato africano das nações em literatura, agora de futebol. Não tem qualquer interesse. E quem quiser dominar a África Negra dê-lhe um cântico marxista-leninista. Mas, actualmente o mais importante é aterrorizar. Fazer talvez de Angola o único local do mundo onde não haja respeito por ninguém. Está tudo de tal modo tão confuso que quase já não se consegue separar ninguém do lixo humano.
Em África os governantes têm especial propensão para a ditadura. E sustentada por isso repentinamente uma epidemia desconhecida assaltou Angola. Enviadas amostras para o mais conceituado laboratório mundial em Atlanta nos EUA, os cientistas chamaram-na de estadiologia. É um vírus que transforma grandes superfícies de terra em estádios de futebol. O vírus tem a particularidade notável de ao instalar-se obrigar as populações locais a viverem em tendas, porque destrói sistematicamente os seus casebres. É considerado um vírus de alto risco, catalogado com o grau 5 da escala internacional de virologia. Obriga a uma catástrofe económica de tal monta que arrasa os cofres estatais – os cofres secretos não – pois que obriga ao dispêndio de incontáveis milhões – não se sabe quem os contabiliza – de dólares para gáudio dos corruptos e especuladores imobiliários dos lodaçais locais e internacionais. Mesmo assim a governação descuidada, à toa, chama-lhe desenvolvimento económico e social., que faz subir o PIB, mas os mais avisados, mais atentos têm razão quando categoricamente garantem que é um desastre económico e financeiro. Uma recessão ango-local. E os políticos acoitados em comités de especialidades sazonais recomendaram ao mais alto Estádio da Nação a construção massiva de estádios por tudo quanto é Angola. Porque é o método mais eficaz de combate à fome, concluíram sabiamente. Valha-nos Deus que o nosso Politburo é douto. E também pela bênção do braço secular, tentacular, abraçado da Igreja, como os espiões duplos. Ora trabalha contra o regime, ora o favorece. A história interminável dos estádios torna-se um elementar acto de contrição da fé. Mais uma cruzada do bispado, uma pescaria local porque está muito difícil noutra.
Sobre a recolha das assinaturas para contrariarem a hegemonia do hercúleo Plano C, é importante lembrar que as pessoas têm medo de colocarem os seus nomes à vista. Afinal o terror marxista-leninista continua impecável. Nada mudou, pelo contrário fortificou. Daí… elementar meu caro Watson. Até porque o governo angolano recorda sempre os mártires da repressão colonial, mas da repressão actual não. Portanto, isto não é Angola, é uma carnificina.
Necessitamos de uma profunda análise, de lutadores que não utilizem submarinos para atacarem na calada do dia. Porque na calada da noite já era. Os nossos políticos são como alguns submarinos… mergulham profundamente e jamais retornam à superfície. Ficam bem lá escondidos no fundo do mundo. E quando decidem respirar, voltar ao ar livre, muitas armas e algemas os esperam. A viver assim é com certeza um futuro muito violento que renasce. E os países do controlo reforçado nos EUA que o digam: Por enquanto são catorze. Cada vez se aprofunda mais o fosso entre o mundo e o submundo. Que maravilhoso seria viver neste mundo sem a presença de seres humanos. A bestialidade final espera-nos. Mais uma vez o aproveitamento oportunista das religiões arrasta-nos para mais um conflito inevitável. Entre a ganância de uns e a espoliação de milhões, que bom seria viver sem religiões. E tudo o que existe de errado está na civilização Ocidental que lhe dá origem. Por isso temos que construir a nossa informação do futuro. Por uma informação ao serviço do Povo, lutemos e implantemos a nossa gloriosa revolução marxista-leninista. Transformemos a novel classe operária da informação, como o exemplo a seguir dos lutadores incansáveis que sem salários dão o seu melhor. A nossa revolução prosseguirá inabalável com tais abnegados exemplos. Vivam os camaradas trabalhadores da gloriosa Rádio Nacional de Angola sem vencimentos! Viva a novel informação revolucionária! O marxismo-leninismo triunfará!
