domingo, 10 de outubro de 2010

Militantes da UNITA suspeitam que direcção do partido não quer realizar Congresso


Luanda - Uma corrente no interior da UNITA suspeita que a direcção do partido venha em tempo oportuno embargar a realização do congresso anunciado para 2011. Os receios estão elucidados no depoimento de três diferentes fontes que falaram na condição de anonimato.

Fonte: Club-k.net

Diz a fonte que “Para quem não esteve na Reunião da Comissão Política da UNITA e lê o Comunicado Final da mesma ou escuta na Rádio a leitura do mesmo, pensa que tudo foi uma maravilha. O ponto mais polémico desta reunião foi a questão do Congresso” .

De acordo com a fonte “As semanas que antecederam a realização desta reunião, Samakuva, Numa, Savihemba, Maluka, Chitombi e Chilingutila desdobraram-se nas Províncias, com o intuito de incutir nas mentes dos Secretários Províncias para se pronunciarem contra a realização do Congresso durante a Reunião da Comissão Política, sob pretexto de que as condições políticas não o permitem e as massas militantes da UNITA recomendam que a actual direcção deve continuar.”

“Assim aconteceu, todos os Secretários Provinciais pronunciaram-se contra a realização do Congresso, mas em contra partida, encontraram posição contraria da maioria esmagadora dos quadros dirigentes da UNITA que são a favor da realização do Congresso.” Disse.

“o que é que pretende com isto Samakuva e seus seguidores?” questiona um segundo interlocutor lamentando que a suposta acção dos dirigentes do partido em embargarem o congresso calha numa altura em que duas semanas antes do congresso o líder do partido teria falado a Radio Ecclésia que dois mandatos lhe eram suficientes e que passaria testemunho a pessoa que seria eleita em congresso.

“O que se verifica é um jogo sujo, que vai mesmo manchar a sua imagem. Agora o que vai acontecer se Samakuva não convocar o Congresso, os Quadros e Militantes da UNITA vão fazer recurso ao Tribunal Constitucional, informando que a actual Direcção está a dirigir os destinos do Partido de forma ilegal, por não se verificar renovação de mandatos.”, advertiram.

“Se formos a analisar, estes indivíduos que não poupam esforços na manutenção de Samakuva no Posto de Presidente da UNITA, não defendem nada a favor do Partido, a não ser os seus próprios interesses, os seus lugares. Assim, a UNITA estará a deitar para o caixote de lixo todo o exercício democrático realizado.”, observaram.

Na visão destes militantes “A UNITA só continuará a dar lições de democracia se cumprir com as realizações dos congressos, conforme os estatutos regem e haver alternância na presidência do Partido. Agora manter o Samakuva de forma perene como Presidente, a UNITA estará a marcar o golo na sua própria baliza e ninguém vai acreditar nela.”

Esta corrente de militantes recorda que “O Dr. Jonas Malheiro Savimbi manteve-se Presidente por muitos anos, desde a fundação até a sua morte, porque se justificava. Primeiro ele era o fundador e tinha os seus objectivos a atingir e segundo estava a conduzir uma luta complexa que mesmo que quisesse largar o seu lugar, ninguém se comprometeria em assegurar.”

Advertem que “A UNITA precisa urgentemente mudar a sua direcção e só fazendo isto é que poderá ter pernas para marcar passos a frente. A maioria esmagdora dos militantes aguardam por este momento solene, e como prova disto a maioria dos militantes recusam-se em pagar quotas enquanto durar o mandato de Samakuva”.

Imagem: aquiagorasempre.blogs.sapo.pt

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