No nosso país
E relativamente à explosão ocorrida numa loja pertencente a um indiano, na Beira, a polícia diz que o proprietário deve explicar como é que tal objecto explosivo apareceu no seu estabelecimento.
O presidente Armando Guebuza disse, ontem, não acreditar na existência de membros da organização terrorista Al-Qaeda em território nacional, conforme noticiou, na sua edição de ontem, o jornal “O País”, citando uma informação veiculada pelo jornal sul-africano “Sunday Times”. No entanto, segundo a Agência de Informação de Moçambique, o chefe do estado admitiu que as autoridades moçambicanas vão lançar uma investigação para confirmar a veracidade ou não desta denúncia.
http://www.opais.co.mz/index.php?option=com_content&view=article&id=6625:chefe-do-estado-promete-investigar-presenca-da-al-qaeda&catid=45:sociedade&Itemid=176
O pronunciamento do presidente Guebuza traz, contudo, a prudência que faltou ao porta-voz do comando-geral da PRM. Entrevistado logo pela manhã de ontem por diversos órgãos de comunicação nacionais, Cossa foi peremptório na sua convicção. Disse que “não há campos da Al-Qaeda em Moçambique. Nós conhecemos o país em que vivemos, não há campo nenhum da Al-Qaeda, em Moçambique, nem grupos de terroristas”.
Falando em Nice, uma cidade no sul da França, onde esteve a participar na 25ª Cimeira África-França, desde segunda-feira, Armando Guebuza deixou, no entanto, transparecer o seu cepticismo à volta do assunto. “Nós não temos conhecimento disso. Não me parece provável que isso aconteça, e os órgãos ligados à defesa e segurança em Moçambique devem estar muito atentos a essas questões”, disse Guebuza.
O Chefe do Estado foi ainda mais longe para consubstanciar o seu cepticismo: “Também queria dizer que os órgãos de defesa e segurança em Moçambique trabalham em colaboração muito estreita com os órgãos de defesa e segurança da região e, por conseguinte, há troca de informações. e, até agora, nós não temos conhecimento ao nível da região de algo dessa natureza”.
Sul-africanos também desmentem
Na segunda-feira, o ministro sul-africano da polícia, Nathi Mthethwa, desvalorizou a notícia do “Sunday Times” sobre as conspirações da parte de certos grupos militantes, incluindo a Al-Qaeda, asseverando que o Mundial, cujo início está agendado para 11 de Junho corrente, não enfrenta nenhuma ameaça de terrorismo.
Segundo a imprensa sul-africana, Mthethwa disse, em conferência de imprensa, que um grupo de investigadores sul-africanos se deslocou ao Iraque, na sequência da alegada detenção de um alegado militante da Al-Qaeda que havia abordado alguns dos seus amigos sobre a possibilidade de atacar as selecções da Holanda e da Alemanha durante o Mundial.
Nathi Mthethwa disse que os investigadores descartaram essa ameaça, acrescentando que os extremistas sul-africanos brancos detidos nas últimas semanas em conexão com alguns arsenais de armas são um “grupo de lunáticos”, e que não representam nenhuma ameaça à grande festa do futebol mundial.
Aliás, segundo a agência noticiosa “Bloomberg”, a célula da Al-Qaeda no Iraque refutou na semana passada as alegações de que estaria a esboçar planos para atacar o Mundial de Futebol da África do Sul, em comunicado emitido na noite de 24 de Maio e que foi colocado nos portais da internet usados por aquela organização.
A organização de Bin Laden refere que “os seus sonhos e aspirações” não se estendem até à cidade de Joanesburgo.
Polícia admite existência de intimidações
A PRM não admite a existência de campos terroristas em Moçambique, mas sim do que classificou de “intimidações”, e comparou-as ao episódio de Cabinda, na véspera do CAN de Angola, que culminaram com o ataque à selecção do Togo.
Segundo Pedro Cossa, as informações aparentemente em circulação visam desencorajar algumas equipas, assim como turistas, que queiram escalar o país durante o Mundial na vizinha África do Sul, para ficar com a ideia de existência de um clima de insegurança na região.
“Mas a questão de segurança no Mundial da África do Sul não é um caso exclusivo daquele país, mas sim de todo o continente africano e, como tal, todas polícias do continente estão atentas”, tranquilizou Cossa.
PRM sem meios para controlo de fronteiras
Cossa tem certeza de que não há operativos da Al-Qaeda em Moçambique, e que a polícia conhece todo o território nacional. mas também reconhece que esta mesma polícia não tem capacidade para controlar as fronteiras nacionais, mormente a sua costa. Reconheceu que todos os dias são detidos imigrantes estrangeiros no país, porque a corporação “não dispõe de meios capazes para o controlo da extensa fronteira moçambicana. A nossa costa é superior a dois mil quilómetros e não temos meios para controlar o país metro a metro, mas, na medida das nossas capacidades, controlamos a circulação de estrangeiros no nosso país”, apontou.
Explosão na beira
Sobre a explosão registada numa loja pertencente a um cidadão indiano, na cidade da Beira, província de Sofala, anteontem de manhã, Pedro Cossa respondeu que está em curso uma investigação. Revelou que foi criada uma comissão de inquérito para o efeito e que o proprietário da loja será chamado para explicar o que realmente ocorreu na sua loja, bem como explicar-se sobre a proveniência do material que terá provocado a explosão.
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