Helder Amorim , Luanda | 13/10/10 08:49
Actualmente eu e o meu pai já perdemos cerca de 850000 dollars em subornos para resolver problemas que vão desde a alfandega, vistos e suborno à policia para vivermos em paz em Luanda. Ontem voltaram a incomodar os nossos trabalhadores exigindo mais gasosa (suborno) ou então apreendiam passaportes e mesmo com bilhetes de aviã0 com regresso pré-pago teria que pagar novo suborno para sair de angola.
Está a ficar um país demasiado perigoso, estamos a ponderar regressar a Portugal até porque não têm pago nos ultimos 3 mêses.
Quem avisa amigo é , | 13/10/10 09:45
Aviso
Aos patrões:
Cuidado ao abrir uma empresa em Angola, principalmente se trabalharem com o Estado é melhor conhecerem alguem num dos ministérios com que irão trabalhar, pois caso contrário nem a um ano recebem. Prevejam com antecipação os valores que terão de pagar em subornos (gasosas), que normalmente andam pelos 10 a 20 % da facturação da empresa, só para começar e atenção que o sócio angolano normalmente só aparece para pedir a sua parte. Preparem-se para pagar gasosa e bem para tratar de qualquer assunto administrativo e mesmo assim para esperar meses. Se arranjarem alguem que vos trate da papelada o meu conselho é que o mantenham pago a peso de ouro, porque a alternativa é pior. Preparar dinheiro forte pelo Natal e outras épocas festivas porque todos esperam presentes e pedem-vos na cara, sem rodeios. Se no fim disto tudo e muito mais que nem descrevo mas que é mau a valer, conseguirem estabelecer o negócio antes de desistir, preparem-se para ser literalmente roubados por toda a gente e portanto andem de olho em cima. Desde os seguranças da empresa, aos empregados, toda a gente vos vai enganar com desculpas disto e daquilo. A maior parte das empresas nem se aguenta um ano...
Aos empregados:
Cuidado com os contratos para trabalhar em Angola, que devem de incluir tudo, desde a alimentação que em média custa cerca de 1500 euros por pessoa e por mês, à habitação e ao transporte próprio. De ordenado exigam no mínimo 4000 euros, porque caso contrário vão-se ver em tremendas dificuldades para pagar os custos do dia a dia e ainda pouparem algum dinheiro. A quantidade de vezes que vão ser encostados pela polícia nas estradas, ou pagar para entrar e sair do país, não vos passa sequer pela ideia se nunca lá estiveram... Preparem entre sete a dez euros para um pequeno almoço, e se morarem fora de Luanda, atenção que fazer sete ou oito quilometros significa por vezes mais de três horas no trânsito...
Enfim, o meu conselho a todos é que façam bem as contas, porque na realidade vão para uma espécie de infernozito na Terra cheio de más surpresas, onde não abundam pessoas sérias. Acreditam que Portugal em comparação não tem nada a ver. Não se queiram ver NUNCA numa situação de dificuldades financeiras em Angola. Acima de tudo, sempre uma reserva estratégica de dinheiro para sair dali, pelo menos para poderem comprar um bilhete de avião.
Este aviso é 100% bem intencionado e não descreve uma centésima dos perigos daquele país.
Nuno Miguel Silva 13/10/10 00:05 DIÁRIO ECONÓMICO
Jorge Coelho, presidente executivo da Mota-Engil, inicia no sábado mais uma visita oficial a Angola.
O dinheiro das dívidas já pago às construtoras nacionais está retido em Angola sem poder ser repatriado.
As construtoras portuguesas que têm estado a receber parte das dívidas das empresas e do Estado angolano desde Julho estão a ser impedidas de transferir essas verbas para as contas bancárias de Portugal. Desta forma, o acordo estabelecido em Julho, sob a égide dos dois presidentes, Cavaco Silva e José Eduardo dos Santos - quando o presidente português se deslocou oficialmente a Angola - não está a resolver os problemas financeiros e de tesouraria das empresas nacionais do sector, numa altura em que o crédito escasseia, a banca pressiona para cobrar dívida e o mercado interno de obras públicas está totalmente estagnado.
"A questão das dívidas de Angola às construtoras portuguesas não está resolvida totalmente. Além de as dívidas não estarem totalmente liquidadas, estão a existir fortes dificuldades de transferência desses fundos para Portugal", revelou ao Diário Económico, Manuel Agria, vice-presidente da ANEOP - Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas, entidade que defende os interesses das cerca de 40 maiores construtoras portuguesas.
Em Fevereiro, segundo dados divulgados publicamente pela ANEOP, a dívida de Angola às construtoras nacionais já ascendia a 500 milhões de euros. Depois disso, o valor exacto das dívidas angolanas às empresas lusas nunca foi confirmado, mas em Julho, aquando da referida visita oficial de Cavaco Silva àquele país, já se falava de cerca de dois mil milhões de euros, que teriam de ser pagos às construtoras portuguesas.
A Mota-Engil, líder nacional do sector, teria na altura uma dívida a cobrar a Angola de cerca de 250 milhões de euros. Outros grandes grupos construtores nacionais, como a Teixeira Duarte, Soares da Costa, Opway ou Edifer teriam valores em dívida que oscilavam entre os 100 milhões e os 200 milhões de euros, cada um.
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