Não interessa exportar quando
muito daquilo que se exporta vem de fora. E é este o problema da economia
portuguesa, segundo o economista Augusto Mateus.
O preço base do iPhone nos Estados Unidos ronda os 499 dólares (384 euros). A China exporta-o por
135 dólares (103 euros). E destes 135 dólares, os chineses pagam 112 dólares
(86 euros) à Coreia – pelo ecrã –, a Taiwan e ao Japão – pelos componentes e
chips. Resumindo, quem mais fica a ganhar são os Estados Unidos e não quem
exporta o produto, neste caso a China. O exemplo foi dado ao Negócios pelo
economista e professor Augusto Mateus, para ilustrar aquilo que acontece em Portugal.
“Portugal anda a fazer um pouco de China. Portugal é mais China do que pensamos”, frisou o economista, sustentando a afirmação com os dados apresentados no estudo que lhe foi encomendado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), “Exportação, valor e crescimento”.
De acordo com o estudo, antecipado ao Negócios, entre 1986 e 2008 registou-se um aumento do conteúdo importado da produção nacional de 12,6% para 14,6%. Esta trajectória assumiu uma expressão mais significativa na exportação (20,2% em 1986 e 25,9% em 2008) e se nos focarmos apenas na secção exportadora na indústria, a análise revela que, neste período, o conteúdo importado subiu de 25,5% para 38,2%.
Nestas duas décadas, por cada cinco exportações a mais efectuadas pela indústria portuguesa, quatro foram de conteúdo importado. As indústrias de baixa tecnologia têm sido, de resto, as únicas com maior peso na incorporação de valor acrescentado nacional do que na incorporação de importações intermédias.
O contributo global da exportação para o valor acrescentado desceu de 21% em 1986 para menos de 17% em 2005.
E é na forte componente da importação nos bens exportados que reside um dos principais problemas da economia nacional, resumiu Augusto Mateus, pois “o que faz a competitividade de uma empresa é o que vende sem ser comprado”.
“Portugal anda a fazer um pouco de China. Portugal é mais China do que pensamos”, frisou o economista, sustentando a afirmação com os dados apresentados no estudo que lhe foi encomendado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), “Exportação, valor e crescimento”.
De acordo com o estudo, antecipado ao Negócios, entre 1986 e 2008 registou-se um aumento do conteúdo importado da produção nacional de 12,6% para 14,6%. Esta trajectória assumiu uma expressão mais significativa na exportação (20,2% em 1986 e 25,9% em 2008) e se nos focarmos apenas na secção exportadora na indústria, a análise revela que, neste período, o conteúdo importado subiu de 25,5% para 38,2%.
Nestas duas décadas, por cada cinco exportações a mais efectuadas pela indústria portuguesa, quatro foram de conteúdo importado. As indústrias de baixa tecnologia têm sido, de resto, as únicas com maior peso na incorporação de valor acrescentado nacional do que na incorporação de importações intermédias.
O contributo global da exportação para o valor acrescentado desceu de 21% em 1986 para menos de 17% em 2005.
E é na forte componente da importação nos bens exportados que reside um dos principais problemas da economia nacional, resumiu Augusto Mateus, pois “o que faz a competitividade de uma empresa é o que vende sem ser comprado”.
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