quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Angola, a outra invasão silenciosa (XIII)


Portugueses regressam à Angola em massa AngolenseAngola começa a fazer parte do sonho dos portugueses que perderam as esperanças uma vez confrontados com a crise que se vive em Portugal. Segundo um estudo produzido pela Obra Católica das Migrações Portuguesas, Angola foi o segundo país com maior indice de procura no ano de 2006. Dados desse estudo indicam que o País foi apenas superado pelo Reino Unido que recebeu 15 mil emigrantes portugueses. Para Angola vieram cerca de 12 mil portugueses na ânsia de refazer a sua vida, procurando essencialmente uma oportunidade de emprego.


Por outro lado, um outro estudo promovido pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal, a lista é liderada pela Espanha, seguindo-se Reino Unido e Angola. Certo mesmo, afinal, é o facto de que Portugal é o País europeu onde se tem verificado uma maior fuga de cerebros, ou seja, 20 mil dos seus licenciados vivem fora daquele país.Entretanto, segundo os analistas, estes números não parecem uma mera casualidade, mas reflete uma estratégia global das autoridades portuguesas em desanuviar o clima de crise.


Com isso, reforçou os seus laços de cooperação com países como Angola. Neste sentido foi mesmo assinado um memorando de entendimento para a activação de uma linha de crédito na ordem dos 600 milhões de dólares americanos.Com esta linha de crédito, Portugal pretende que as suas empresas entrem, essencialmente na área da construção de infra-estruturas, rivalizando assim com o gigante asiático, a China, e com os brasileiros.


Desde a visita de José Socrates a Angola, cresceu não só os termos desta cooperação, como se intensificou em vários domínios como a banca comercial, a construção civil e obras públicas, assim como os serviços, o que necessariamente tem permitido este forte fluxo de emigrantes ao País.A exemplo disso, podemos apontar mesmo o facto de alguns tradicionais e fortes grupos empresariais portugueses estarem a apostar agora no mercado angolano, o mais recente dos quais o de Américo Amorim que entra por via dos vários ramos em que actua, com destaque para a banca, ou seja, como sócio do banco BIC, e dos petróleos.


Para além disso e, em consequência do que ficou determinado a quando da visita de Socrates, José Cravinho tem vindo várias vezes a Angola para acompanhar a execução dos vários aspectos deste mesmo acordo.Estes números da entrada de portugueses, apesar de ainda não ter a confirmação das autoridades angolanas, poderá sofrer um forte revés, uma inflação mesmo, nos próximos tempos quando começarem a chegar a Angola os professores remanescentes daquele país asiático, para o ensino da Língua Portuguesa.


Na actualidade, segundo a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, os portugueses são hoje 45 mil em Angola. Há dois anos, os portugueses não eram mais do que 20 mil, o que demostra bem o crescente interesse. 15 Aug 2006

Fonte:Angolense e Angonoticias

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