Russos tentaram
ajudar as vítimas. Atacantes tentaram decepar a orelha de Gabriel Bila, mas
médicos conseguiram salvá-la através de cirurgia.
Pretória
(Canalmoz) – Dois cidadãos de países africanos de língua portuguesa e o filho
de um nigeriano foram vítimas de um brutal ataque racista em Moscovo que deixou
um cidadão moçambicano hospitalizado, noticiou ontem a Voz da América num
despacho de João Santa Rita de partir de Washington.
O
cidadão moçambicano hospitalizado é Gabriel Bila do Maputo que se encontra em
Moscovo a estudar.
O
ataque deu-se numa passagem subterrânea para peões numa das ruas da
cidade. Gabriel Bila foi brutalmente espancado tendo os atacantes tentado
cortar-lhe uma orelha.
Bila
disse à Voz da America que os três amigos foram atacados pelas costas por
quatro russos empunhando facas.
“Cortaram-me
a orelha e agrediram-me violentamente,” disse Bila que acrescentou que médicos
russos tinha conseguido salvar-lhe a orelha através de cirurgia.
“Estou
coma cara inchada da pancada que apanhei,” acrescentou o cidadão moçambicano
que disse não saber quando vai receber alta do hospital.
Bila
disse que o ataque foi “puramente racista” e que ele próprio já tinha sido
vítima de um outro ataque racista embora noutra cidade russa.
O
caboverdiano Dério Nunes que trabalha na Rússia há 12 anos foi também vítima da
agressão mas conseguiu fugir.
Nunes
disse ter sido pontapeado e agredido a murro.
Quando
voltou ao local encontrou o seu amigo moçambicano a “segurar a orelha” coberto
de sangue e confuso sobre o que se tinha passado pois tinha ficado
inconsciente.
Nunes
disse á Voz da América que tinha sido uma cidadã russa que tinha telefonado à
policia e aos serviços hospitalares. Dois cidadãos russos tinha também
tentado parar a agressão.
“Tivemos
sorte pois quando entramos nessa passagem subterrânea dois russos que também
ali entraram tentaram defender-nos do ataque,” disse Nunes.
“Eles
também ficaram feridos nas mãos,”acrescentou.
Um
dos russos “muito agitado” foi num carro da polícia para tentar identificar os
assaltantes nas ruas mas sem sucesso.
Dério
Nunes disse que “este tipo de ataques são frequentes” recordando um ataque o
ano passado contra outro cabo verdiano. (João
Santa Rita | VOA, Washington)
Imagem: Foto: AP Moscovo – “Tivemos sorte
pois quando entramos nessa passagem subterrânea dois russos que também ali
entraram tentaram defender-nos do ataque”.
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