Depois do desabamento da torrencial chuva que afogou a péssima reconstrução dos habituais bairros da desolação de Luanda, o séquito Presidencial inaugurou o estádio de futebol 11 de Novembro que custou 226 milhões de dólares. O séquito do estádio, apesar de estar próximo, não visitou as populações sinistradas do caudal meteorológico. E nos passeios das ruas os formigueiros chineses espoliando a mão-de-obra angolana reparam-nos. Os angolanos são tão incompetentes, tão inúteis que nem passeios sabem reparar. Governar estádios é preciso, a população ingovernável não. Que estranho é este poder de governar estádios. Governar quatro estádios de futebol é demasiado fácil, governar um país é muito complicado. E a nossa vida vai melhorar… construir-se-ão mais cemitérios.
Milhares de trabalhadores despedidos, depois vêm a inocente afirmação de que o crime é um fenómeno. A intolerância zero e o combate à corrupção são ineficazes porque se aplicados significam o fim do MPLA. De qualquer modo com tal dimensão de analfabetismo e feitiçaria impossibilitam-se os remédios para as doenças sociais. A única preocupação prevalecente é furar Angola à procura do precioso líquido. Não, não é a água, é o petróleo. Mais que isto é só conversa, nada mais se faz neste marxismo-leninismo petrolífero.
E Luanda é a campeã mundial do CAN 2010 dos apagões. Apagões e curto-circuitos marxistas-leninistas. A nossa energia eléctrica ainda está no comunismo primitivo. Mas, com as nossas sinergias revolucionárias atingiremos, demore o tempo que for necessário, os píncaros do marxismo-leninismo. Sim, o nosso Politburo é unânime: o bem-estar do nosso sacrificado povo será almejado. Triunfaremos nas melhorias, nas condições sociais, no fim da pobreza. O nosso povo é sábio, e sabe que nós sabemos que só o marxismo-leninismo nos guindará para a estratosfera. Sob a clarividência do nosso guia eterno, até o Universo se nos renderá. A nossa luta é contínua e venceremos porque somos guiados, reforçados agora por dois deuses. Um marxista-leninista e outro católico. E desfolharemos o tal jornal que constantemente nos lança para as cordas do ringue convencido que acabaremos por desfalecer. Mas não, a nossa luta contra essas folhas prosseguirá até à última folha, à última página. Se necessário lutaremos capítulo por capítulo. Mas capitular isso nunca, jamais.
«Importa salientar que o Jornal Folha 8 tem pautado a sua acção informativa no exercício de um mau jornalismo, assente na ausência sistemática de rigor, seriedade e responsabilidade editorial. Trata-se, assim, de um jornalismo sem idoneidade editorial. Ao persistir na produção de textos cujos conteúdos mostram uma tendência clara para o atropelo aos fins gerais da comunicação social, o Jornal Folha 8 viola deliberadamente os limites da liberdade de imprensa de forma clara e desafiante.» In http://cncs-angola.blogspot.com/
Eis William Tonet, director do semanário angolano FOLHA 8. O jornalista angolano mais premiado de sempre. Distinguido com oitenta prémios pelas várias entidades da governação angolana ou a ela ligados.
De repente dei comigo a pensar como nascem os terroristas: Quando na democracia os injustiçados, e são aos milhões, clamam por justiça e não são contemplados, muito pelo contrário permanentemente desprezados. O que é que esperam?! É o sistema democrático que precisa de reformas urgentes. A democracia é elitista, só funciona e protege os ricos e espoliadores. Até quando pactuaremos com os falsos democratas que fabricam a democracia e o terrorismo?! Até porque depois de uma ditadura, segue-se outra. É isto que a China, por exemplo, renova, impõe ao Mundo. Com a condenação a 11 anos de prisão do democrata chinês Liu Xiaobo, ainda muitos países rejubilam com tal feito. Especialmente em África e muito naturalmente em Angola.
Vejam o que fizeram à nossa democracia. Na realidade os capitalistas alteraram-na, adulteraram-na. Só os capitalistas milionários e os novos-ricos são exímios democratas. Hoje a democracia é como a religião. É um rebanho de escravos pronto para a imolação no precipício. As democracias fabricam o terrorismo e depois vivem aterrorizadas.
E o entusiasmo pelo Plano C dos estádios é de tal monta que a Teoria da Involução da Espécie Angolense, do renomado naturalista Ngola Darwin, contempla o seguinte: Os luandenses que habitam nos terraços dos prédios, e são muitos, mais do que se imagina, devidamente autorizados (?), só pode, pela governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo, desenvolvem obras nas beiras dos terraços no sentido de as furarem e lá construírem casas de banho. E tudo o que for merdice cairá pelos prédios abaixo. Preparemo-nos pois para brutas epidemias até à extinção final do que resta da raça angolense.

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