segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Governo moçambicano desesperado com a imigração maciça


“A percentagem dos cidadãos estrangeiros que trabalham em Moçambique segundo regime de autorização, ou seja, mediante prova de qualificações profissionais ou cientificas que os moçambicanos não possuem ou cujo numero seja insuficiente, é extremamente baixa” – lê-se num documento do Governo, de 28 de Dezembro de 2011

Maputo (Canalmoz) – Com fronteiras escancaradas e a viver momentos de paz desde 1992, Moçambique tem sido destino preferido de muitos cidadãos estrangeiros vulneráveis, que fogem da guerra e outros desastres nos seus países de origem. A maioria é proveniente da região dos Grandes Lagos, mas há também muitos imigrantes que vêm a Moçambique à procura de trabalho. Grande parte destes vem de Portugal, da China e da Índia e são dezenas de milhares. O agravante, é de “não possuírem qualificações específicas que os moçambicanos não possuam”, tal como refere um documento do Governo de Moçambique na nossa posse.
O Governo incumbiu ao Ministério do Trabalho, a 06 de Dezembro de 2011, para reflectir acerca da imigração maciça para Moçambique e o documento daí resultante ainda não foi tornado público, mas já está na posse do Canalmoz/Canal de Moçambique. Está datado de 28 de Dezembro de 2011.
Dados contidos no documento em alusão revelam que até finais de Novembro de 2011 havia em Moçambique 35.792 cidadãos estrangeiros com DIRE (Documento de Identificação de Residentes Estrangeiros).
Os portugueses lideram a lista de estrangeiros residentes em Moçambique. Eram até Novembro de 2011, 4.355 cidadãos portugueses que viviam em Moçambique, seguidos por chineses (4.303), indianos (4.273) e congoleses (3.955). Destaque ainda para brasileiros, paquistaneses, somalis e burundeses, cada grupo totalizando acima de 1.100 membros.
Para além dos cidadãos estrangeiros portadores de DIRE, há ainda outros milhares de estrangeiros a viver no país. “Foram acolhidos 13.109 cidadãos estrangeiros requerentes de estatuto de refugiados, dos quais 3.426 já são portadores do estatuto”, lê-se no documento elaborado pelo Ministério do Trabalho a mando do Governo.
“No mesmo período (Janeiro a Novembro de 2011) foram repatriados 10.910 cidadãos de diversas nacionalidades por entrada e permanência ilegal em Moçambique”, lê-se no mesmo documento que ainda não foi tornado público pelo executivo de Armando Guebuza.

A maioria de estrangeiros busca trabalho em Moçambique e não tem qualificação

Dos imigrantes legais, 64,6%, equivalente a 23.128 pessoas, vieram a Moçambique em busca de trabalho. Dados comparados com os três anos anteriores a 2011, mostram que os imigrantes em busca do trabalho aumenta a cada ano.
Em 2008 imigraram para Moçambique, em busca de trabalho, 6.918 estrangeiros. Este grupo de imigrantes foi de 9.025 no ano de 2009 e passou para 11.876 em 2010. Até ao fim do terceiro trimestre do ano passado haviam entrado 11. 255 estrangeiros em busca do trabalho no País. Os dados constam do documento em referência.

Maioria de estrangeiros não tem qualificação

“A percentagem dos cidadãos estrangeiros que trabalham em Moçambique segundo regime de autorização, ou seja, mediante prova de qualificações profissionais ou cientificas que os moçambicanos não possuem, ou cujo numero seja insuficiente, é extremamente baixa”, lê-se no documento elaborado pelo Ministério do Trabalho (MITRAB) a mando do Governo Central.
Havia em 2009, apenas 894 trabalhadores estrangeiros com qualificações específicas, num total de 6.400 trabalhadores estrangeiros admitidos segundo o regime da livre contratação, que inclui o regime de quotas, o regime do trabalho de curta duração e o regime de projectos aprovados pelo Governo, refere o documento.

Milhares de imigrantes ilegais empregados

Mas também são milhares os imigrantes ilegais que estão a trabalhar em Moçambique.
Em 2011 foram encontrados pelo MITRAB, 5.972 trabalhadores estrangeiros, em 7.799 estabelecimentos, dos quais 1. 060 são imigrantes ilegais, consta do mesmo documento.
O documento refere ainda que “2.450 imigrantes estão em Moçambique por questões religiosas”.
O documento, sabe o Canalmoz, está a ser discutido em diversas instituições públicas e privadas e poderá ser tornado público pelo Governo, ainda neste início do ano, assim que retomarem as sessões do Conselho de Ministros. (Borges Nhamirre)
Imagem: ... tem hoje um problema grave de imigraçãoclandestina maciça.
aespeciaria.blogspot.com

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