Por António Capalandanda | Benguela
25 Jan 2011 - As autoridades Chinesas, através do Eximbak da China, concederam a Angola um credito no valor de 2,4 mil milhões de dólares norte americanos, para o programa de reconstrução nacional.
Aquela linha de crédito, em 2004, surgiu logo depois da recusa dos doadores ocidentais financiarem o crescimento pós-guerra.
Informações postas a circular por diversos órgãos de comunicação, indicam que os acordos entre Angola e China prevêem a chegada, ao território angolano, de um grande número de cidadãos chineses.
A imigração chinesa, pela sua natureza, introduz um contraste de culturas e modos de vida muito marcado. E há simultaneamente uma dinâmica de integração e conflito. Isto conduz à tendência da protecção da comunidade e dos negócios, ao mesmo tempo que se regustam casos de confrontações entre as várias comunidades com suspeitas das populações angolanas do envolovimento das máfias chinesas.
Em Setembro do ano passado, a polícia nacional deteve, em Luanda, cidadãos de nacionalidade chinesa, indiciados de formação de quadrilha e assalto a mão armada. Benguela, as autoridades polícias apresentaram um grupo acusado de ter espancado e torturado um jovem angolano por ter se recusado a praticar sexo anal.
O caso mais mediático, foi o assassinato de um jovem vendedor ambulante de moeda estrangeira, supostamente por um grupo de indivíduos chineses, cujo processo está sob investigação das autoridades da província.
A propósito a Voz da América tentou sem sucessos ouvir uns dos membros da comunidade chinesa em Angola.
Mas Hoa, uma vietnamita que reside em Angola a mais de 4 anos, dedica-se, há muito, ao estudo da cultura chinesa.
Em declarações a VOA, Hoa disse que língua é um factor de estímulo decisivo para integração, mas a falta de domínio do idioma português por parte dos chineses tem resultado em conflitos entre as comunidades.
“Chinês não entende português como eu, não sabe português. Quando o angolano fala ele pensa mal e bate. Eu entendo e posso falar contigo, mas o chinês não entende. Ele veio aqui só para trabalho.”
Já o economista, Filomeno Viera Lopes, disse que, sendo a China um dos países mais profícuos no fabrico de produtos falsificados, Angola é um destino privilegiado de escoamento.
Segundo a fonte, não só se observam produtos contrafeitos como também há casos, na Huila, de branqueamento de moeda, alegando que, recentemente, a polícia deteve naquela cidade um grupo de cidadãos chineses que reproduzia dólares em máquinas artesanais.
Viera Lopes fala da existência de autênticas quadrilhas que estão implantadas no país, o que se poderá traduzir em corpos informais de protecção de grandes negócios ilícitos cujas ligações serão difíceis de descortinar.
Para ele, os acordos contratuais entre os dois países estão virados para uma componente demográfica à moda do “colonialismo de povoamento” correspondendo as necessidades chinesas de “exportação” de famílias.
Recentemente, a Voz da América denunciou caso de exploração infantil em plantações de arroz, na província do Bengo, praticado por chineses.
Hoa considera que, os incidentes que se registam em Angola são típicos de qualquer povo emigrante, sublinhando que, a China precisa do mundo para o seu desenvolvimento e o mundo precisa da China.
Refira-se que, actualmente a China investe em Angola cerca de 2 mil milhões de dólares norte americanos anualmente.
Imagem: Banco Nacional de Angola
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