Há anos que 700
famílias esperam por uma resposta do Governo
Manuel José
VOA
Mais de 700 famílias que há dois anos
foram desalojadas do bairro da Areia Branca na Ingombota vivem hoje numa
lixeira à espera que o Governo as aloje como havia prometido.
A nova zona na Coreia não possui
qualquer condições, as crianças não estudam desde 2012 e padecem de muitas
doenças por causa do lixo.
Das 3.000 famílias desalojadas da Areia
Branca em 2012, 700 não conseguiram solução de habitação e vivem de um lado ao
outro à procura de um lugar condigno para morar.
Neste momento estacionaram numa parcela
de escombros na zona da Coreia na Samba no meio de duas valas de drenagem de
agua, sem qualquer condições de habitabilidade, como disse o morador
António Miguel: "Fomos parar aí, na Maianga, disseram que o caso era
da Ingombota, depois disseram que tinham que ir a Samba, correram connosco até
ali andamos quase toda cidade ate que viemos parar aqui na Coreia, na encosta
da montanha num sitio onde demoliram casas há bastante tempo, onde
acampamos"
Segundo aquele morador, no principio
eram casas de lonas, que se rasgaram com o tempo e a chuva, e depois tiveram
que fazer casas de paus onde cabia um enquanto outros estavam em tendas de
campanha onde só cabia uma pessoa. “Temos uma lixeira mesmo à nossa frente, ao
amanhecer as crianças brincam ali estão sujeitas a muitas doenças e houve até
mortes de velhos e crianças”, denuncia Miguel, adiantando que as crianças estão
sem estudar há dois anos, “mesmo aqui próximo do Palácio Presidencial da Cidade
Alta.
“Nós estamos abaixo de animais”, lamenta
o morador, enquanto outro residente Antonio Francisco diz que “em algumas
cabanas vivem aproximadamente 12 a 15 pessoas".
As promessas do governo para uma solução
são constantes, mas até agora nada, diz Francisco: "Estamos há espera
desde que fomos cadastrados, a administração e o Governo vieram aqui com
promessas de que haviam de nos tirar daqui, passou o CAN, passou o Mundial e
nada, estamos a viver muito mal por causa destas duas valas de drenagem"
Enquanto essas famílias esperam pela
promessa das autoridades e temem o pior com as chuvas, a VOA contactou
administração daquela circunscrição que disse não estar autorizada a pronunciar-se
sobre este assunto.
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