Nunca imaginei que um país recém independente retornasse ao mais horrível inferno de todos os tempos.
Onde a vida de um ser humano não tem qualquer utilidade, apenas vale pela sua futilidade.
Onde os apaniguados lutadores pela democracia e liberdade do povo, demonstram o que é ainda a monstruosidade de uma feroz ditadura democrática.
Onde a religião se compra e vende nos armazéns da fé dos dólares da santa viscosidade petrolífera.
Onde o futuro foge das nossas mãos e se fortalece nas quadrilhas da exemplar selvajaria.
Isto já não é Angola, é um anel de fogo, é o paraíso dos vulcões. Angola arde e ninguém lhe consegue apagar as chamas, porque até os bombeiros estão possessos de corrupção.
Número onze no campeonato mundial da corrupção está muito bom, não é?! Nos próximos anos seremos campeões invictos. E sobretudo não se esqueçam do nosso PIB, é o melhor do mundo.
Neste teatro tétrico ainda se fala em actividade bancária. Pois é aqui que reside o mais aviltante crime. Há os campeões da corrupção mundial porque os bancos são os seus mentores, e como é que os seus correspondentes internacionais nadam no mar da corrupção e mantêm estreitas relações com o governo da corrupção? Melhor se apoiam e nele lavam as suas imundas mãos e faces.
Acham que é possível manter esta relação mortal por muito mais tempo? Decerto que não, porque é impossível suportar tanta tortura imposta.
E os discursos dos mestres dos escravos fazem-nos ranger os dentes, pois do governo dos infernos saciem-lhe labaredas que nos queimam em e todos os sentidos.
Estamos como num circo romano, onde Nero nos dá ordem de morte.
Tal como num campo de concentração nazi, sempre de guardas atentos, despertos para nos darem um tiro, nos matarem apenas pelo prazer de matar.
Angola é um projecto, é uma coisa muito mal alinhavada onde ninguém pode confiar. O reino da podridão pertence-lhe.
Esta Angola é uma pobretana Guiné-Bissau com petróleo.
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