sábado, 2 de outubro de 2010

«A pátria não é de todos»


LUCIO SILVESTRE , SAO PAULO BRASIL | 02/10/10 03:37
Vendo as considerações feitas neste jornal, avalio que os TUGAS NÃO SE DÃO CONTA DE ALGUNS DETALHES;


1-Existe um problema demografico gritante: poucos filhos, muitos velhos, país muito pequenino, falta de industria de base, poucos produtos para exportar, politicas publicas sem consistencia, , muitos funcionarios publicos videndo as cUstas do estado, e sem um mercado pujante para consunir: resumo da ópera:
TA DIFICIL SAIR DESTA CRISE, ALIAS NÃO É SOMENTE PORTUGAL, MAS TODOS OS PAISES EUROPEUS.
Nas economias mais maduras, alavancar empregos e vendas internas/externas fica cada vez mais dificil.
Equilibrar as contas publicas fica mais dificil, considerando o modelo ecomomico/politico/PATERNALISTA/DE COMPADRES, adotado por Portugal.
Ha poucas saidas a curto e medio prazo.
Aliás, a melhor saida de Portugal é o Aereoporto de Lisboa e/ou Porto

A pátria não é de todos , | 02/10/10 01:45
Por Baptista Bastos
Uns murmuraram a sua atroz ignorância, outros a sua melancólica indiferença. Até que uma mulher de idade avançada, com a desconfiança pregada nos olhos e a sabedoria procedente de todas as agruras, respondeu: "Não acredito em nada nem em ninguém. Eles estão lá para se encher".

É o sentimento geral. A impotência associada à resignação; seja: o pior que pode acontecer a uma sociedade, abjurante das virtudes do civismo. Não é só o rotativismo de poder, disputado entre, apenas, dois partidos, que causa esta indolência moral. É a péssima qualidade intelectual dos políticos. É a clara evidência de que dividem o "bolo" entre eles, substituindo-se nas administrações, nos bancos, nas grandes empresas, aumentando os vencimentos a seu bel-prazer, auferindo-se bónus e mordomias escandalosos. Vem nos jornais. Nada do que digo ou escrevo é resultado de qualquer rancor: factos são factos.

Pedro Passos Coelho ouviu, daqueles santos sábios, o que queria ouvir. E eles também não queriam ou não sabiam dizer outra coisa. Isto anda tudo ligado, e as relações políticas, entre aparentes adversários, são grandes rábulas, alimentadas pelo embuste e pela mentira. Penso, no entanto, que o presidente do PSD devia escutar vozes dissonantes, opiniões divergentes que permitissem uma análise mais clara e acertada. Claro que não é só Passos Coelho que ouve o que deseja ouvir. Todos os outros dirigentes, Sócrates incluído, e na primeira linha, seguem a música de idêntica mazurca.

Os sábios que se reuniram com Sócrates são muitos daqueles que pertenceram a governos execráveis, culpados de tudo o que de pior nos tem acontecido. Quase todos eles detêm reformas de luxo, duas e três, e atrevem-se a debitar, para as televisões, patrióticas lições salvíficas. Uma vergonha! Um deles, com deficiências de fala e escuma aos cantos da boca, trabalhou seis meses no banco do Estado e recebe uma reforma vitalícia de três mil e seiscentos contos (moeda antiga) pelo denodado esforço desenvolvido. Cito-o com frequência por entender que o cavalheiro é o retrato típico de uma situação abominável.

Quem pode acreditar em gente deste jaez e estilo? Em gente desavergonhada que tem, escancaradas, as televisões, para dizer sempre o mesmo, ou seja: coisa alguma de importante.

Afinal, de que falaram os quase vinte sábios? Com a soberba que os caracteriza, indicaram os mesmos remédios para a superação da crise: cortes nas despesas da saúde, da educação, e da previdência; rebaixamento de salários na função pública; acaso a supressão do décimo terceiro mês; redução nas pensões, aumentos nos medicamentos. É o pacote consuetudinário sugerido por quem, de facto, não dispõe de outras ideias e soluções

Imagem: visaopanoramica.com

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