Entre 2 a 3 mil pessoas são esperadas este sábado em Luanda em mais uma manifestação anti-governamental, organizada por três movimentos de jovens, que reclamam a saída do Presidente José Eduardo dos Santos.
"Vamos fazer duas marchas. Uma vai sair da praça de S. Paulo e outra do tanque do Cazenga. Essas duas marchas vão convergir no Largo 1º de Maio e daí sairá uma terceira marcha que terminará a 100 metros do palácio presidencial", disse à agência Lusa, Sampaio Liberdade, do Movimento Revolucionário Estudantil.
O movimento de jovens tem promovido desde o início do ano manifestações de contestação ao regime do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, no poder há 32 anos, com participações que têm rondado as 500 pessoas.
"Pensamos que esta vez, até porque o trabalho de campo foi diferente, teremos mais pessoas. Esperamos cerca de 2 a 3 mil pessoas", disse Sampaio Liberdade, explicando que todos os trâmites legais para a autorização da "manifestação pacífica" estão tratados.
A 3 de Setembro uma manifestação organizada pelo movimento de jovens terminou com a detenção de 21 manifestantes, 18 dos quais foram julgados e condenados a penas de prisão entre um mês e 90 dias, por ofensas corporais à polícia e danos materiais.
Sampaio Liberdade garante que as manifestações são pacíficas e que têm vindo a fazer um trabalho de "consciencialização" dos participantes para que "tudo seja feito" para "evitar a violência".
"Não estamos ali com o propósito de enfrentar ou confrontar as forças de segurança. O que queremos é pressionar o governo a mudar as suas políticas [...]. Queremos que o governo se democratize e que dê mais liberdade às pessoas", sublinhou.
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, volta a ser o alvo principal da contestação dos jovens. "O principal obstáculo ao desenvolvimento e à democratização da sociedade angolana é o Presidente José Eduardo dos Santos. Ele será o alvo principal das nossas contestações", disse.
Acrescentou que, em 32 anos de poder, não se vê "nada de substancial "em matéria de progresso e que os jovens são os principais "sofredores com as más políticas".
"Antes a desculpa era Savimbi [líder da UNITA morto em 2002], mas Savimbi era um apêndice que eles seguravam para justificar a má governação. Agora temos a certeza que o culpado de todos os nossos problemas é mesmo o senhor José Eduardo dos Santos", reforçou.
Na organização da manifestação, participam além do Movimento Revolucionário Estudantil, mais amplo, dois movimentos de jovens de carácter local.
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