Luanda – A semelhança do desaparecimento de
Alves Kamulingue e Isaías Cassule, em Maio de 2012, a polícia nacional terá
raptado, na via pública, no pretérito dia 22 de Novembro do corrente, no bairro
Kaputo, arredores do mercado dos Congolenses, em Luanda, três cidadãos quando
regressavam de uma festa. Uma das vítimas chama-se Edson Rafael Ngonga, de 27
anos de idade.
Fonte: Club-k.net
Fonte: Club-k.net
A família (de Edson) acredita que os
raptores confundiram os jovens com os membros do Movimento Revolucionário de
Angola, uma vez que entoava euforicamente hinos.
No dia em que Edson Ngonga, juntamente com os seus dois amigos, foram sequestrados pelo dois agentes da polícia do Comando Provincial de Luanda, o auto-denominando Conselho Nacional dos Activistas de Angola realizou uma manifestação pacífica, em Luanda, que exigiam a demissão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Martinho Patrício Ngonga, familiar de uma das vítimas, contou ao Club K que o facto sucedeu – por voltas das 05 horas e 40 minutos, de manhã – quando o jovem Edson regressava de uma festa em companhia dos três amigos. Por sina, um dos amigos das vítimas terá testemunhado, a olho nu, a acção perpetrada os efectivos da polícia nacional.
“O meu primo Edson Rafael Ngonga desapareceu nas primeiras horas do dia 22 de Novembro, quando voltava de uma festa no bairro do Kaputo com três amigos, um dos quais chama-se Bruno”, disse, continuando que na altura do rapto o Bruno terá efectuado uma pequena pausa para urinar junto a uma viatura e testemunhou o rapto.
“O Bruno conta que ele ficou atrás do grupo para urinar junto a um carro, por volta das 05:40, viu os outros a serem interpelados por dois polícias que obrigou os jovens em acompanhá-los sabe-se aonde”, acrescentou.
Com o medo de se aproximar para se inteirar do que se passava, o “suposto” amigo das vítimas ficou, a escassos metros, a testemunhar os seus três companheiros (da festa) a serem levados para parte incerta. “Ele ficou apreciar até ao momento em que outros subiram à carrinha da polícia que ali estava encostada, até ao momento em que arrancaram com a viatura”, explicou.
Depois do episódio, o jovem (Bruno) terá aguardado cerca de meia hora no local onde urinava, e, posteriormente, ligou para os terminais telefónicos das vítimas que, para o seu espanto, começaram a dar desligado até a presente a data.
Segundo o relato atribuído a Bruno, por Martinho Ngonga, familiar de um dos desaparecidos, antes do sucedido, os quatro amigos entoavam, inocentemente, canções, em voz alta, com frases: ninguém nos pára hoje… hoje é o nosso dia… vamos aquecer o mambo, etc.. “De acordo com o Bruno tratava-se apenas de uma segunda festa para onde iriam no final daquele dia”, alegou a fonte.
Pelo carácter das frases, a fonte do Club K acredita numa possível confusão, ou má interpretação dos efectivos da polícia, que os terão confundidos com os jovens ligados as manifestações realizadas pelo Movimento Revolucionário. “Até porque ficamos a saber que naquele dia, pela manhã, haveria uma possível manifestação no Largo 1º de Maio”, ressaltou.
“Tendo em conta a situação política que vivemos actualmente no país e, não esquecendo do historial, isto é, das operações das forças da segurança que resultam no desaparecimento de pessoas que abraçam o Movimento Revolucionário, preocupa-nos imenso o desfecho dessa história, que esperamos que os nossos familiares não tenham o mesmo destino que Isaías Cassule e Alves Kamulingue”, rematou a fonte.
De realçar que o Club K não conseguiu, até neste preciso momento, apurar os nomes de outros dois jovens desaparecidos, muito menos manter um contacto com os seus respectivos familiares.
Vale sublinhar que o desaparecimento forçado de todas as pessoas, em Angola, passou a ser um crime internacional. A 24 de Setembro do ano em curso, o ministro das Relações Exteriores, Jorge Chicoty, rubricou, em Nova Iorque, em nome do Estado angolano, a “Convenção Internacional sobre o Desaparecimento forçado de todas as pessoas”.
