Angola salva BPI de segundo trimestre seguido com prejuízos
Lucros do BPI até Setembro foram de 34,4 milhões de euros, à custa da actividade de Angola que teve uma ‘performance’ positiva. Mas em Portugal, o banco teve prejuízos de 65 milhões de euros.
Maria Teixeira Alves
O BPI registou um lucro de 34,4 milhões de euros no final do terceiro trimestre deste ano, o que correspondeu a uma queda de 86,2% em termos homólogos, ainda assim ‘amortecida’ pela actividade em Angola, no BFA.
Mesmo assim, no quadro de crise financeira internacional, o banco liderado por Fernando Ulrich considera que cumpriu os objectivos. Num momento em que a rentabilidade deixou de ser a primeira das prioridades, o melhor do BPI, nos primeiros nove meses, foi mesmo a sua estrutura de capitais e a sua liquidez. Aliás, Fernando Ulrich definiu a gestão do BPI em quatro prioridades: capital, liquidez, controlo dos riscos e enfoque nos clientes. O rácio de solvabilidade chegou aos 11,5% sendo o ‘core capital’ de 7% (que se elevará em 1,2 pontos percentuais quando venderem os 49,9% do BFA à Unitel). Uma das vantagens do BPI é ter totalmente coberto o seu fundo de pensões cujo desvio fora do corredor está já nos 130 milhões, mas já foi contabilizado no rácio de capital.
O crescimento do crédito foi financiado totalmente pelo crescimento dos depósitos. O custo do risco do crédito fixou-se nos 0,21% e a carteira de acções foi fortemente reduzida para 100 milhões de euros. O fundo de pensões também reduziu a exposição a acções de 60% para 20%. Já em termos de liquidez, o BPI tem as necessidades todas asseguradas até ao fim de 2009.
Sobre os resultados, o terceiro trimestre confirmou o que se esperava em ternos do mercado interno e a evolução da operações em Angola.
De facto, no terceiro trimestre, o BPI conseguiu diluir o impacto da conjuntura financeira internacional, muito à custa dos resultados da actividade em Angola, no BFA, que no final do ano será repartida com a angolana Unitel. Já na actividade doméstica, o banco liderado por Fernando Ulrich não conseguiu proveitos suficientes para compensar as perdas de 177 milhões de euros com a participação no BCP.
O lucro de 34,4 milhões de euros revela as perdas do BPI ao longo do ano, com a participação que chegou a ser de 10% no BCP. Em menos-valias realizadas com a venda da participação (que hoje é já inferior a 1%), o BPI registou 77,3 milhões de euros e em imparidades da menos-valia potencial, do que ainda ficou em carteira, 99,7 milhões. Mas mesmo sem o efeito BCP a crise bateu-lhe à porta, pois os lucros recorrentes caíram 15,3%.
Em Portugal, o BPI teve prejuízos de 64,9 milhões e, mesmo que não houvesse o fantasma BCP, tinha registado uma queda dos lucros em Portugal de 41,8%. No entanto, o BPI conseguiu captar mais 22% de clientes nacionais. Os depósitos subiram 24,6% e o crédito aumentou 6,8%, diminuindo assim o rácio de transformação que hoje está nos 139% (embora inclua o crédito titularizado).
Ao nível do produto bancário (margem, comissões e ‘trading’), a vida não correu bem ao BPI, pois registou uma queda de 18,2%. A margem financeira caiu 3,4%, enquanto as comissões também caíram, 8% na banca comercial e 22,4% na banca de investimento.
Pode dizer-se que o pior do BPI foi a actividade de gestão de activos e o ‘trading’. No primeiro nove meses, perdeu 24,8% dos seus recursos em fundos de investimento e PPR, e 25,9% das comissões que eram geradas nesta área. Mas Angola surpreendeu com 99,3 milhões de euros de lucros. O crédito subiu 37% e os recursos de clientes 77%. O produto bancário cresceu 22%.
