quarta-feira, 21 de março de 2012

Dirigente da OMUNGA revela que foi detido por um elemento a civil que trazia arma de fogo



Benguela - Fui detido quando reportava a manifestação de 10 de Março em Benguela, organizada pelo Movimento Patriótico Unido (MPU), cheguei no Largo da Peça as 12 horas e 40 minutos, com objetivo de fazer uma entrevista ao Hugo Kalumbo e depois via telefone faria outra com Libertador que estava em Luanda.

Fonte: Club-k.net
No local já havia alguns policias normais e um carro da PIR no jardim no largo da peça, mesmo assim algumas pessoas continuavam a se juntar a manifestação, cheguei a contar 300 participantes, algumas pessoas de carro passavam observavam e seguiam em frente.

Nesse dia e momento havia um carro land cruiser branco de vidros fumado que rondava o local constantemente, mas até certa medida não constituía problema nenhum, um outro carro de propaganda do MPLA, veio no local com som muito alto, dentro desse carro havia um locutor a pedir aos jovens a não aderirem o que considerou de confusão.

Passou muita gente, quem também passou no largo da peça e observou bem a manifestação foi o Vice Governador de Benguela Agostinho Estevão Felizardo, depois só passou 10 minutos, a Policia de Intervenção Rápida (PIR), começou a dispersar os manifestantes. segundo um vídeo que tive acesso monstra claramente como foi detido Hugo Kalumbo pela PIR.

Ainda nesse vídeo monstra a minha posição nessa manifestação e, o que eu estava a fazer. porque a PIR inicialmente não me incomodou e não incomodou qualquer profissional de Comunicação Social Presente na manifestação, nomeadamente Nelson Sul de Angola do Semanário Angolense e Voz da Alemanha e Israel Samalata do Folha8.
A minha detenção.

Um civil grita para um agente da PIR assim; agarrem esse!...indicando o dedo para mim. O agente quase que me apanhava, dei-lhe uma finta e desistiu, o seu colega bate na minha mão e a minha camara cai, mas antes disso eu já tinha retirado o cartão de dados da camara.

Os Agentes da PIR desistem, agora quem segue a minha atras são três civis, voltei a fintar um civil barrigudo, ele cai e cai também uma pistola, mesmo assim o agente apaisana não desiste, sempre a minha atras, eu a se dirigir no meio das pessoas que assistiam a manifestação a distancia, o agente apaisana pediu ajuda a essas pessoas para me agarrarem e, lhe foi negado, passei normalmente no meio das pessoas e, eu já estava muito cansado.

Quem estava a minha frente é o Samalata do folha8 que foi ajudado por um kupapata, eu quando faço a curva vi primeiro um motoqueiro que entrou no quintal dos bismas das acácias, o segundo era um jovem que estava numa motorizada de marca fada, angustiado e cansado fui pedir a juda a ele, e me respondeu com uma pistola que sacou da mota, e apontou e dizendo arrogantemente vais a onde?.

Olho para atras vejo o agente apaisana que vem desde o inicio a tentar me apanhar, um minuto depois quem aparece é o Comandante Kundy, que vinha acompanhado no carro com mais três agentes, eu a respirar fundo fui dizendo o seguinte, sou Jornalista da Associação de Direitos Humanos OMUNGA, aquela que promoveu vários workshop para a Policia, o comandante e os seus agentes me mandavam calar a boca e que se eu insistisse, ofertavam-me chapadas na boca.
Bem como já vi essas acções cruéis da Policia, preferi calar a boca, não para justificarem as suas maldades, no caminho cruzamos com Horácio dos Reis jornalista da Despertar, eu estava no carro do conduzido pelo comandante Kundy com os vidros fechados, deu-me vontade de gritar para despertar o Horácio.

Assim que chegamos no Comando Municipal da Policia de Benguela, o senhor Comandante Kundy me mandou descer do carro arrogantemente e ordenou no seu colega para me encarcerar. Antes de entrar da cela fui submetido a uma revista onde infelizmente cai o cartão de dados da minha camara e fica com o oficial dia.

Depois de ter ficado 30 minutos na cela, que tinha um montinho de areia com vermes, e forte cheiro de urina, entram mais o Hugo Kalumbo que eu conheço e mas um desconhecido, que clamava pela sua mota. Quem aparece no comando Municipal da Policia e chama Jesse Lufendo!... é um responsável da PIR, mandou nos agentes me retirarem da cela eu pensei que me mandariam para casa, afinal não.

Me mandaram ficar num canto de um espaço que fica entre duas celas, o responsável da PIR manda para me revistarem, para isso foi necessário três agentes e, voltaram a me colocar na cela, não passou muito tempo nós retirar da cela, fui algemado e o Hugo Kalumbo e David Mericano foram algemados com a mesma algema.

Orientaram-nos a subir no carro land cruzer com as cores da policia com 8 agentes, nos levaram numa esquadra que fica bem próximo a montanha, passando pelo aeroporto 17 de Setembro, no caminho um Policia diz assim; estamos a ir vós matar, eu lhe respondi: Se Deus desenhou hoje como nosso dia para a morte que seja feita a vontade Deus. quando chegamos na tal esquadra um outro policia diz; bem vindos a felicidade.

Em menos de duas horas somos novamente retirado da cela e, uma jovem policia a paisana me pergunta; onde está a tua camara?, eu respondi, esta com o seu colega do Ministério do Interior ela ficou espantada, pois ela mais três colegas seus estavam a 50 metros o local da manifestação e, não achei normal a policia levar Hugo Kalumbo eu o motoqueiro David Mericano e, não elas.

Ao sair da esquadra que fica bem próximo a montanha em direção a investigação, passamos pela rua da Rádio da Ecclesia de Benguela, eu vi algumas pessoas a distancia e, levantei a mão para dar sinal!...irmãos ainda estamos vivo, ao chegar vi logo os Jornalistas: Zé Manel, Nelson Sul de Angola, Horácio dos Reis e Israel Samalata.

Fomos entrevistados por esses profissionais na presença chefe da Instrução Processual o senhor Chimuco, senhor Mota director da Ordem Publica do Comando Provincial da Policia e mas alguns funcionários da DPIC.

Fomos ouvido pelo Investigador Enrique Sicaleta, que mentiu muito no tribunal tudo só para sermos condenados pelo crime que não cometemos, eu não entendo como é que o Ministério do Interior recebe mais dinheiro do OGE em relação o ministério da Educação, mas as celas nas esquadras policiais estão em péssimas condições humanas.

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