A polícia do estado brasileiro da Paraíba, nordeste
do país, prendeu 42 pessoas acusadas de fazerem parte de uma facção criminosa
extremamente perigosa e que chocou até os agentes pela crueldade que empregava
nas suas acções. A marca registada da gang, que se auto-intitulava 'al-Qaeda',
como a organização islâmica extremista, era o esquartejamento das suas vítimas
em rituais que mais pareciam uma festa.
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Segundo a polícia da Paraíba, os criminosos
faziam questão de desmembrar as muitas pessoas que matavam, por serem
suas inimigas ou por encomenda, e faziam desse macabro acto um momento de
diversão entre eles. Os esquartejamentos eram filmados e fotografados, e os
assassinos, em jeito de reportagem, narravam em meio a piadas e gargalhadas
cada parte do corpo que era desmembrado, como mostram escutas telefónicas
feitas pela polícia com autorização da justiça nos telemóveis de alguns dos
membros da gang.
"O boy arrancou o pescoço dele agora,
homem. E os dedos. Os boys tão botando dentro de um saco. Tão deixando o cara
igual a uma galinha, todo cortadinho", narra um dos criminosos para um
cúmplice, que está preso numa penitenciária de João Pessoa, a capital do estado
da Paraíba, mas que, apesar disso, consegue acesso a um telemóvel. Noutra
gravação, durante o desmembramento de pelo menos duas vítimas, um outro
assassino diz a um comparsa, rindo, "deixa tudo picadinho aí, deixa esse
bicho aí e e vai tirar fotos daquele outro modelo."
De acordo com o inspector Cristiano Jacques,
chefe da grande operação, denominada "Esqueleto", que resultou
na prisão dos principais membros da facção, a 'al-Qaeda' da Paraíba, além de
controlar boa parte do tráfico de droga na região, foi responsável por pelo
menos 60% de todos os homicídios ocorridos em João Pessoa e cidades da área
metropolitana nos últimos anos. O grupo, além dos membros em liberdade, era
formado por 17 criminosos já presos, que, mesmo de dentro da prisão, ordenavam
crimes e participavam nas acções via telemóvel.
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