In http://diarioeconomico.com/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/financas/pt/desarrollo/1178676.html
Lucros do BPI até Setembro foram de 34,4 milhões de euros, à custa da actividade de Angola que teve uma ‘performance’ positiva. Mas em Portugal, o banco teve prejuízos de 65 milhões de euros.
Maria Teixeira Alves
O BPI registou um lucro de 34,4 milhões de euros no final do terceiro trimestre deste ano, o que correspondeu a uma queda de 86,2% em termos homólogos, ainda assim ‘amortecida’ pela actividade em Angola, no BFA.
Mesmo assim, no quadro de crise financeira internacional, o banco liderado por Fernando Ulrich considera que cumpriu os objectivos. Num momento em que a rentabilidade deixou de ser a primeira das prioridades, o melhor do BPI, nos primeiros nove meses, foi mesmo a sua estrutura de capitais e a sua liquidez. Aliás, Fernando Ulrich definiu a gestão do BPI em quatro prioridades: capital, liquidez, controlo dos riscos e enfoque nos clientes. O rácio de solvabilidade chegou aos 11,5% sendo o ‘core capital’ de 7% (que se elevará em 1,2 pontos percentuais quando venderem os 49,9% do BFA à Unitel). Uma das vantagens do BPI é ter totalmente coberto o seu fundo de pensões cujo desvio fora do corredor está já nos 130 milhões, mas já foi contabilizado no rácio de capital.
O crescimento do crédito foi financiado totalmente pelo crescimento dos depósitos. O custo do risco do crédito fixou-se nos 0,21% e a carteira de acções foi fortemente reduzida para 100 milhões de euros. O fundo de pensões também reduziu a exposição a acções de 60% para 20%. Já em termos de liquidez, o BPI tem as necessidades todas asseguradas até ao fim de 2009.
Sobre os resultados, o terceiro trimestre confirmou o que se esperava em ternos do mercado interno e a evolução da operações em Angola.
De facto, no terceiro trimestre, o BPI conseguiu diluir o impacto da conjuntura financeira internacional, muito à custa dos resultados da actividade em Angola, no BFA, que no final do ano será repartida com a angolana Unitel. Já na actividade doméstica, o banco liderado por Fernando Ulrich não conseguiu proveitos suficientes para compensar as perdas de 177 milhões de euros com a participação no BCP.
O lucro de 34,4 milhões de euros revela as perdas do BPI ao longo do ano, com a participação que chegou a ser de 10% no BCP. Em menos-valias realizadas com a venda da participação (que hoje é já inferior a 1%), o BPI registou 77,3 milhões de euros e em imparidades da menos-valia potencial, do que ainda ficou em carteira, 99,7 milhões. Mas mesmo sem o efeito BCP a crise bateu-lhe à porta, pois os lucros recorrentes caíram 15,3%.
Em Portugal, o BPI teve prejuízos de 64,9 milhões e, mesmo que não houvesse o fantasma BCP, tinha registado uma queda dos lucros em Portugal de 41,8%. No entanto, o BPI conseguiu captar mais 22% de clientes nacionais. Os depósitos subiram 24,6% e o crédito aumentou 6,8%, diminuindo assim o rácio de transformação que hoje está nos 139% (embora inclua o crédito titularizado).
Ao nível do produto bancário (margem, comissões e ‘trading’), a vida não correu bem ao BPI, pois registou uma queda de 18,2%. A margem financeira caiu 3,4%, enquanto as comissões também caíram, 8% na banca comercial e 22,4% na banca de investimento.
Pode dizer-se que o pior do BPI foi a actividade de gestão de activos e o ‘trading’. No primeiro nove meses, perdeu 24,8% dos seus recursos em fundos de investimento e PPR, e 25,9% das comissões que eram geradas nesta área. Mas Angola surpreendeu com 99,3 milhões de euros de lucros. O crédito subiu 37% e os recursos de clientes 77%. O produto bancário cresceu 22%.
In http://diarioeconomico.com/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/financas/pt/desarrollo/1178676.html
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