sexta-feira, 27 de junho de 2008

Câmara, Acção!


Manos e Manas! Os estrangeiros ocupam tudo, empurram-nos, arrastam-nos. Estamos a ficar encurralados, como os Romanos e Asterix em Babaorum. Como o Sul-africano vulcão, prestes em erupção. Hoje, mais um dia desgovernado nos espera, nos desespera.

Quando a informação escasseia com intenção, os oratórios ambulantes costumam-se especulativos, e evoluem para observatórios de rua. Um acontecimento de vulto é relatado, com o tempo torna-se lendário, um mito. Os Petrofamintos instituíram observatórios de rua, nas ruas clandestinas. Popularmente, naturalmente, chamaram-lhes observatórios boca a boca. Num destes boca a boca, o orador especulava que um simples plano sem director seria suficiente para Petrofaminta estacionar, ficar bem estacionada.

Era a suma dos proeminentes que estudavam a degradada jurisdição. De improvisado púlpito, e de jurisdição contenciosa esgrima-se:
- É o relativismo moral. Os Europaeus refizeram-se, refrescaram-se, depois da secundária guerra universal. Porquê!? Porque é constante a corruptela das sociedades sem um plano económico. Depois da economia de guerra, de palitos, dirigida, fechada, informal, invisível, mista, popular, velha, uf!... E de mercado… o que necessitamos é estourar um grande Plano Marcial.
Os ouvintes, desempregados sistemáticos, desentendiam-no perfeitamente. Eram natas, a fina-flor do ensino superior.
- Oh!.. Há mais de trinta anos que estamos com esse plano de emergência da trintena!
- Carecemos da informação, da refracção da perda de intensidade da luz do backbone.
- Impaciento-me com semelhanças, inverosimilhanças.
- O plano quinquenal?
- Sim! Esse mesmo, o das quintas.
- Não! O trienal.
- A caubóiada do ir por um plano inclinado.

Um participativo escuda-se no prudente silêncio. Receia falar porque lhe podem atirar o primeiro pedregulho da incompetência. Os convivas atiçam-no, então descongestiona a perda de coragem da garganta, refina o espírito, evidencia-se e reprova a turma do deixa-disso:
- Os Petrofamintos querem rever os estatutos da fome. Os políticos falam bwe, muitos comícios, muitos debates, chuvas de palavras, seca alimentar. Fome canina de vento desabrigado. A fome supera os caudais oceânicos. Os lucros dos bancos sobem, a fome também. Palavras… dar o dito pelo não dito, e os reditos maldosos aterram-se, vítimas da sua maldade. Políticos que sorteiam justificação, todos são deuses, daqueles inacessíveis.

O contumaz orador sentiu a boca colar-se. Era um esforço desabituado, contaminado pelo pó tempestivo que inundava a cavidade bucal. Solicitou água mineral, só havia desmineralizada devido às constantes fervuras. A garganta arranhava-se, entupia-se, congestionava-se. Na aflição qualquer água serve. Fez um sorvedouro, uma goleada de goles. Com a garganta reparada desfilou a temática.
- O cortejo feudal do caudal automóvel outonal, luxuário do descrédito actual, envergonha o solo habitual da pobreza mortal. As vestais auguram aos príncipes encantados que o rei dos canhões anunciará eleições. Serão flageladas em 1132, 1133, 1134. Desflorestadas em 1135, 1136, 1137. Desacostumadas em 1138, 1139, 1140. Aguardadas pela Renascença, abandonadas pelo Barroco. A nossa diferença reside em que não podemos ter ideias diferentes. Quem não está preparado para governar, aos dinossauros deve regressar. Urge um bom realizador que grite: CÂMARA! ACÇÃO!
Gil Gonçalves
Vulcão, descrédito, desgovernado, economia

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