terça-feira, 17 de junho de 2008

William Tonet, num Buraco Negro Petrolífero


Uma das consequências da falta de liberdade é o subdesenvolvimento económico, científico, técnico e cultural. Os países explorados tornaram-se economicamente débeis e em muitos casos, lançados numa situação caótica que os obriga a retomar ou a continuar a sua dependência dos outros países mais desenvolvidos.
Libertar é transformar pela violência uma ordem social estabelecida por minorias. E por isso mesmo libertar uma sociedade, é fazer a revolução. É preciso libertar o Homem não só do esclavagismo colonial, mas ainda de qualquer forma de dominação social no interior de cada país. Nenhuma classe deve poder explorar outra.
Agostinho Neto. 20 De Janeiro de 1978. Discurso na Universidade de Ibadan, Nigéria


Os aromas petrolíferos isentam-se das redacções jornalísticas democráticas, e interpenetram-se nos palacianos petróleos brutos dos idiotas permanentes. Aqui não há julgamentos, porque não existem jornalistas, porque quando um país é dirigido, governado por especuladores imobiliários... satura-se de bancos, e há sempre espaço para mais um, e só existe uma explicação: estão para mais uma lavagem de dinheiro e imobiliária especulação.

O perigo está aqui, real. Quem domina, quem comprou Angola, são eles, as marabuntas, os especuladores imobiliários que governam, dirigem Angola. Ordenam os julgamentos, a exterminação dos jornalistas privados, porque os outros são dos comités especializados em idiotice permanente. E os jornalistas que colidem com as suas máquinas destruidoras de casebres, prendem-se, eliminam-se, porque podem cheirar petróleo e volatizá-lo.

O jornalista William Tonet, e também o Graça Campos, são estrangeiros, com bilhetes de identidade angolanos. Como outros milhões como eles, já não podem atravessar ruas, passeios, entrarem à vontade nas suas casas, circularem livremente, porque Angola já não é nossa. Porque falsos engenheiros informáticos e de operadoras de comunicações, em especial brasileiros e portugueses, ganham três, cinco mil dólares mensais, com mordomias mais… e aqui instalados, os estrangeiros, escravos angolanos, que ganham algumas centenas de dólares ensinam-nos como é que se trabalha.

Aqui não se julga ninguém, porque os estrangeiros são angolanos, e os angolanos são estrangeiros. Portanto devemos apoiar os anunciados julgamentos massivos de jornalistas estrangeiros.

É só deles e para eles, os que colocaram Angola num buraco negro, onde para lá sugam tudo e todos, e nenhum é julgado, condenado.

Pobríssimos espirituais angolanos que se condenam a devolverem o que roubaram. Os jornalistas estrangeiros denunciam o roubo, a corrupção dos nacionais, e esperam-nos os estabelecimentos prisionais. Para estrangeiros, não para nacionais.

É uma mais-valia, um valor acrescentado.

Gil Gonçalves
Imagem: http://fotos.sapo.pt/WYYzZnYlfjjhkC3wuIJu

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