A assinatura do documento teve lugar na sede das Nações Unidas e ocorreu à margem da 69ª sessão de debates da Assembleia-Geral da organização, na qual a delegação angolana é chefiada pelo vice-presidente da República, Manuel Domingos Vicente.
Na altura, o ministro referiu que “o fenómeno dos desaparecimentos forçados preocupam as nações, entre as quais Angola, e é importante que neste momento sejamos parte desta Convenção”.
No dia em que Edson Ngonga, juntamente com os seus dois amigos, foram sequestrados pelo dois agentes da polícia do Comando Provincial de Luanda, o auto-denominando Conselho Nacional dos Activistas de Angola realizou uma manifestação pacífica, em Luanda, que exigiam a demissão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Martinho Patrício Ngonga, familiar de uma das vítimas, contou ao Club K que o facto sucedeu – por voltas das 05 horas e 40 minutos, de manhã – quando o jovem Edson regressava de uma festa em companhia dos três amigos. Por sina, um dos amigos das vítimas terá testemunhado, a olho nu, a acção perpetrada os efectivos da polícia nacional.
“O meu primo Edson Rafael Ngonga desapareceu nas primeiras horas do dia 22 de Novembro, quando voltava de uma festa no bairro do Kaputo com três amigos, um dos quais chama-se Bruno”, disse, continuando que na altura do rapto o Bruno terá efectuado uma pequena pausa para urinar junto a uma viatura e testemunhou o rapto.
“O Bruno conta que ele ficou atrás do grupo para urinar junto a um carro, por volta das 05:40, viu os outros a serem interpelados por dois polícias que obrigou os jovens em acompanhá-los sabe-se aonde”, acrescentou.
Com o medo de se aproximar para se inteirar do que se passava, o “suposto” amigo das vítimas ficou, a escassos metros, a testemunhar os seus três companheiros (da festa) a serem levados para parte incerta. “Ele ficou apreciar até ao momento em que outros subiram à carrinha da polícia que ali estava encostada, até ao momento em que arrancaram com a viatura”, explicou.
Depois do episódio, o jovem (Bruno) terá aguardado cerca de meia hora no local onde urinava, e, posteriormente, ligou para os terminais telefónicos das vítimas que, para o seu espanto, começaram a dar desligado até a presente a data.
Segundo o relato atribuído a Bruno, por Martinho Ngonga, familiar de um dos desaparecidos, antes do sucedido, os quatro amigos entoavam, inocentemente, canções, em voz alta, com frases: ninguém nos pára hoje… hoje é o nosso dia… vamos aquecer o mambo, etc.. “De acordo com o Bruno tratava-se apenas de uma segunda festa para onde iriam no final daquele dia”, alegou a fonte.
Pelo carácter das frases, a fonte do Club K acredita numa possível confusão, ou má interpretação dos efectivos da polícia, que os terão confundidos com os jovens ligados as manifestações realizadas pelo Movimento Revolucionário. “Até porque ficamos a saber que naquele dia, pela manhã, haveria uma possível manifestação no Largo 1º de Maio”, ressaltou.
“Tendo em conta a situação política que vivemos actualmente no país e, não esquecendo do historial, isto é, das operações das forças da segurança que resultam no desaparecimento de pessoas que abraçam o Movimento Revolucionário, preocupa-nos imenso o desfecho dessa história, que esperamos que os nossos familiares não tenham o mesmo destino que Isaías Cassule e Alves Kamulingue”, rematou a fonte.
De realçar que o Club K não conseguiu, até neste preciso momento, apurar os nomes de outros dois jovens desaparecidos, muito menos manter um contacto com os seus respectivos familiares.
Vale sublinhar que o desaparecimento forçado de todas as pessoas, em Angola, passou a ser um crime internacional. A 24 de Setembro do ano em curso, o ministro das Relações Exteriores, Jorge Chicoty, rubricou, em Nova Iorque, em nome do Estado angolano, a “Convenção Internacional sobre o Desaparecimento forçado de todas as pessoas”.
A assinatura do documento teve lugar na sede das Nações Unidas e ocorreu à margem da 69ª sessão de debates da Assembleia-Geral da organização, na qual a delegação angolana é chefiada pelo vice-presidente da República, Manuel Domingos Vicente.
Na altura, o ministro referiu que “o fenómeno dos desaparecimentos forçados preocupam as nações, entre as quais Angola, e é importante que neste momento sejamos parte desta Convenção”.
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