quarta-feira, 2 de junho de 2010

A electricidade na versão angolana (2)


E lá se foi outra vez, faltou a luz. Como o fusível, os fusíveis, estão super reforçados, ardem e não são mais prestáveis. Servem unicamente para o lixo. O suporte dos fusíveis da portinhola também se desintegra e o cabo da rua também. Bem lá no fundo enquadra-se perfeitamente… é um acto de puro terrorismo urbano, mas como o poder popular é a lei, assim fica tudo normalizado, continuado, devastado, queimado. É impossível viver com tais imposições.

Custa a acreditar que no ano 2010 existam coisas destas. Um povo que navega no navio da destruição, na nau do Inferno, que é sem sombra de dúvidas o seu destino final. Já não se sabe para que serve a energia eléctrica. Serve de divertimento para os jovens da BDE. E quando, quando não, habitualmente, a luz falta, ouve-se o gerador de um banco arrancar, o de um general, dos indianos, dos portugueses, e demais tralha, e o dos angolanos – à salve-se quem puder – vê-se logo que é do mwangole pelo barulho, e pela gritaria das crianças: «é luzi!!! É luzi!!!» depois de tudo bem poluído por tantos geradores ligados, só se houve o aterrador barulho do gerador do mwangole. Sim! Onde houver barulheira insuportável, lixo e esgoto ao ar livre, está lá um angolano, quem mais poderá ser?! Angolano, o campeão da destruição da cidade.

Os desgovernados pelos biliões dos desfalques bancários desde o retorno à outra Idade Média de 1975. À bancarrota total e ainda incompleta. Faltam aqueles que ainda não conseguiram roubar a sua parte. Estes que desviaram muitos milhões são perseguidos, porque já não pertencem à FAMÍLIA. São os eleitores da luta de libertação, legalizaram-se para desviarem e espoliarem os filhos da terra sem ela. Depois de tudo serenar, continuará o mesmo poder na mesma FAMÍLIA. Os desvios retomarão legalizados, porque familiarizados.
A estrutura do poder popular está como que intacta, tal e qual como em 1975. Está assim mais marxista-leninista, porque as mesmas teias de aranha não largam o poder.

Andaram, e continuam com a especulação imobiliária. A energia eléctrica… que deus resolva com a ajuda de tantas igrejas, esta já é uma especulação religiosa. Não será muito difícil orar a Deus. Então, Ele contemplar-nos-á com o milagre da luz. Oremos pois irmãos, e faça-se conforme a Sua Vontade. No fundo este reino é de Deus, e só a ele pertence. Por isso e sem mais sombra de dúvidas, os nossos governantes reinam porque são eleitos por Ele, e só a Ele prestam contas.

Como Ele é etéreo e não entende nada de contabilidade, tal como tudo o mais, são coisas terrenas dos terráqueos. Talvez construindo uma igreja em cada esquina, quem sabe?! Este reino não é nosso, é só deles e para eles. E na euforia de 1975, juravam muito convictos: «nós corremos com os brancos, com os colonos, porque não precisamos deles para nada.

O que eles fizeram… mas eles não fizeram nada. Fomos nós – nós também somos capazes, e até melhor do que eles.» Confrange observar no contínuo que a vivência diária ainda se faz nas ruínas das construções portuguesas. Afinal, mas que gente mais balofa, estonteada que nada consegue edificar, a não ser palavreado infestado.

Apenas espalham casas-casebres por aqui e por ali, para que depois orgulhosamente sejam ceifadas pelas máquinas debulhadoras da eleita governação da nova Constituição, a cem por cento de votos. É o povo eleito da epopeia das casas-casebres. É o povo que formaram desordenado, medroso, supersticioso, que não é capaz de se organizar – nem nenhuma ONG, ou partido político da oposição o consegue – para exigir os reparos a que tem direito da água, da luz, do petróleo e diamantes.

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