A província da Lunda-Sul enfrenta a tendência para a
desertificação do seu interior.
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O Arcebispo de Saurimo regista, para já, o frequente
abandono de aldeias por parte de jovens e adolescentes.
Dezenas de aldeias da província começam a ficar
despovoadas, segundo Dom José Manuel Imbamba.
Os mais novos têm na mira os centros urbanos com
melhores condições de vida.
O Prelado predispôs ajuda aos jovens nesta situação,
tendo alertado as paróquias e missões para o efeito.
“As paróquias e missionários de Saurimo devem
preparar-se para acolher e enquadrar os jovens e adolescentes do interior da
Província da Lunda-Sul, que estão abandonar as aldeias para os centros urbanos com
maior concentração populacional, à procura de melhores condições de vida” –
determinou.
“Os jovens estão a procurar empregos, escolas e
melhoria das condições sociais e humanas e nós incentivamos isso. E, agora,
caberá a nós cá na cidade saber aproveitar esta força humana toda que para cá
está a emigrar e fazer com que as nossas comunidades ganhem mais com estes
filhos e filhas que estão a encher a nossa cidade”, frisou Dom José Imbamba.
De notar que decorre na província o processo de
juntar as aldeias, para um aproveitamento racional dos serviços disponíveis.
A configuração actual das aldeias na Lunda Sul
(aldeias muito pequenas ou familiares) proporciona muita dispersão.
“A Igreja saúda o projecto de reunificação das
aldeias que o Governo está a levar a cabo e que vai facilitar também para que
nós, dentro da pouca quantidade de missionários que temos, possamos acudir e
responder melhor aos cristãos que se encontram nestas aldeias”, concluiu.
Crianças
Ainda na Lunda Sul, mais de quarenta crianças do Lar
de São João Calábria, surgida na época de guerra, estão a viver inúmeras
dificuldades e precisam de mais apoios.
“É necessário tirar a criança da rua, acomodá-la num
ambiente educativo e salutar de modo a fazer-lhe esquecer os vícios de rua,
empenhando-nos, assim, na sua promoção social, através de uma formação humana,
intelectual, religiosa e profissional”, frisou o Padre Mpingue Alberto.
Segundo o sacerdote, apesar da ajuda recebida das
entidades governamentais (uma escola do ensino primário e um lote de
computadores), ainda assim, são inúmeros os problemas para se chamar “lar de
referência”, tal como tenciona.
“Com toda minha vontade como Sacerdote e formação
que tenho, não consigo colmatar todo vazio. Trabalho as crianças e procuro
também trabalhar as famílias. É preciso que a criança encontre uma família
verdadeira, onde encontra compreensão, ajuda e acompanhamento, o que faz com
que seja criança vivendo a sua etapa e não queimando etapas”, replicou.
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