sábado, 29 de setembro de 2012

RISCOS DE DESERTIFICAÇÃO DO INTERIOR DA LUNDA-SUL


A província da Lunda-Sul enfrenta a tendência para a desertificação do seu interior.

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O Arcebispo de Saurimo regista, para já, o frequente abandono de aldeias por parte de jovens e adolescentes.

Dezenas de aldeias da província começam a ficar despovoadas, segundo Dom José Manuel Imbamba.

Os mais novos têm na mira os centros urbanos com melhores condições de vida.

O Prelado predispôs ajuda aos jovens nesta situação, tendo alertado as paróquias e missões para o efeito.

 “As paróquias e missionários de Saurimo devem preparar-se para acolher e enquadrar os jovens e adolescentes do interior da Província da Lunda-Sul, que estão abandonar as aldeias para os centros urbanos com maior concentração populacional, à procura de melhores condições de vida” – determinou.


“Os jovens estão a procurar empregos, escolas e melhoria das condições sociais e humanas e nós incentivamos isso. E, agora, caberá a nós cá na cidade saber aproveitar esta força humana toda que para cá está a emigrar e fazer com que as nossas comunidades ganhem mais com estes filhos e filhas que estão a encher a nossa cidade”, frisou Dom José Imbamba.

De notar que decorre na província o processo de juntar as aldeias, para um aproveitamento racional dos serviços disponíveis.

A configuração actual das aldeias na Lunda Sul (aldeias muito pequenas ou familiares) proporciona muita dispersão.  

“A Igreja saúda o projecto de reunificação das aldeias que o Governo está a levar a cabo e que vai facilitar também para que nós, dentro da pouca quantidade de missionários que temos, possamos acudir e responder melhor aos cristãos que se encontram nestas aldeias”, concluiu.  

Crianças

Ainda na Lunda Sul, mais de quarenta crianças do Lar de São João Calábria, surgida na época de guerra, estão a viver inúmeras dificuldades e precisam de mais apoios.

“É necessário tirar a criança da rua, acomodá-la num ambiente educativo e salutar de modo a fazer-lhe esquecer os vícios de rua, empenhando-nos, assim, na sua promoção social, através de uma formação humana, intelectual, religiosa e profissional”, frisou o Padre Mpingue Alberto.

Segundo o sacerdote, apesar da ajuda recebida das entidades governamentais (uma escola do ensino primário e um lote de computadores), ainda assim, são inúmeros os problemas para se chamar “lar de referência”, tal como tenciona.

“Com toda minha vontade como Sacerdote e formação que tenho, não consigo colmatar todo vazio. Trabalho as crianças e procuro também trabalhar as famílias. É preciso que a criança encontre uma família verdadeira, onde encontra compreensão, ajuda e acompanhamento, o que faz com que seja criança vivendo a sua etapa e não queimando etapas”, replicou.  

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