segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A origem da grande depressão de 2008 (XVII). Novela


Muleke Rio de Janeiro

Á falta de noticias assume-se que devem ter assinado algum contrato de venda de petroleo a uns 100 ou 120 dls por barril e agora esse contrato vai ser revisto. Agora os Chineses que já podem comprar o ouro negro a 20 ou 30 dols/bl não querem assumir o contrato e compromisso assinado. Já fizeram isso com a Malasia com Oleo de Palma á pouco tempo, soja do brasil e com outros. Os acordos dos Chineses só são válidos para eles, enquanto forem lucrativos. Assim, mais um país africano fica empenhado e sem saber como sair do buraco em que se meteu. Nem os chinas nem o governo angolano sabiam que haviam tanto petroleo barato no brasil e venezuela... estavam mal informados e as coisas acontecem.
In Angonotícias


A boate tinha na cave a pista de dança, e a parte de cima dedicava-se a convívio. Em frente à porta de acesso do outro lado da rua, disfarçava-se um segurança acompanhado de um cão corpulento. Quando a pista de dança não funcionava o ambiente era calmo. Quando em funcionamento o barulho era insuportável. Pessoalmente, devido a este inconveniente sempre evitei frequentar boates. Nunca consegui entender como as pessoas suportam tanto barulho. Abordo o Jacinto:
- O Dr… disse que tem que se fazer um inventário de tudo o que aqui existe.
- Amanhã mando tratar disso.

Elder acaba de chegar e anuncia a sua presença aos berros:
- O Benfica é o melhor do mundo. Mas o que é que tu queres?! Tem é andado com azar. Todos os clientes que provarem que são do Benfica, têm direito a um desconto especial. Os do Sporting e do Porto pagam uma taxa de entrada para suportar o custo dos adeptos do Benfica.

Dirige-se ao balcão. Chama o Jacinto e a responsável dos serviços de atendimento aos clientes:
- Os gastos que o contabilista aqui fizer ponham tudo na minha conta.
Depois disparata para o Jacinto, exige-lhe:
- Quero o inventário… ninguém sai daqui enquanto não estiver pronto!
Jacinto observa-lhe:
- Já falei com o contabilista acerca disso.

Elder aponta para uma mesa num canto que está sempre reservada para ele, e convida-me a sentar. Mostra-se preocupado, com ar implorativo:
- Na noite passada assaltaram um estabelecimento de venda de vestuário de um dos nossos clientes. Não houve arrombamento. O nosso segurança está envolvido nisso porque desapareceu. Não se sabe onde está. Roubaram muito vestuário… lingerie e relógios das melhores marcas. Exigem a indemnização... é pá, estou fodido!
- E o que é que queres que eu faça?
- Tens que ir lá e controlar o inventário deles. Para sabermos exactamente o que roubaram. A quantia não é nada pequena… são milhares de dólares.

O ambiente agita-se por causa da parabólica. As imagens na TV desaparecem e aparecem. Um cliente amigo do copo provoca:
- Não pagaram o aluguer da parabólica!
Elder agita-se, muda de posição e grita-lhe:
- Tens que me dizer qual das parabólicas: se é a tua ou a minha.
Depois calmamente pergunta-me.
- E como vai a aventura dos Caminhos de Luanda?
- Vai a conta gotas. Elder, para fazer o trabalho da loja de vestuários não poderei dedicar muito tempo nos Caminhos de Luanda.
- Não te preocupes. Vou falar com o Director. O que é que queres beber?
- Acho que não é necessário responder.
- Já sei, vinho Dão!

Chamou uma jovem empregada que chegou com um enorme sorriso. Trajava uma mini-saia muito curta. Quando se baixava via-se nitidamente o traseiro que parecia não ter nada que o cobrisse. De igual modo usava um decote que ao inclinar-se nas mesas, que eram muito baixas, deixava quase a nu os seios. Elder notou o meu olhar para esse manjar de carnes vivas, e explicou-me:
- As nossas empregadas vestem-se assim para atraírem os clientes. Além disso também têm que ter uma beleza natural. Mas o que é que tu queres?! Neste negócio é mesmo assim! Na realidade as jovens que seguem este tipo de actividade são consideradas prostitutas, mas eu acho o contrário. Elas foram admitidas depois de rigorosas investigações que fizemos sobre a sua vida. Posso assegurar-te que são exemplares, e não é pela indumentária que podemos julgar uma mulher. Nas praias com aquelas ultra minúsculas tangas que agora se usam…

Gil Gonçalves

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