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Portugal terá de se preparar para abrandamento económico angolano
O abrandamento da economia angolana será negativo para as exportações portuguesas, considerou hoje o economista Braga de Macedo, após previsões da OCDE que apontam para uma queda de quinze pontos percentuais no crescimento angolano em 2009 relativamente a 2007.
"Os efeitos do abrandamento da economia angolana terão um impacto indiscutivelmente negativo para Portugal", disse à agência Lusa ex-ministro das Finanças português e professor de economia, que adiantou no entanto que "se a economia angolana continuar a crescer e a aumentar as importações de forma sustentável, isso contribui para criar uma relação mais estável com Portugal".
Em Maio, a OCDE e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) apresentaram o relatório "Perspectivas Económicas para África 2008", onde calculam que a economia angolana vai cair dos cerca de vinte por cento em 2007 para 11,5 por cento em 2008 e para 5,1 por cento no próximo ano.
As previsões das "Perspectivas Económicas para África 2008", cuja tradução portuguesa é apresentadas em Lisboa na sexta-feira, são mais pessimistas que as do Fundo Monetário Internacional e as que do governo angolano.
Braga de Macedo relativizou a importância da queda no crescimento da economia angolana, lembrando que "o crescimento económico de dois dígitos é apesar de tudo a excepção à regra a nível mundial".
A falta de investimento no sector da extracção petrolífera é o maior travão ao crescimento económico angolano e explica as estimativas da OCDE e do BAD, segundo Braga de Macedo, que liderou até 2004 o Centro de Desenvolvimento da OCDE e preside agora ao Instituto de Investigação Científica e Tropical, responsável pela apresentação de traduções portuguesas das primeiras edições deste relatório.
"Quando existem expectativas de aumento do preço de um bem, investe-se menos", disse o economista, lembrando que são muito poucos os sectores da economia angolana que não dependem do petróleo e que "mesmo que estes cresçam, isso não será suficiente".
O petróleo representa 60 por cento do produto interno bruto (PIB) de Angola e 95 por cento das exportações do país.
"A especificidade de Angola, é a de que acaba por desprezar o investimento noutros sectores da exportação.... Angola especializou-se mais do que seria desejável para a sua população", disse Braga de Macedo.
A mensagem importante do relatório, reforçou, é que o país inverta a tendência de crescimento "contra os pobres", na linguagem dos economistas do desenvolvimento, referindo-se a níveis de crescimento que não têm efeitos proporcionais sobre os mais desfavorecidos.
"Um crescimento de cinco por cento do PIB pode ter grandes efeitos sobre a pobreza desde que seja um crescimento a favor dos pobres, que tente criar empregos e incentivar os sectores económicos domésticos", disse Braga de Macedo.
"Se não se alterar o padrão de crescimento, então é pior. Mas pode haver um ajustamento de políticas que torne o crescimento mais equitativo", concluiu.
Portugal terá de se preparar para abrandamento económico angolano
O abrandamento da economia angolana será negativo para as exportações portuguesas, considerou hoje o economista Braga de Macedo, após previsões da OCDE que apontam para uma queda de quinze pontos percentuais no crescimento angolano em 2009 relativamente a 2007.
"Os efeitos do abrandamento da economia angolana terão um impacto indiscutivelmente negativo para Portugal", disse à agência Lusa ex-ministro das Finanças português e professor de economia, que adiantou no entanto que "se a economia angolana continuar a crescer e a aumentar as importações de forma sustentável, isso contribui para criar uma relação mais estável com Portugal".
Em Maio, a OCDE e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) apresentaram o relatório "Perspectivas Económicas para África 2008", onde calculam que a economia angolana vai cair dos cerca de vinte por cento em 2007 para 11,5 por cento em 2008 e para 5,1 por cento no próximo ano.
As previsões das "Perspectivas Económicas para África 2008", cuja tradução portuguesa é apresentadas em Lisboa na sexta-feira, são mais pessimistas que as do Fundo Monetário Internacional e as que do governo angolano.
Braga de Macedo relativizou a importância da queda no crescimento da economia angolana, lembrando que "o crescimento económico de dois dígitos é apesar de tudo a excepção à regra a nível mundial".
A falta de investimento no sector da extracção petrolífera é o maior travão ao crescimento económico angolano e explica as estimativas da OCDE e do BAD, segundo Braga de Macedo, que liderou até 2004 o Centro de Desenvolvimento da OCDE e preside agora ao Instituto de Investigação Científica e Tropical, responsável pela apresentação de traduções portuguesas das primeiras edições deste relatório.
"Quando existem expectativas de aumento do preço de um bem, investe-se menos", disse o economista, lembrando que são muito poucos os sectores da economia angolana que não dependem do petróleo e que "mesmo que estes cresçam, isso não será suficiente".
O petróleo representa 60 por cento do produto interno bruto (PIB) de Angola e 95 por cento das exportações do país.
"A especificidade de Angola, é a de que acaba por desprezar o investimento noutros sectores da exportação.... Angola especializou-se mais do que seria desejável para a sua população", disse Braga de Macedo.
A mensagem importante do relatório, reforçou, é que o país inverta a tendência de crescimento "contra os pobres", na linguagem dos economistas do desenvolvimento, referindo-se a níveis de crescimento que não têm efeitos proporcionais sobre os mais desfavorecidos.
"Um crescimento de cinco por cento do PIB pode ter grandes efeitos sobre a pobreza desde que seja um crescimento a favor dos pobres, que tente criar empregos e incentivar os sectores económicos domésticos", disse Braga de Macedo.
"Se não se alterar o padrão de crescimento, então é pior. Mas pode haver um ajustamento de políticas que torne o crescimento mais equitativo", concluiu.
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