A lenda de um pensamento desejoso de invadir o finito do Universo. Bem-vindo a esta jangada do amor à deriva.
Faltam-me os teus lábios no meu ventre e nos meus seios
Na calada das noites agitadas
Sem convicção, tudo se parte em pedaços
E fica a chama ardente a consumir a paixão
Perde-se a razão
A espera é tão penosa e sofre-me fechada no palpitar
Angustiado, oprimido como nunca senti
Não quero mais regressar como órfã
Quero entrar qual montanha de ventura.
Refazer-me ídolo e idolatrar-me pura
Fazer do meu mundo uma procura
Ainda que oiça
Cem vozes a proclamarem que é uma loucura
Não me exauro
Constranjo-me de não correr pela areia da praia
proibida
Num instante muda-se muito, muita coisa
As estátuas dos meus seios erectos remodelados
Como fruta afrodisíaca na avidez, do espanto do prazer
Desesperam, descongelam a regulamentação da vida
E solto-me, endeuso-me
Oh! Como tudo é fácil
E contudo nesta ditadura, tão difícil
Sou apenas uma deusa lendária nunca amada,
Porque desejada por todos os deuses
E perante a irrealidade das coisas
sem mundo
Não, não estou aqui, subtraí-me
Mas, ainda não de saída
Acabei de fazer a manutenção das minhas asas
Não sei se voarei
Não voes… paira sob o enevoado
acriançado, dos não sonhados ninhos de crianças
Para sempre lhes retirados
E salta, e corre… vencedora
Oh! Como o Universo é tão finito
Jamais se infinitará
Serás lendária, acabas de o ser
O outro lado olha-te. Que degraus
da tua escadaria tão confortável… sinto-a
no devassar do desenrolhar do rendado,
sem rasgar na apetência
dessa outra lenda geométrica
que entreabre a labareda do virgular baby-doll
Aprofundar-te-ei e reinaugurarei o canal
o sulco, a vala, o leito, no lago do teu Taj-Mahal
Oh!.. ousarei desfolhar o teu roseiral
E procurarei a tua rosa perdida de avidez, encontrá-la-ei
Fecundá-la-ei e nascerá outro outonal roseiral, uma romaria
Gil Gonçalves
Faltam-me os teus lábios no meu ventre e nos meus seios
Na calada das noites agitadas
Sem convicção, tudo se parte em pedaços
E fica a chama ardente a consumir a paixão
Perde-se a razão
A espera é tão penosa e sofre-me fechada no palpitar
Angustiado, oprimido como nunca senti
Não quero mais regressar como órfã
Quero entrar qual montanha de ventura.
Refazer-me ídolo e idolatrar-me pura
Fazer do meu mundo uma procura
Ainda que oiça
Cem vozes a proclamarem que é uma loucura
Não me exauro
Constranjo-me de não correr pela areia da praia
proibida
Num instante muda-se muito, muita coisa
As estátuas dos meus seios erectos remodelados
Como fruta afrodisíaca na avidez, do espanto do prazer
Desesperam, descongelam a regulamentação da vida
E solto-me, endeuso-me
Oh! Como tudo é fácil
E contudo nesta ditadura, tão difícil
Sou apenas uma deusa lendária nunca amada,
Porque desejada por todos os deuses
E perante a irrealidade das coisas
sem mundo
Não, não estou aqui, subtraí-me
Mas, ainda não de saída
Acabei de fazer a manutenção das minhas asas
Não sei se voarei
Não voes… paira sob o enevoado
acriançado, dos não sonhados ninhos de crianças
Para sempre lhes retirados
E salta, e corre… vencedora
Oh! Como o Universo é tão finito
Jamais se infinitará
Serás lendária, acabas de o ser
O outro lado olha-te. Que degraus
da tua escadaria tão confortável… sinto-a
no devassar do desenrolhar do rendado,
sem rasgar na apetência
dessa outra lenda geométrica
que entreabre a labareda do virgular baby-doll
Aprofundar-te-ei e reinaugurarei o canal
o sulco, a vala, o leito, no lago do teu Taj-Mahal
Oh!.. ousarei desfolhar o teu roseiral
E procurarei a tua rosa perdida de avidez, encontrá-la-ei
Fecundá-la-ei e nascerá outro outonal roseiral, uma romaria
Gil Gonçalves
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