A
responsável provincial da LIMA (Liga da Mulher Angolana),
organização feminina da UNITA, Tita Miranda, ouvida a propósito pelo Semanário
Angolense, disse que o país agora tem uma cultura diversificada e por isso as
pessoas já não sabem enquadrar-se e nem valorizam a sua própria cultura. «Por
isso, começamos a depender das culturas alheias, porque quase não temos identidade»,
sublinhou.
Para ela, o anúncio do «Casino
Royal» é muito estranho e duvidoso, uma vez que existem muitas raparigas
angolanas que desaparecem diariamente, sem que se investigue a fundo a razão
desses desaparecimentos. «Ninguém sabe ao certo o que acontece realmente nessas
chamadas ‘casas de jogos’», precisou.
Tita Miranda disse que os
angolanos, hoje, estão mais preocupados em conhecer o que é feito lá fora,
esquecendo-se dos perigos que advêm dessas culturas imitadas.
«Porquê só mulheres e com
essas idades, se existem também bons rapazes especializados nessas áreas em
Angola? Qual é a intenção? Nós sabemos que as candidatas para esses lugares vão
servir para seduzir os clientes e fazer outras coisas que não adianta dizer e
isso não é novidade para ninguém. Como os jovens estão à procura de um emprego
que lhes garanta um salário que possa acudir às suas necessidades, quando
aparece alguém a oferecer um salário de 100 mil Kwanzas e com bónus, parece ser
uma oportunidade única e vão logo atrás, sem saber as reais intenções das
pessoas que estão por detrás desses negócios», elucidou.
Por isso, a dirigente da
LIMA na província de Luanda defende a necessidade de haver programas
educativos direccionados à juventude para que não caíam em tentação. «É preciso
sempre ter em conta os prós e os contras, porque não se deve correr atrás de
tudo que brilha, porque nem sempre o que brilha é ouro», aconselhou.
Tita Miranda frisou ainda
que, como arranjar emprego não está fácil, uma das formas para melhor aliciar
as jovens mulheres é precisamente acenar-lhes com bons salários e os bónus.
«Quem não quer ter um bom salário?», questionou.
Tita
Miranda é de opinião que a Inspecção-geral do Trabalho devia estar mais atenta
com essas instituições, para evitar situações que comprometam a sociedade,
direccionando-as para programas que beneficiem efectivamente a juventude angolana
de modo geral e não com empregos de «massagistas» em casas de jogo…
In
Semanário Angolense, edição 596 de 20 de Dezembro de 2014
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